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    Publicado em 08 de Novembro às 17:05:03

    Vamos (VAMO3) | Prévia 3T24: Lendo nas entrelinhas

    No dia 11 de novembro de 2024, após o fechamento de mercado, a Vamos divulgará seus resultados referentes ao 3T24, e nossas expectativas são mistas. Embora esperemos crescimento contínuo da receita de locação, o segmento de concessionárias ainda não mostra sinais sólidos de recuperação. Um ponto positivo no resultado da Vamos é a perspectiva de geração de caixa no 3T24, que deve ajudar a reduzir a alavancagem de 3,4x para algo próximo de 3,2x nas nossas contas. A redução do Capex efetivo, devido ao forte volume de investimentos no 1S24 e à maior quantidade de ativos retomados no 2T24, deve acelerar a receita de venda de ativos, ainda com margem bruta próxima a 20%, favorecendo a desalavancagem.

    Em locação, as preocupações com as retomadas de ativos, que atingiram pico no 2T24, tendem a persistir. Ainda que em menor intensidade, o cenário de contratos retomados pode nos indicar uma situação de maior dificuldade de adequar a precificação das tarifas dos novos clientes à realidade de maior risco e de maior custo de oportunidade. Com o aumento expressivo dos juros de longo prazo no Brasil nos últimos 3 meses, deveríamos observar o yield médio subindo, afinal esses indicadores sempre tiveram uma alta correlação, mas não acreditamos que isso ocorrerá no 3T24. No segmento de concessionárias, as vendas de caminhões continuam a mostrar recuperação em 2024, porém no consolidado os volumes ainda são prejudicados por linha amarela e verde, segmentos ligados ao agro. Nossa expectativa aponta para uma recuperação do EBITDA, após o desempenho negativo do último trimestre. Por fim, em customização, embora menor, tem se mantido positivo, com o segmento de implementos mostrando boa performance.

    Projetamos uma receita líquida de R$ 2,0 bilhões (+6,4% t/t; +35,2% a/a) e um EBITDA que deve atingir R$ 913 milhões (+17,4% t/t; +33,8% a/a), resultando em uma margem EBITDA consolidada de 45,6% (+4,33 pp t/t; -0,5 pp a/a). Apesar da expectativa de redução na dívida líquida, acreditamos que a alavancagem ainda traz certa pressão sobre o lucro líquido de R$ 188 milhões no 3T24.

    Estamos rebaixando Vamos de COMPRA para MANTER, com preço-alvo de R$ 7,00.

    Agro ainda machuca, mas venda de caminhões se recuperam!

    A recuperação nos emplacamentos de caminhões, que cresceram 31,7% t/t no 2T24 e mais 13,6% t/t no 3T24, reflete uma retomada importante, ainda que vinda de uma base fraca em 2023. Esse crescimento em caminhões deve sustentar a receita do segmento de concessionários e proporcionar uma leve recuperação no EBITDA, ajudando a compensar a fraqueza no setor agrícola, onde as vendas de máquinas seguem em queda. O cenário de recuperação gradual nos caminhões sugere uma demanda mais aquecida, especialmente no setor de transporte e logística, que tende a ter uma demanda mais estável e menos exposta à sazonalidade do agronegócio.

    Por outro lado, o setor agrícola continua sendo um ponto de pressão para o segmento de concessionárias. As vendas de máquinas agrícolas apresentaram quedas significativas, de 33,4% a/a no 2T24 e de mais 6,7% t/t no 3T24, refletindo a baixa demanda no agronegócio Ainda é cedo para afirmar, porém, com o fim das eleições americanas e a escolha de Donald Trump como presidente, existe uma tendência de valorização do dólar, o que pode estimular as exportações brasileiras. Esse cenário traria uma perspectiva mais positiva para o agronegócio em 2025. Se os custos se mantiverem controlados, uma possível expansão da margem do produtor rural alinhada a uma expectativa de forte safra poderia ajudar na recuperação do volume de vendas de máquinas agrícolas.

    Agro ainda machuca, mas venda de caminhões se recuperam!

    A recuperação nos emplacamentos de caminhões, que cresceram 31,7% t/t no 2T24 e mais 13,6% t/t no 3T24, reflete uma retomada importante, ainda que vinda de uma base fraca em 2023. Esse crescimento em caminhões deve sustentar a receita do segmento de concessionários e proporcionar uma leve recuperação no EBITDA, ajudando a compensar a fraqueza no setor agrícola, onde as vendas de máquinas seguem em queda. O cenário de recuperação gradual nos caminhões sugere uma demanda mais aquecida, especialmente no setor de transporte e logística, que tende a ter uma demanda mais estável e menos exposta à sazonalidade do agronegócio.

    Por outro lado, o setor agrícola continua sendo um ponto de pressão para o segmento de concessionárias. As vendas de máquinas agrícolas apresentaram quedas significativas, de 33,4% a/a no 2T24 e de mais 6,7% t/t no 3T24, refletindo a baixa demanda no agronegócio Ainda é cedo para afirmar, porém, com o fim das eleições americanas e a escolha de Donald Trump como presidente, existe uma tendência de valorização do dólar, o que pode estimular as exportações brasileiras. Esse cenário traria uma perspectiva mais positiva para o agronegócio em 2025. Se os custos se mantiverem controlados, uma possível expansão da margem do produtor rural alinhada a uma expectativa de forte safra poderia ajudar na recuperação do volume de vendas de máquinas agrícolas.

