Conclusão
Em linhas gerais, achamos o evento positivo para tese da empresa. A empresa endereçou as potencialidades do case em termos de crescimentos para além daquilo que costumamos observar nos planos decenais de energia divulgados pela Empresa de Pesquisa Energética com dados referentes aos investimentos esperados. Além disso, a empresa trouxe maior clareza em relação ao seu crescimento contratado (quase R$16 bilhões até 2018) onde, apesar de acharmos as vertentes de crescimento muito interessantes, deve pressionar a alavancagem da empresa. Tal variável é importante devido a política de dividendos atual, que considera a distribuição de 95% do lucro líquido regulatório desde que a alavancagem fique abaixo das 3x Dívida Líquida/EBITDA – sendo assim, achamos pouco provável o cenário de pagamento de dividendos extraordinários. Considerando a atual política da empresa, enxergamos um rendimento de dividendos na casa dos 4-5% para o próximo ano. Aos atuais níveis de preço, continuamos achando as ações da TRPL4 como um case interessante ainda que o fluxo de dividendos não deva ser expressivo como no passado.
Transição Energética
A empresa trouxe uma apresentação interessante feita pela consultoria PSR com foco em transição energética. A conclusão desse trecho do evento é muito favorável para o negócio de transmissão tendo em vista que a migração para uma matriz energética mais limpa deverá vir necessariamente da eletrificação dessa matriz em dentrimento de fontes fósseis. Ou seja, novas fontes produtoras precisarão de uma maior rede de transmissão.
Outro ponto mencionado diz respeito a maior participação da geração distribuída (aquela que podemos implantar em nossas casas, como placas solares e etc) não representam um risco a expansão de transmissão tendo em vista a necessidade de maior grid de transmissão com o objetivo trazer maior segurança ao sistema tendo em vista a entrada de fontes intermitentes (que não geram energia ao longo de todo o dia, como eólicas) e maior necessidade de atendimento no período da ponta do consumo. Naturalmente, esse questão também é válida para geração eólica, solar e a respectiva necessidade de complementariedade de fontes na geração.
Por último, foi citado a proximidade da implementação das eólicas offshore no Brasil, que por sua vez também devem trazer maior necessidade de investimentos na rede.
Crescimento
O total de investimentos no atual pipeline da empresa soma impressionantes quase R$16 bilhões até 2028 entre projetos vencidos em leilões (total de sete projetos com R$972 milhões de RAP e R$10,6 bilhões em investimentos esperados) e Reforços e Melhorias (R$5 bilhões em investimentos esperados). De acordo com a empresa, a taxa interna de retorno esperada nos projetos leiloados é de pelo menos 10% (em linha com as nossas estimativas dos últimos projetos adquiridos – para maiores informações, clique aqui) enquanto que a relação RAP/CAPEX dos reforços e melhorias é de 12-17% (ou seja, a Receita Anual Permitida para cada R$1 investido em reforços em melhorias). Se considerarmos as taxas de retornos geradas por projetos com relação RAP/CAPEX similar nos leilões de transmissão, também estimamos taxas de retornos interessantes para esse braço de crescimento.
Apesar do grande pipeline de investimentos esperado, o financiamento de todos esses projetos deve ser realizado da mesma maneira que nos últimos anos: via dívida (BNDES, debêntures incentivadas, etc). A empresa não acredita ser necessário o financiamento de qualquer outra maneira (emissão de ações, por exemplo). Apesar do grande volume adiante, vale mencionar que existe uma boa distribuição dos investimentos ao longo dos anos. Em relação aos dividendos, a política atual deverá ser mantida (75% do lucro líquido regulatório, sujeito a um endividamento mínimo de 3x Dívida Líquida/EBITDA).
Qual potencial das baterias?
Outro ponto interessante mencionado na apresentação como diferencial competitivo da empresa no que diz respeito a implementação de baterias – um dos projetos entregues pela ISA CTEEP foi uma bateria no litoral sul do estado de São Paulo. Dentre os benefícios de se dominar esse tipo de projeto, foi citado a rápida implementação do mesmo (pouco mais de um ano) e os beneficios operativos levados ao sistema integrado nacional como I) maior flexibilidade e confiabilidade para o sistema, II) maior aproveitamento de fontes não despacháveis, III) maior reserva de potência e outros. A empresa acredita que a presença desse tipo de negócio deva aumentar a sua presença ao longo dos próximos anos.
ISA CTEEP & Eletrobras
Dentre as perguntas e respostas, houve o questionamento da relação da empresa com a Eletrobras, pensando principalmente em um possível desinvestimento por parte da mesma. De acordo com os executivos, a relação entre ambas a empresa é a melhor possível e o eventual desinvestimento por parte da Eletrobras é uma questão pertinente a propria Eletrobras.
Revisão Tarifária Periódica
O contrato 059 (o maior da empresa) passou pela Revisão Tarifária da melhor maneira possível, com incremento da WACC Regulatório (de 6,93% para 7,26%) e nos demais parâmetros relacionados a custos (Operação & Manutenção, etc).
Vídeo do Evento
Segue abaixo o link do evento para os que quiserem assistir o evento completo.