Apesar da queda marginal no top line, julgamos o resultado positivo. Destacamos principalmente o aumento das margens e do ROIC, além da contínua geração de caixa. Parte da queda mencionada é resultado de uma menor receita vinda dos continentes europeu e africano. Além disso, tivemos o fim da isenção na taxa de distribuição de energia para usinas solares voltadas para geração distribuída. O fim do benefício se deu no início de janeiro e diminuiu consideravelmente a demanda por placas solares desde então.
A companhia segue gerando bons níveis de caixa (aproximadamente R$ 656 milhões), resultado de uma melhora substancial nas margens operacionais. Além disso a companhia destaca a continuação do processo de normalização dos estoque que se deu por conta de problemas nas cadeias de suprimentos após o início da pandemia. Em suma, a Weg optou por inflar seus níveis de estoque visando garantir a disponibilidade de seus produtos e conquistar novos compradores. A aquisição dos clientes obtida com a estratégia adotada deve se mostrar útil principalmente em um possível cenário de desaceleração global.
Dito isso, destacamos o aumento substancial nas margens da companhia, impactadas majoritariamente por uma queda mais acentuada no preço das matérias-primas. Além disso, o mix direcionado para mais produtos de ciclo longo também é um fator que ajuda no aumento das margens.
Mercado Interno
No mercado interno, a Weg destacou a atividade ainda positiva dos setores de mineração , papel & celulose e óleo & gás. Além disso, informou que a demanda por produtos de ciclo curto e longo ainda seguem com um desempenho positivo.
Por outro lado, em janeiro de 2022, foi finalizado o prazo para a instalação de usinas solares com isenção de taxa de distribuição. Esse evento trouxe uma diminuição na demanda por produtos do segmento de GTD.
Mercado Externo
Já no mercado externo, apesar da demanda ainda alta, destacamos aumento da receita no continente americano, enquanto observamos uma queda advinda da Europa. Segundo a Weg, parte desse desempenho se deve a uma carteira de pedidos robusta construída, principalmente nos setores de óleo & gás, mineração e água e saneamento.
Análise Quantitativa
O 1T23 totalizou um valor de R$ 7,70 bilhões de receita líquida (+12,7% a/a e -3,6% t/t), ficando em linha com as nossas expectativas e frustrando as do mercado em 3%. O EBITDA somou R$ 1,69 bilhões (+37% a/a e +8,3% t/t), surpreendendo as nossas estimativas e a do mercado em 13,4% e 3,7%, respectivamente. Olhando para última linha do resultado, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 1,3 bilhões (+38,4% a/a e +9,5% t/t), também superando ambas as estimativas em 8,3% e 12,9%, respectivamente.
Apesar dos múltiplos esticados, seguimos com uma visão positiva para Weg, dado o seu posicionamento geográfico e carteira de clientes, além da exposição a diferentes setores. Mantemos nossa recomendação de COMPRA com preço alvo de R$ 47,50.