TUPY

    Ações > Indústria > TUPY > Relatório > Tupy (TUPY3) | 4T22: trimestre sólido e um futuro promissor! A história se repete…

    Publicado em 28 de Março às 01:21:48

    Tupy (TUPY3) | 4T22: trimestre sólido e um futuro promissor! A história se repete…

    A empresa reportou um resultado positivo, com operacional e receitas acima das nossas expectativas e do mercado. Importante ressaltar que o lucro líquido e o EBITDA foram impactados negativamente por despesas não recorrentes que totalizaram aproximadamente R$ 44 milhões. O resultado divulgado contabilizou apenas o mês de dezembro da MWM do Brasil, com receita líquida de R$ 246 milhões e margem EBITDA de apenas 3%.

    O trimestre foi marcado positivamente por uma boa geração de caixa operacional R$ 426 milhões, puxado pela melhora do ciclo de conversão de caixa. Outro destaque positivo foi o bom volume de vendas no mercado local no segmento de pesados, puxado pelo efeito de pre-buy dos caminhões antes da entrada do Euro 6.

    A surpresa negativa do 4T22 foram as margens da MWM do Brasil, com a margem EBITDA atingindo apenas 3%. Entendemos que esse resultado foi influenciado por fatores sazonais e impactos pontuais nos volumes. Se na parte de blocos, a chegada do Euro 6 ajudou, na parte de montagem, a mudança da tecnologia de motores atrapalhou o volume de entregas.

    A história se repete, e embora as margens de MWM tenham vindo muito abaixo do esperado, elas não nos assustam. Importante lembrar que o 4T21 foi o primeiro trimestre em que observamos o efeito Teksid nos resultados da Tupy. Na época, a margem combinada das novas plantas adquiridas giravam em torno de 2,2%. Logo no 1T22, as margens das plantas de Betim e Aveiro foram recompostas, saltando para 5% e seguiram em contínua melhora.

    Seguimos com nosso preço-alvo de R$ 36,00, mantendo a recomendação de COMPRAR para TUPY3.

    Novos Contratos

    Recentemente a Tupy anunciou que firmou parcerias com fabricantes de caminhões Classe 8 na América do Norte e picapes no mercado sul-americano. Os contratos têm duração inicial de 8 anos, e a produção deve começar gradualmente a partir de 2024. A estimativa da Companhia é de que na maturidade esses contratos devem gerar uma receita adicional de R$ 650 milhões por ano.

    Assim, R$ 340 milhões nos próximos três anos devem ser investidos como preparo da operação. Acreditamos que essa iniciativa seja positiva, já que deve tornar as receitas da Tupy mais resilientes e aumentar a exposição da empresa a América do Norte, que atualmente representa cerca de 46% da receita total.

    O que esperar para 2023?

    Para 2023, o ponto principal do ano de será a incorporação da MWM do Brasil e por consequência a captura das sinergias. A empresa é focada na produção, usinagem e montagem de motores voltados para setores como: transporte, agrícola e industrial, deverão expandir o mercado endereçável da Tupy, além de complementar suas operações, visto que anterior à aquisição, a Tupy realizava somente o processo de usinagem do motor. Agora, com as operações combinadas, ela também fornece produtos com maior valor agregado, enviando-os pré-montados e com peças complementares.

    Apesar do forte movimento de desaceleração por parte das montadoras de veículos leves no Brasil no 1T23, acarretados principalmente pelas altas taxas de juros e financiamentos, os impactos devem ser menos relevantes para a Tupy, que possui maior exposição aos segmentos de pesados e off-road no mercado externo, que parece mais resiliente.

    Dito isso, acreditamos que o ano será marcado principalmente pelas capturas de sinergias das novas aquisições. Os recentes anúncios da Tupy voltados para fornecimento de peças para o mercado americano podem auxiliar a empresa a entregar mais crescimento do que o inicialmente esperado por nós.

    Mesmo com uma possível desaceleração do mercado norte-americano e do mercado europeu, os novos contratos aumentam a diversificação da companhia em termos de produtos e serviços. Acreditamos que novos contratos surgirão. Vale lembrar que com a aquisição, a MWM do Brasil eliminou os contratos de exclusividade com TRATON, o que aumentou seu mercado endereçável, podendo capturar clientes da Tupy que ainda não eram clientes da MWM.

    As empresas combinadas possuem volume suficiente para se tornarem relevantes no mercado de peças de reposição que é mais resiliente e anticíclico do que o destinado à produção de veículos para as montadoras (OEM’s).

    Análise Quantitativa

    A receita líquida reportada foi de R$ 2,6 bilhões, crescendo 25,8% com relação ao mesmo período no ano passado e caindo 3,8% com relação ao trimestre anterior, ficando 14% acima das nossas estimativas e 6% acima das expectativas de mercado. O EBITDA ajustado somou R$ 250 milhões, sendo 30,7% menor que o 3T22 e 22,8% maior que o 4T21, ficando em linha com nossas estimativas e com o consenso de mercado. Por fim, o lucro líquido surpreendeu negativamente, totalizando R$ 56 milhões, -7,8% a/a e -71,2% t/t e ficando 46,2% abaixo das nossas expectativas e 42,3% abaixo do consenso de mercado.

    Durante o período em questão, o EBITDA foi impactado por custos não recorrentes associados à reconstrução da estrutura do forno de uma de nossas operações no México, totalizando R$ 41 milhões. No entanto, ao excluir esse efeito, o EBITDA CVM e o EBITDA ajustado totalizaram R$ 247 milhões e R$ 291 milhões, respectivamente.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir