Locadoras
Após passado o efeito da 2ª onda da pandemia no 2T21, o setor de locação de veículos deve continuar apresentando bons resultados no 3T21. O problema de oferta de carros 0km persiste no setor e prejudicou o crescimento de frota das locadoras nesse trimestre. Como medida, as empresas estão prolongando a idade média dos veículos para conseguir atender a forte demanda pelo serviço, aumentando a taxa de ocupação, o número de diarias e as tarifas. Como efeito negativo dessa estratégia, o custo de manutenção também aumenta devido ao maior número de revisões, manutenções e troca de peças que são demandados em carros mais antigos. Esperamos melhores indicadores operacionais e financeiros nas divisões RAC e GTF para todas as empresas do setor de aluguel de veículos.
Na divisão Seminovos, as margens devem vir mais fortes que no trimestre passado devido ao aumento do preço do veículo usado, que acompanha o preço do novo. O aumento do preço dos veículos compensa o menor volume vendido nesse trimestre, já que as locadoras têm segurado as vendas para não perder o período de maior demanda (4T) sem veículos disponíveis para alugar.
Estamos animados com o 4T para as empresas, que devem ser beneficiadas com o aumento do turismo doméstico à medida que a vacinação avance no Brasil e a cadeia de suprimentos do setor automotivo se normalize.
Unidas (LCAM3): A empresa deve reportar fortes resultados no 3T21, com aumento de tarifa, número de diárias e taxa de ocupação. Frota deve ter pouca variação pela dificuldade de recebimento de carros no trimestre. GTF deve continuar apresentando crescimento acelerado, garantindo receita futura para a companhia à medida que a empresa receba os carros já contratados. Lucro líquido impactado pelo aumento da despesa financeira.
Movida (MOVI3): Esperamos um bom resultado da Movida, puxado pelo segmento RAC e seminovos. Na divisão RAC, tarifas e volumes crescendo perto de 10% com uma melhora na margem Ebitda t/t. Seminovos se beneficiando com a alta dos preços dos veículos. Trimestre impactado positivamente pela incorporação da CS Frotas, que deve gerar sinergias pela frente.
Localiza (RENT3): A Localiza deve apresentar resultados melhores t/t mas ainda abaixo de seus concorrentes. A companhia tem sofrido mais com a falta de oferta de veículos e tem priorizado aumentar a idade média dos veículos do que comprar carros 0km com preços elevados, esperando uma normalização da oferta de veículos. Esperamos indicadores melhores, como tarifa média, taxa de ocupação e número de diárias, mas ainda assim com uma variação menor que os competidores.
Vamos (VAMO3): Esperamos um robusto resultado da Vamos nesse trimestre demonstrando a crescente demanda pela locação de veículos pesados. Estimamos uma frota total acima de 20k veículos nesse trimestre com melhora de tarifas e volumes maiores levando um aumento na margem Ebitda e também no lucro líquido. Após o follow on realizado no 3T21, caixa não é mais problema e a empresa deve acelerar o seu crescimento.
Aéreas
O setor aéreo passa por uma retomada depois da 2ª onda da pandemia no 2T21 mas ainda aquém do que observamos no período pré pandemia. A demanda vem melhorando gradativamente e o preço da tarifa também, à medida que a vacinação avança no Brasil e os casos de Covid 19 vão apresentando redução significante. Com o aumento da capacidade da LATAM, o ambiente competitivo para a Gol tem uma piora devido a maior competição nas rotas com a empresa, diferente da Azul, que atua em rotas quase sem competição, permitindo um maior repasse dos custos para as tarifas. Margens ainda prejudicadas devido ao aumento dos custos, como combustível (barril do petróleo) e o câmbio.
Azul (AZUL4): A Azul deve apresentar lucro operacional positivo pela primeira vez desde o início da pandemia. A empresa já conseguiu ultrapassar a capacidade oferecida de 2019 e esperamos um yield perto do que observamos no 3T19, o que é um ótimo sinal de recuperação. A divisão de cargas continua com um crescimento forte à medida que a companhia aumenta o número de voos e de cidades atendidas, apresentando um RASK (receita por assento km voado) maior que o 3T19.
Gol (GOLL4): Como a empresa já divulga a prévia de resultados, não vamos ter nenhuma surpresa no resultado da Gol nesse trimestre. Diferente da Azul, a empresa ainda não se recuperou desde a pandemia e ainda deve apresentar resultados fracos. Com competição nas suas rotas com a LATAM e uma demanda ainda reduzida, o poder de repasse dos custos na tarifa fica limitado. Sem divisão de cargas dedicada, vemos a empresa com uma postura mais cautelosa quanto a recuperação, prezando pela rentabilidade e liquidez no momento.