Resultado dentro do esperado, desenvolvimento dos projetos indo bem!
Seguimos com a recomendação de MANTER em TRPL4. Uma vez mais a empresa entrou resultados pressionados, com pressão sob margens devido a evolução dos custos operacionais, maiores despesas financeiras devido ao maior endividamento e evolução dos indexadores do custo da dívida (principalmente a SELIC/CDI) e do reperfilamento dos fluxos do RBSE. Entretanto, se por um lado o operacional da empresa não encheu os olhos, gostamos do que vimos na parte dos projetos em desenvolvimento, com a empresa conseguindo concluir algumas de suas linhas em construção e aumentando investimentos na parte de reforços e melhorias (que gera remunerações interessantes para empresa sem a necessidade de disputar licitações). Por enquanto, preferimos outras opções no setor elétrico.
Detalhamento do Resultados 2T22
EBITDA em linha com o consenso. A empresa fechou o 2T22 com uma receita regulatória de R$732,9 milhões (-7,5% a/a) e EBITDA regulatório de R$555 milhões (-12% a/a), razoavelmente em linha com as nossas estimativas. Nunca é demais lembrar que essa queda no EBITDA da empresa não deve assustar o acionista da empresa à medida que as receitas desse ano foram impactadas devido ao reperfilamento dos reembolsos do RBSE à empresa (extendido até 2028, como uma tentativa do governo federal em aliviar as contas de luz). Chama a nossa atenção também a evolução dos custos operacionais, que subiram apenas 3,5% a/a mesmo em um cenário com inflação elevada, fechando o trimestre em R$309 milhões no seu valor total e R$146 milhões se considerarmos apenas os valores gerenciáveis (+7,1% a/a). Do lado negativo, citamos o resultado financeiro, que ficou negativo em R$301 milhões devido a um maior endividamento no trimestre (R$7,3 bilhões vs R$6,6 bi no 2T21) e maior custo da dívida propelida pela evolução dos indexadores no período (principalmente CDI). Alavancagem da empresa no 2T22 encerrou em 3,25x. Devido ao reperfilamento de parte importante da receita e maiores despesas financeiras, o lucro líquido ficou em R$74,1 milhões (-21,2% a/a).
O que mais gostamos no resultado do 2T22?
Apesar de um trimestre não muito inspirador do ponto de vista estritamente operacional, ficamos muito satisfeitos com o que vimos na parte de investimentos e dos projetos da empresa. A empresa entregou dois de seus projetos que estavam em desenvolvimento (Três Lagoas e Aimorés – com RAP de R$103 milhões). Os investimentos no trimestre alcançaram R$558 milhões (vs R$343 milhões no 2T21) mostrando que a fase mais aguda de desembolsos em relação aos seus atuais projetos em desenvolvimento segue avançando. No 1S22, a empresa já investiu R$972 milhões (vs. R$635 milhões no 1S21), mostrando boa evolução no andamento dos seus projetos. Outro ponto de destaque foram os investimentos em reforços e melhorias, que alcançaram R$324 milhões no 1S22 (vs R$367 milhões ao longo de todo ano de 2021). Vale lembrar que os investimentos em reforços e melhorias são aqueles que são recompensados pela ANEEL com uma RAP nova de compensação em relação aos investimentos – diferencial competitivo interessante por parte da CTEEP à medida que a empresa não necessariamente precisa vencer novos projetos em leilões para seguir incrementando as suas receitas – sendo assim, quanto mais investimento em reforços e melhorias, maior a compensação a ser gerada via RAP para empresa. E por último, citamos os dois lotes adquiridos pela empresa no último leilão de transmissão e que deve seguir mantendo o nível de investimentos da empresa em níveis elevados.