VIVO

    Ações > Telecom > VIVO > Relatório > Vivo (VIVT3) | 4T21: Mais uma vez, sólida!

    Publicado em 22 de Fevereiro às 21:45:04

    Vivo (VIVT3) | 4T21: Mais uma vez, sólida!

    Dentro do esperado, com lucro surpreendente

    Neste 4T21 da Vivo, o resultado foi em linha com o esperado pela Genial e pelo consenso, continuando com performances sólidas e mais uma vez com uma surpresa animadora na parte do lucro, que foi de R$ 2,63b (+103,3% a.a e +99,9% t.t), pois houve o reconhecimento de crédito fiscal no valor de R$ 1,41 b, referente à decisão do STF da inconstitucionalidade da incidência do IRPJ e da CSLL sobre as correções à taxa Selic recebidas em razão de devolução de impostos recolhidos indevidamente.

    A empresa reportou uma receita líquida total de R$ 11,50 b (+2,8% a.a e 4,2% t.t) impulsionada pelas partes de serviços móveis que atingiram R$ 7,85b, uma alta de 3,7% a.a e 6,2% t.t que foi impactada, por exemplo, pelo crescimento da receita líquida de aparelhos (que atingiu R$ 0,88b, +8,8% a.a e +54,5% t.t, e de serviços fixos que alcançaram R$ 2,57b (+13,7% a.a e +2,9% t.t).

    Além disso, houve um aumento da base total de clientes móveis para 83,92 milhões (+6,9% a.a e +2,0% t.t) e dos clientes fibra via FTTH (Fiber-to-the-home) chegando a 4,60 milhões (+36,4% a.a e 5,8% t.t).

    O EBITDA atingiu os R$ 4,93b, representando uma expansão de 11,8% t.t (+1,1% a.a) atingindo uma margem de 42,9% (+2,89 p.p t.t e -0,68 p.p a.a). As margens aumentaram como resultado das ofertas de Natal e de Black Friday como explicado no relatório de prévia.

    Com os números apurados, o resultado foi avaliado como positivo por conseguir agregar mais valor à base móvel e consequentemente à receita via expansão do número de clientes pós. Vale salientar que a empresa obteve adições líquidas positivas em ambos os segmentos, sendo +1,54m usuários no pós (+69,9% a.a e +54,9% t.t) e +124k no pré (-86,3% a.a e -57,5% t.t).

    Com o aumento dos preços dos planos pós em junho de 2021 e as consequências advindas no 3T21 e 4T21, houve um leve aumento da receita média por usuário (ARPU) do pós ex. M2M em 0,6% t.t. Em simultâneo, o ARPU pré também subiu (+4,5% t.t) mesmo com a base de clientes mais ampla, possibilitando agregar mais valor à receita. A parte fixa por sua vez também desempenhou papel importante no bom resultado da Vivo: houve a ampliação do número de clientes do FTTH que proporcionou um aumento de receita do FTTH em +31,2% a.a e +3,5% t.t, atingindo R$ 1,18b, sendo o principal fator para tal expansão no fixo.

    A receita total divulgada foi pouco superior à estimada, refletida pela maior geração de valor via adesão de clientes pós que pagam um ticket médio superior aos do pré, visualizado a partir do ARPU, além da maior receita proveniente da venda de aparelhos.

    Os custos também foram pouco superiores aos esperados impactados pelo aumento com custo com pessoal (sobretudo devido à inflação que é repassada) e de comercialização relacionado à atividade comercial com maior vigor em um momento que a economia segue um ritmo de retomada em virtude do avanço da vacinação. Ainda, a margem EBITDA continuou a melhorar tri a tri chegando nos 42,9%.

    Pontos Positivos

    • Receita Líquida Total alcançando os R$ 11,50 b auxiliado principalmente pelo crescimento da base pré e pós do móvel, da maior venda de aparelhos e da expansão do FTTH no fixo;
    • EBITDA atingindo R$ 4,93 b, uma alta de 1,1% a.a e 11,8% t.t, garantindo uma margem EBITDA de 42,9% (+2,89 p.p frente ao 3T21 e -0,68 p.p comparado ao 4T20) exibindo melhora na eficiência operacional tri a tri;
    • Adições líquidas positivas tanto na base de clientes pré quanto pós representando um aumento da base total móvel de +6,9% a.a e +2,0% t.t;
    • ARPU pós ex. M2M e pré continuam a expandir significando uma maior geração de valor por cliente, apresentando crescimentos de 0,6% t.t e 4,5% t.t, respectivamente;
    • Expansão do número de clientes do FTTH em 5,8% t.t gerando uma receita de R$ 1,18 b (+31,2% a.a e +3,5% t.t) auxiliando no desenvolvimento da receita fixa;
    • Crescimento do ARPU em TV por Assinatura em 10,3% a.a e 0,4% t.t, associado também à conectividade fibra juntamente ao FTTH;
    • Forte performance de Dados Corporativos, TIC e Outros da receita fixa, crescendo 19,5% a.a e atingindo R$ 0,85b, vinculado às plataformas digitais além dos serviços de cloud e cibersegurança.
    • Lucro líquido acima do esperado de R$ 2,63 b (+99,9% a.a) explicado pelas melhoras de margens pelos períodos festivos com promoções (BlackFriday e Natal) além da decisão do STF relacionada à incidência de imposto que deu um boost de +1,4b para o lucro.

    Pontos Negativos

    • Aumento dos custos das operações, vinculado ao aumento da folha salarial (+17,7% a.a e +3,5% t.t) pela pressão inflacionária e dos custos com serviços e mercadorias vendidas (+15,9% a.a e +27,0% t.t), associados ao maior número de aparelhos vendidos tendo em vista ofertas promocionais em época de BlackFriday e Natal.
    • Redução na base de clientes de TV por Assinatura em -10,6% a.a e -2,8% t.t em contraste com a expansão dos outros serviços fibra;
    • Reduções nos marketshares tanto em banda larga (16,1% para 15,3%) quanto em TV por Assinatura (7,1% para 6,9% no 4T21) marcado pela grande pulverização sobretudo dos serviços de fibra óptica no Brasil.

    Detalhes da venda da aquisição da Oi Móvel e o 5G

    Oi Móvel. A empresa pagará cerca de R$ 5,5b para aquisição da sua parcela da Oi Móvel, adquirindo, por exemplo, a base de clientes (10,5m), espectro (43 MHz), estações radio-base, etc. A operação será financiada via caixa da companhia, que possui uma geração de caixa saudável e baixíssimos níveis de endividamento. A empresa, conforme os remédios do Cade, terá que vender parte das estações radio-base adquiridas, além de cumprir alguns requisitos de MVNO (direito de uso de infraestrutura de serviços móveis) e RAN Sharing (compartilhamento de recursos).

    5G. A empresa já passou a contabilizar cerca de R$ 4,5b relacionados a licenças e obrigações dentro do seu CAPEX, cujos valores são de R$ 0,9b a serem pagos em 20 anos (parte das licenças) e o restante em obrigações, ou seja, R$ 2,7b em 2022, R$ 0,6b em 2023 e R$ 0,3b em 2024.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir