VIVO

    Ações > Telecom > VIVO > Relatório > TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT3) 4T21: Prévia de Resultados

    Publicado em 21 de Janeiro às 17:52:37

    TIM (TIMS3) e Vivo (VIVT3) 4T21: Prévia de Resultados

    Expectativa de resultados

    A TIM indica resultados positivos sobretudo na parte móvel com um aumento da base de clientes e a maior adesão aos serviços pós. A parte fixa, porém, não deve sofrer grandes mudanças quanto ao crescimento devido à conclusão da venda de parte da FiberCo para a IHS se tornando I-Systems, ao mesmo tempo que a empresa não apresentou expansões fortes em outros municípios.

    A Vivo segue o mesmo comportamento no móvel, com adições líquidas positivas no pós e o pré relativamente estável, com maior influência na parte de venda de aparelhos. Na parte fixa, o principal crescimento da receita será a partir do FTTH, que deve ser acompanhado do aumento da base de clientes nos dados divulgados pela Anatel.

    Para ambas, os custos tendem a sentir um impacto da situação macroeconômica, mas ainda possibilitando ganhos de margem EBITDA frente ao trimestre passado. Ambas as empresas possuem para 2022 pendências relacionadas ao leilão do 5G, desde o pagamento das outorgas até o cumprimento de suas obrigações. Além disso, há o caso da venda dos ativos móveis de Oi, que se encontra sob análise do Cade e que as próprias empresas esperam que o negócio tenha seu veredito entre o fim do 1T22 e o começo do 2T22.

    TIM (TIMS3)

    Quando voltamos nossa atenção à TIM, o primeiro segmento que nos vem em mente é o de serviços móveis. Estando dentre as 3 grandes nesse ramo no Brasil com 20,6% do marketshare em novembro de 2021 (atrás apenas da Vivo e Claro), a parte móvel representa a maior parte da receita da empresa e, no 3T21 gerou cerca de R$ 4,1b, o que correspondeu a 90,8% do total.

    No gráfico abaixo, podemos observar a distribuição dos clientes para as principais companhias e, ao compararmos os últimos dados divulgados pela Anatel de setembro, outubro e novembro, notamos um aumento no número de clientes da TIM no segmento móvel, com a maior adesão sobretudo nos serviços pós-pagos.

    Serviços Móveis. Responsável por 90,8% da receita da companhia, ela vem seguindo a tendência de redução da base de clientes nos planos pré-pagos vistos nos trimestres anteriores tendo em vista o cenário de retomada econômica e consequente migração para o pós. Outro ponto relevante e sazonal são as ofertas promocionais referentes ao Black Friday e ao Natal, que acabaram impulsionando a adesão desses clientes no 4T21.

    Assim, espera-se que o número de adições líquidas (número de pessoas que aderem ao plano subtraídas das que saem) ainda seja negativo, porém com um ritmo menor devido à alta da inflação. Em compensação, o número de clientes no pós continua a crescer propulsionado pela entrada dos antigos clientes do pré, a maior adesão aos planos promocionais ao mesmo tempo que alguns programas conjuntos se tornam mais atrativos.

    Ainda na receita móvel, há a parte de Plataforma de Clientes que se relaciona com publicidades móveis e algumas parcerias da TIM com outras empresas. Por exemplo, junto ao setor financeiro através do banco C6 e ao setor de educação utilizando-se da modalidade EAD com a plataforma Ampli do grupo Cogna. Tais segmentos continuam em expansão sendo favorecidos pela grande base de clientes da TIM. No momento, sua participação é de menos de 1% da receita móvel e ainda no 3T21 sua representatividade não foi significativa, porém vale ressaltar que se trata de uma das grandes apostas da TIM no futuro. A expectativa para o 4T21 de receita móvel é de R$ 4,1 b.

    Serviços Fixos. Representando 6,4% da receita total, a parte de serviços fixos, sobretudo em banda larga, possui um preço médio relativamente mais alto e, assim, acaba tendo maiores pressões diante do cenário macroeconômico. No 4T21 a empresa tinha expectativas para um crescimento maior nesse segmento frente ao 3T21. Porém, a conclusão da venda de 51% da FiberCo com a IHS ocorreu mais para a metade do 4T21 e a empresa havia adotado a opção de não expandir para outras cidades durante a transação, retardando a expansão da parte fibra. Portanto, não houve mudanças significativas no crescimento da TIM Live, tanto na base de clientes quanto na geração de receita. A expectativa de receita dos serviços fixos para o 4T21 é de R$ 0,29 b.

    Receita de aparelhos. Tendo em vista que ela representou 2,9% da receita total do 3T21, acreditamos que sua relevância no 4T21 aumente, tendo em vista uma ligeira retomada dos fornecedores, que buscam alternativas para lidar com a falta de insumos. A expectativa de receita de aparelhos para o 4T21 é de R$ 0,14 b.

    Custos. A expectativa é de que haja um aumento dos custos totais, vinculados aos aluguéis com a rede de fibra neutra da I-Systems e os impactos da inflação e o aumento do custo com energia. Mesmo assim, os ganhos da receita permitirão um ganho de margem EBITDA na comparação trimestral, sem contar a melhora de eficiência.

