Nossa opinião: O montante da operação é estimado em R$ 576,2 milhões, o que representaria um preço médio de aproximadamente R$ 197 mil por caminhão (vs. R$ 551k no 2T23). Julgamos a notícia positiva, dada a vantagem de adquirir ativos que já estarão operacionais. Em resumo, a operação consiste em um sale-leaseback, ou seja, o Grupo Petrópolis irá vender seus ativos à locadora, com a condição de alugá-los da própria Vamos em sequência. Embora a Companhia esteja adicionando caminhões usados a sua frota locada, esses são relativamente jovens (3 anos vs 2,1 anos da Vamos). Além disso, a empresa reduzirá o estoque de ativos disponíveis para locação com o giro de 589 caminhões, que serão substituídos por ativos 0 km. A única pergunta que fica é: qual o Yield desse contrato?
A Vamos anunciou sua intenção de comprar a frota de caminhões do Grupo Petrópolis. Ao todo, serão vendidos 2.926 veículos, onde 2.392 (~82%) serão utilizados em contratos de locação de longo prazo, enquanto o restante (534 caminhões) será comercializado no mercado secundário. Além disso, cerca de 589 veículos direcionados para a locação serão vendidos e substituídos por caminhões 0 km que já se encontram no estoque da Vamos, algo que deve aumentar a receita do contrato como um todo. Sendo assim, a companhia irá vender cerca de 1.123 caminhões ao longo dos próximos meses.
Para a aquisição dos quase 3 mil caminhões, a Vamos espera desembolsar cerca de R$ 576,2 milhões à vista, o que em tese consumiria cerca de 69% dos recursos recém adquiridos no Follow-on realizado pela empresa, com captação líquida de 841 milhões. Na ocasião, estimávamos que caso a empresa alocasse entre 60–70% dos recursos até o fim do 3T23, o impacto positivo potencial no EPS de 2023 seria próximo a 20%.
Hoje, utilizando um Yield de aproximadamente 2,7% no contrato, seguido de um preço médio da frota locada impactado positivamente pela entrada de caminhões 0 km, esperamos uma adição mensal de aproximadamente R$ 10,9 milhões de EBITDA.
Outro ponto importante será o aumento da taxa de utilização da frota, isso porque os 589 caminhões 0 km que serão fornecidos ao Grupo Petrópolis virão majoritariamente do estoque de ativos Companhia, não exigindo desembolso adicional de caixa relevante. No fim do 2T23, o valor de mercado dos ativos em estoque para locação atingiu R$ 3,39 bilhões entre máquinas e caminhões. A nossa expectativa é de que a normalização e redução dos estoques deverão conduzir a taxa de utilização novamente para algo em torno de 95%, conforme as médias históricas.
Dos 2.926 caminhões adquiridos, o contrato ainda prevê o giro de 1.123 ativos a serem vendidos ao longo dos próximos meses. Sendo 534 veículos da Petrópolis a serem vendidos no mercado de seminovos, somados a outros 589 caminhões que serão substituídos por veículos 0 km em que estão majoritariamente no estoque de ativos da Vamos. Dessa forma, esperamos que a companhia obtenha cerca de R$ 220 milhões de receita com a venda dos ativos no mercado secundário.
Estimamos que 30–40% dos recursos sejam destinados ao reforço da estrutura de capital. Esse montante acrescido da receita de seminovos, incremento do EBITDA estimado e ao desembolso da aquisição devem reduzir a alavancagem da Vamos de 3,58x ao final do 2T23 para 3,22x ao final do 4T23.