    O mercado de implementos tem demonstrado uma certa resiliência, mantendo um cenário estável no volume de vendas, mesmo em um contexto desfavorável no agronegócio. No entanto, temos observado um aumento da competição no mercado local, que, tem gerado uma compressão de margens no segmento. A exemplo do que vimos nos resultados da Randon no 3T24, há uma tendência de compressão de margem operacional no setor, e é provável que a Vamos também sinta esse impacto em seu segmento de implementos. Apesar do impacto menos relevante dos implementos no consolidado da Vamos, observamos que o volume de emplacamentos no 3T24 atingiu 22,8 mil unidades, refletindo um leve tom positivo com crescimento de 1,0% t/t, embora tenha registrado queda de 3,7% a/a.

    Locação e Seminovos – yield se mantém mesmo com aumento dos juros

    Para o 3T24, esperamos um crescimento menor na locação de seminovos devido ao impacto relevante da retomada no 2T24, o que reduz a velocidade do crescimento trimestral, mas ainda permite um avanço considerável ano a ano. Observamos um aumento na curva de juros futuros, que, em teoria, elevaria o yield da Vamos considerando o maior risco nos contratos. Esse cenário coloca em questão a estratégia da Vamos, especialmente em um ambiente de risco elevado e inadimplência crescente.

    Em relação ao Capex, esperamos um valor menor para o 2S24 em comparação ao 1S24, o que deve resultar em um valor mais baixo no 3T24. Além disso, acreditamos em uma expansão considerável na reimplantação de ativos para o trimestre. A receita líquida de locação e seminovos deve atingir R$ 1.185 milhões, um aumento de 41,5% em relação ao 3T23 e 8,0% em relação ao 2T24. O EBITDA projetado é de R$ 901 milhões, um crescimento de 33,8% em relação ao 3T23 e 17,3% em relação ao 2T24, com margem EBITDA de 76,1%.

    Concessionárias – agro ainda penalizando

    Alinhado à dinâmica do setor, projetamos uma melhora considerável na venda de caminhões, enquanto o cenário para máquinas agrícolas deve permanecer lento, refletindo o ritmo mais moderado do agronegócio brasileiro. Apesar do contexto atual, enxergamos a ampliação de parcerias e a expansão dos pontos de venda como fatores positivos para impulsionar as vendas nas concessionárias. Além disso, a tendência de um dólar mais alto com a eleição de Donald Trump pode favorecer o agronegócio ao estimular as exportações. O EBITDA do trimestre ainda deve permanecer bem abaixo dos níveis observados em 2021 e 2022, no entanto esperamos um crescimento relevante na comparação t/t, com a margem EBITDA alcançando 0,4% neste trimestre, representando uma expansão de 0,2pp a/a. Em nossas premissas, a receita líquida de concessionárias deve atingir R$ 731 milhões, um aumento de 24,5% em relação ao 3T23 e 5,3% em relação ao 2T24. Enquanto o EBITDA deva ficar em cerca de R$ 3 milhões.

    Customização – segue constante

    Semelhante ao trimestre anterior, estimamos uma dinâmica positiva para o segmento de customização, considerando um mercado de implementos estável para o período. Embora a representatividade de receita dessa unidade de negócios não seja muito relevante para a companhia, e repetindo o que projetamos no trimestre passado, acreditamos que o EBITDA de customização ainda terá maior relevância que o de concessionárias, representando, em nossos cálculos, cerca de 1,0% do EBITDA consolidado, contra 0,3% do negócio de concessionárias. Além de um crescimento natural, não esperamos surpresas para o trimestre. Assim, nossas estimativas apontam para uma receita líquida de R$ 88 milhões, com queda de 5,0% na comparação trimestral, mas uma alta de aproximadamente 53,5% na comparação anual. Projetamos o EBITDA em R$ 9 milhões, com margem EBITDA de 10,5%.

    Rebaixando para MANTER

    Apesar do valuation extremamente descontado, estamos cautelosos devido ao possível estresse na cadeia e à dificuldade em aumentar preços, somados ao aumento das retomadas de ativos e aumento gradual da depreciação. Esses fatores levantam preocupações sobre a capacidade da Vamos de manter os níveis de rentabilidade no médio e longo prazo. Em nosso modelo, reduzimos o crescimento do yield, o que gerou uma forte correção na projeção de receita da companhia para os próximos anos.

    Além disso, dado o nível de alavancagem da empresa, a mudança do cenário de juros para 2025, geraram uma redução do nosso lucro projetado para 2025. Adicionalmente, o novo com a forte subida dos juros de 10 anos nos EUA, revisamos nossa taxa de desconto. Como a Vamos é um ativo de crescimento e tem grande parte de seu valor na perpetuidade, esse o ajuste resultou em uma revisão do preço-alvo para baixo, reduzindo significativamente o upside.  

    Com isso, estamos alterando nossa recomendação de COMPRA para MANTER e cortando nosso preço-alvo para R$ 7,00.

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