    Resumo da obra. A expectativa é de um aumento de receita frente ao 3T21 impulsionada pelos serviços móveis sobretudo na parte pós vinculadas às ofertas de fim de ano, enquanto os serviços fixos devem apresentar ligeiro crescimento. Já a receita de aparelhos deve começar a se recuperar de forma relevante ao longo deste trimestre. Os custos devem crescer em ritmo menor que a receita, permitindo ganhos de margem EBITDA mesmo com os impactos macroeconômicos, mas vale lembrar também o fator sazonal que geralmente culmina em margem EBITDA superior para o fim do ano. Os números indicam que o resultado será positivo, mas que só não foram melhores devido à situação macroeconômica e ao fato de que a fibra não se expandiu como o esperado.

    Vivo (VIVT3)

    Voltando nosso olhar para a Vivo, é ela quem realmente domina o setor de telecomunicações. Conforme os dados de novembro de 2021, ela conta com marketshares de 32,3% e 19,4% nos segmentos móvel e de fibra óptica no Brasil, sendo a líder em ambos os segmentos.

    Serviços Móveis. Responsáveis por 67,0% da receita no 3T21, teve sua base de clientes crescendo sobretudo no pós-pago, de acordo com os dados da Anatel para outubro e novembro. Ao mesmo tempo, no final de junho, houve o aumento dos preços para os clientes do controle e pós-pagos puros, o que impactou positivamente a receita do 3T21 e deve continuar a surtir efeitos nos 4T21. Enquanto isso, nos pré-pagos, apesar do aumento da base de clientes pré em outubro seguido de uma queda em novembro, a tendência é dessa base se manter estável para este 4T21. Já a parte de aparelhos foi afetada de forma positiva, com a retomada dos envios de aparelhos pelos fornecedores o que impulsionou tal segmento e a expectativa é de crescimento na comparação anual. A receita esperada nos serviços móveis é de R$ 7,2 b.

    Serviços Fixos. Aqui a representatividade dos serviços fixos com relação ao total foi de 22,6% no 3T21 (diferentemente da TIM que é de 6,4%) principalmente pelo fato de a Vivo possuir uma forte infraestrutura e rede de fibra óptica, visualizada, por exemplo, a partir dos dados de FTTH (Fiber-to-the-home) onde o crescimento tri a tri de receita foi de 7%.

    No 3T21 ela representou sozinha 45,5% da receita dos fixos e a tendência desse número é aumentar, visto que o interesse por uma tecnologia rápida e confiável se tornou algo mais do que necessário dado o contexto de pandemia onde as atividades via home-office e canais de entretenimento se tornaram mais e mais predominantes. Para evidenciar a adesão à fibra, nos dados abaixo vemos a entrada de cerca de 100 mil usuários aos serviços fibra da Vivo por mês, ou seja, é como se a empresa trouxesse para dentro de si uma pequena provedora de internet (ISP) a cada trimestre. Portanto, a expectativa é de forte crescimento mantendo os patamares dos trimestres anteriores.

    A parcela restante dos fixos é composta por três segmentos: o primeiro se trata do FTTC (Fiber-to-the-curb), que tende a diminuir pela maior implementação dos serviços FTTH. O segundo, o IPTV (serviços de TV digitais) possui uma capacidade de expansão possibilitada pelos planos conjuntos aos serviços de fibra, mas é visto muito mais como um serviço complementar à fibra, do que algo que a empresa vise se focar.

    Por fim, o terceiro é a parte de dados corporativos e TI vinculadas ao serviço B2B. Este segmento hoje responde a 30,5% da receita fixa, porém existe um grande evento que pode destravar ainda mais valor nos próximos anos: o 5G, pois através dele a gama de serviços relacionados ao B2B2C (Business-to-business-to-customers) se tornará ainda mais nítido. Mais explicações sobre como o 5G impacta as empresas podem ser vistos no relatório sobre o 5G aqui. Por fim, a receita esperada dos serviços fixos é de R$ 2,5 b englobando todos os 4 pilares dos fixos.

    Receita non-core: a receita que correspondeu no 3T21 a 10,4% do total, representa os serviços de cobre, voz fixa, xDSL e DTH, por exemplo. Com a chegada das novas tecnologias, esses serviços se tornaram desnecessários ou obsoletos, não sendo o foco da empresa e, dessa forma, apresenta uma tendência de redução da participação dessas atividades na receita (cerca de -5% t.t). É importante mencionar aqui a questão da arbitragem, no qual a Vivo deseja alterar os vínculos da telefonia fixa de concessões para autorizações e tentar evitar ao máximo essa base legada e suas obrigações obsoletas, sendo um peso tanto do ponto de vista de investimentos, quanto de resultados.

    Custos. Assim como o da TIM, deve acompanhar a receita, porém num ritmo mais leve aproveitando suas melhoras de eficiência de modo geral. Com a situação macroeconômica, o custo da energia e a inflação podem impactar negativamente as despesas gerais, mas não de maneira expressiva, também possibilitando ganhos de margem EBITDA.

    Resumo da obra. A Vivo continua a crescer em receita nos seus dois core business, sobretudo nos serviços móveis com o aumento da base de clientes nos dois segmentos com especial destaque para o pós-pago. A retomada nas vendas dos aparelhos também deve ser um ponto relevante nos resultados da companhia. No fixo, o ramo FTTH continuará a crescer, evidenciado pelo aumento da base de clientes. Ao mesmo tempo, há um grande potencial do ramo B2B (Business-to-business) vinculado aos serviços 5G e às demandas futuras.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir