A Unidas reportou um bom resultado do 3T21, como já era esperado pelo mercado. A receita líquida de R$ 1,559 bi veio em linha com a nossa estimativa, uma redução de 1,5% t/t e 11,2%a/a impactada pelo menor volume de carros vendidos nesse trimestre. O Ebitda recorde de R$ 636 milhões (+14,1% t/t e +72,5% a/a) e o lucro líquido de R$ 267 milhões (+10,8% t/t e +116,4% a/a) vieram 7,2% e 17,6% acima das nossas projeções, confirmando a forte temporada de resultado das locadoras.
Com a crescente demanda, as divisões RAC e GTF apresentaram melhoras operacionais e a preocupação maior é sobre a normalização da produção de veículos, que afeta todo o setor.
A parte de Seminovos foi o destaque do resultado. Com o preço do carro vendido subindo 0,8% t/t e 43,3% a/a, a margem Ebitda da divisão atingiu 22,6% nesse trimestre (vs 4,5% no 3T20). Agora, o objetivo é reduzir o volume de carros vendidos para não ficar sem automóveis disponíveis para alugar no 4T21.
Continuamos com uma visão positiva para a empresa, que tem se beneficiado pela forte demanda pelo serviço de aluguel de veículos e da redução dos casos da Covid-19 no Brasil.
Com a oferta de veículos novos prejudicada, a Unidas viu sua frota consolidada crescer apenas 2,1% t/t ou 3.680 carros. Mesmo com esse cenário, as divisões RAC e GTF tiveram melhoras operacionais como o número de diárias e tarifa média e a Seminovos apresentou margens recordes.
No RAC, o número de diarias saltou 12,2% t/t e o ticket médio foi de R$80, um crescimento de 9,2% t/t e 29,2% a/a. A taxa de ocupação também apresentou melhora, passando para 87,3% contra 86% no 2T21.
No GTF, o pipeline comercial continua robusto, com um recorde de 78k carros em disputa para o 4T21. O número de diaárias cresceu 7,5% t/t e 25% a/a enquanto a tarifa média e a taxa de ocupação se mantiveram estáveis comparadas ao 2T21.
Seminovos apresentou margem Ebitda recorde de 22,6%, beneficiada pelo aumento do preço do carro usado que acompanha o preço do carro 0km. Apesar do recorde de margem, a empresa tem reduzido o número de lojas de seminovos para se adequar ao novo nível de vendas já que muitas lojas não estavam performando bem devido ao menor volume de veículos disponíveis para venda.
Destaque negativo para o preço médio do carro comprado, que passou de R$ 72,1 no 2T21 para R$ 95,7 mil nesse trimestre, um salto de 32,8%. A empresa justificou esse aumento pela mudança do mix de carros comprados, já que as montadoras têm priorizado a fabricação de SUVs, que custam mais caro para as locadoras e possuem melhores margens para as fabricantes.
Resultado financeiro aumentou 43,1% t/t e 66,7% a/a, explicado pelo aumento da taxa de juros e as novas captações feitas pela empresa, que tem buscado alongar o prazo da dívida para não ter maiores preocupações em ano eleitoral (2022).
Esses fatores levaram o lucro líquido consolidado atingir a marca de quase R$ 270 milhões com margem de 17,1% vs um lucro de R$ 241 milhões e margem de 15,2% no trimestre anterior preparando a empresa para um 4T21 ainda mais forte.
Pontos Positivos
- Aumento do número de diárias e tarifa média no RAC e GTF
- Recorde no Ebitda consolidado e na Mg Ebitda da divisão de Seminovos
Pontos Negativos
- Aumento da despesa financeira de 41% t/t
- Aumento do preço médio do veículo comprado de 32,8% t/t e 52% a/a