A Tupy divulgou resultados do 3T22 em linha com as nossas expectativas. Consideramos o resultado positivo, apesar de um cenário externo conturbado a empresa manteve bons volumes e níveis de receita. Os grandes destaques do resultado foram as operações no mercado local, tanto no segmento de pesados quanto no mercado de leves. Para nossa surpresa, o cenário no mercado externo não se deteriorou na velocidade esperada. Na nossa visão, o movimento de recomposição de estoques nas principais montadoras nos mercados europeus e americanos, ajudou na manutenção dos bons volumes reportados nos últimos trimestres. Outra boa surpresa foi o aumento da receita/kg no exterior.
A situação de mercado atual, permitiu que a empresa realizasse paradas programadas nas operações para reduzir estoques. Se por um lado alivia a conta de capital de giro, por outro gera menor diluição de custos. Na nossa visão, o efeito é pontual, e poluí a otimização da operação. A companhia segue entregando surpresas positivas referentes à aquisição da Teksid, ou seja, enxugando seus custos operacionais, e consequentemente, elevando as margens das operações adquiridas.
A boa exposição ao segmento de pesados, garantiu mais uma vez uma menor sensibilidade ao cenário externo conturbado. Mesmo com um cenário global pior, acreditamos que a Tupy poderá se beneficiar frente aos seus concorrentes nos próximos meses, dado que são mais competitivos em relação à sua estrutura de custos, visto que boa parte de seus competidores europeus estão sofrendo com custos explosivos de energia. Além disso, ressaltamos o ganho de sinergias que virão com suas aquisições recentes (Teksid e MWM), além dos ganhos de eficiência das plantas de Betim e Aveiro.
Análise Quantitativa
A receita líquida reportada foi de R$ 2,7 bilhões, crescendo 46,9% com relação ao mesmo período no ano passado e 6,5% com relação ao trimestre anterior, ficando em linha com nossas estimativas e 3% acima das expectativas de mercado. O EBITDA ajustado somou R$ 358 milhões, sendo 3,7% maior que o 2T22 e 23,9% maior que o 3T21, surpreendendo nossas estimativas em -9% e o consenso de mercado em 4,7%. Por fim, o lucro líquido surpreendeu positivamente, totalizando R$ 192 milhões, +53,6% a/a e +7,1% t/t e ficando 5,1% acima das nossas expectativas e 26,3% acima do consenso de mercado.
Os ajustes no EBITDA totalizaram R$ 58 milhões no 3T22, sendo R$ 53 milhões, referente à baixa de créditos tributários, relacionados ao benefício do Reintegra; (ii) despesa na constituição e atualização de provisões no valor de R$ 11 milhões e (iii) receita de R$ 6 milhões decorrente da venda de inservíveis.