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    Publicado em 06 de Agosto às 03:09:59

    Vamos (VAMO3) | Resultado 2T24: Um balde de água fria…

    Na segunda-feira, 05 de agosto de 2024, após o fechamento do mercado, a Vamos divulgou seus resultados referentes ao 2T24. Os números ajustados vieram em linha com as nossas estimativas e com as estimativas do mercado. Ainda assim, consideramos o resultado como negativo, devido a surpresas relacionadas a inadimplência.

    A Vamos aproveitou o contexto das notícias ruins referentes aos desastres no Rio Grande do Sul (R$ 19,3 milhões) para reconhecer provisões para devedores duvidosos (PDDs) em seus contratos de locação (R$ 78,6 milhões), empacotando e entregando todas as notícias negativas de uma única vez. Importante adicionar que para eventuais retomados relacionados a contrato de cessão de recebíveis, a Companhia tem a prerrogativa de substituição dos contratos ou pré pagamento dos fluxos futuros relacionados, não gerando portanto, efeito no resultado financeiro. Ou seja, o aumento das PDDs e a da retomada de ativos por cancelamento de contrato podem gerar um consumo de caixa maior que o previsto em 2024.

    Do lado positivo, o volume de contratos adicionados, que impulsionam as receitas futuras de locação, veio em linha com as expectativas, indicando um crescimento contratado interessante no segmento de locação. O yield dos contratos veio 0,1 pp acima do esperado, registrando 2,56% contra a expectativa de 2,5%. Durante o 2T24, o Capex implantado pela Vamos foi de R$ 907 milhões, 10,6% maior que no 2T23.

    Do lado negativo,  destacamos que esse foi mais um trimestre de aceleração do volume de imobilizado locado retomado, que atingiu valor recorde de R$ 450 milhões, equivalentes a R$ 447 milhões de Capex. Outro destaque negativo foi a manutenção do patamar elevado de alavancagem em 3,4x (dívida líquida/EBITDA) vs 3,44 no 1T24 (Covenants = Máx 3,75x).

    A receita líquida ficou em linha com as expectativas, somando um total de R$ 1.883,3 milhões (+28,1% a/a e +9,1% t/t), superando a nossa expectativa em aproximadamente 0,9%. O EBITDA ajustado também ficou muito próximo das expectativas, com R$ 876 milhões (+32,7% a/a e +7,7% t/t), uma leve diferença de 0,8% acima do esperado. O EBITDA reportado foi de R$ 777,8 milhões, afetado pelos ajustes de impairment. O lucro líquido ajustado de R$ 205 milhões ficou ligeiramente abaixo das expectativas de R$ 210 milhões. Sem os ajustes, o EBITDA teria sido de R$ 778 milhões e o lucro líquido teria sido de R$ 140 milhões.

    Vemos a companhia sendo negociada 11,1x P/E 2024E, muito abaixo do que consideramos justo. Após a incorporação dos dados do 2T24, seguimos com COMPRA e preço-alvo de R$ 12,40.

    Desempenho por segmento

    Quando olhamos o desempenho por segmento, vemos uma melhora expressiva na locação, a reversão do prejuízo operacional em concessionárias e estabilidade na customização.

    Locação + Seminovos: A receita líquida foi de R$ 1.097,2 milhões (+39,3% a/a e +10,0% t/t), alinhada com nossas expectativas. O EBITDA somou R$ 870 milhões (+38,7% a/a e +8,8% t/t), com uma margem expressiva de 80,1% (-0,3pp a/a e -0,9pp t/t), superando ligeiramente nossas estimativas. O lucro operacional no segmento de locação representou 99,1% do EBIT total da empresa no trimestre.

    Concessionárias: A receita líquida reportada foi de R$ 693,5 milhões (+9,6% a/a e +5,0% t/t), ligeiramente abaixo das expectativas. Desconsiderando os efeitos das PDDs o EBITDA foi de R$ 10,5 milhões, com margem de 1,5%, impactado negativamente pelos desastres no Rio Grande do Sul em R$ 15,6 milhões.

    Industrial (antiga Customização): A receita líquida totalizou R$ 93 milhões (+74,1% a/a e +21,7% t/t). O EBITDA foi de R$ 14 milhões, com margem de 15,6%, levemente acima das expectativas e refletindo um desempenho robusto no segmento.

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