WEG

    Ações > Indústria > WEG > Relatório > WEG (WEGE3) | Resultados 2T24: Medalha de ouro para o Brasil

    Publicado em 31 de Julho às 12:24:03

    WEG (WEGE3) | Resultados 2T24: Medalha de ouro para o Brasil

    A WEG apresentou resultados melhores que o esperado no 2T24, com crescimento robusto de receita e desempenho positivo nas margens operacionais. Embora as receitas tenham ficado em linha com as nossas estimativas e as do mercado, o grande destaque positivo foi a expansão da margem EBITDA. O EBITDA ficou 11,5% acima da nossa projeção e 10,1% acima do mercado. Esse surpresa compensou inclusive o aumento na alíquota efetiva de impostos, resultando em um lucro líquido superior as nossas expectativas em 5,8% e em 8,5% em relação ao estimado pelo consenso. Esperamos uma reação positiva do mercado.

    Do lado positivo, a WEG teve um desempenho superior ao seus pares em vários aspectos, combinando o melhor dos resultados da ABB e da NIDEC. A dinâmica de custos contribuiu para a melhora na margem bruta em 1,5pp, contrariando nossa expectativa de queda devido à consolidação dos números da Regal. Adicionalmente, as despesas gerais e administrativas em relação à receita líquida, também foram melhores que a nossa projeção, ficando 2,6pp abaixo do previsto e 2,4pp abaixo do 1T24.

    Do lado negativo, a divisão de Geração, Transmissão e Distribuição de Energia (GTD) ficou ligeiramente abaixo das nossas estimativas em 2,1%. No entanto, esse desempenho foi compensado pelos resultados acima das expectativas na divisão de motores comerciais e appliances no Brasil, que surpreenderam positivamente pelo segundo trimestre consecutivo.

    No 2T24, a WEG registrou receita líquida de R$ 9,27 bilhões (+13,5% a/a e +15,4% t/t). O EBITDA foi de R$ 2,12 bilhões, (+15,7% a/a e +19,8% t/t), com margem EBITDA de 22,9% (+0,5pp a/a e +0,9pp t/t). O ROIC atingiu 37,4% (+3,0pp a/a, -1,5pp t/t).  Ainda que em compressão de 1,5pp em relação ao 1T24, o ROIC da companhia foi de 37,4% (34,4% desconsiderando efeitos não recorrentes do 4T23) nível muito acima da média dos pares do setor. Essa compressão é explicada pelo aumento da base de capital empregado devido a aquisição da Regal, que ainda não se reflete no mesmo nível de NOPAT do restante da companhia.

    Reiteramos nossa recomendação de COMPRA para WEG, com preço-alvo de R$ 50,00.

    Análise dos Resultados

    A receita líquida totalizou R$ 9.274,4 milhões, 0,6% acima das nossas expectativas e 13,5% superior ao 2T23. O crescimento foi impulsionado não apenas pela incorporação dos números da Regal, como também pelo crescimento orgânico de aproximadamente 8,5%. No comparativo trimestral, a receita líquida total cresceu 15,4%. O mercado interno contribuiu com R$ 4.133 milhões, 0,9% acima das nossas expectativas e 10,4% superior ao 2T23. A divisão de motores comerciais se destacou pelo segundo trimestre seguido, com R$ 329 milhões, 27,7% acima das expectativas e 31,3% superior ao ano anterior. Por outro lado, a divisão de energia (GDT), que carregava consigo expectativas muito fortes, ficou 2,1% abaixo das expectativas, totalizando R$ 2.108 milhões no mercado interno e R$ 1.735 milhões no mercado externo, 1,5% abaixo das expectativas.

    Câmbio ajuda, mas ainda deve melhorar

    O câmbio médio no período, de R$ 5,21, ficou acima da nossa expectativa de R$ 5,14, o que ajudou várias linhas do resultado. Com boa parte dos custos da WEG, especialmente mão de obra, concentrados no Brasil e indexados ao real, o câmbio mais alto favoreceu a margem EBITDA, refletindo a melhora operacional. A receita líquida em dólares ficou alinhada com nossas expectativas, com a atividade industrial na Europa ligeiramente abaixo do esperado e a Ásia-Pacífico apresentando resultados melhores. Importante destacar que, esse câmbio médio de 5,21 ainda não reflete em sua totalidade a recente alta observada. A média de junho foi de R$ 5,44, porém os restante do trimestre teve média de R$ 5,14. No mês julho devido após os ruídos fiscais, o dólar se estabilizou próximo aos R$ 5,60. Caso se mantenha nesse patamar no restante do trimestre, beneficiará ainda mais os resultados da companhia.

    Dinâmica de Custos e Despesas melhor que o esperávamos

    A WEG surpreendeu positivamente na dinâmica de custos, melhorando sua margem bruta em 1,5 pp, contrariando a expectativa de queda devido à integração da Regal. Custos com materiais e frete foram menores do que o previsto, demonstrando a capacidade da empresa de repassar aumentos de custos aos preços finais. A maior concentração de receitas nos negócios de ciclo longo e estabilidade da atividade industrial nos principais países de atuação ajudam a sustentar o excelente patamar de margens. Como havíamos visto nos resultados das concorrentes ABB e NIDEC, as ordens futuras e o backlog indicam um cenário mais favorável a frente, beneficiando a precificação. Nas despesas gerais e administrativas, a WEG também superou expectativas, ficando quase 4% abaixo do esperado. Em relação à receita líquida, estas despesas foram 2,6pp menores do que o previsto e melhor do que o trimestre anterior. O controle eficaz de SG&A resultou em uma margem EBITDA acima das expectativas, com crescimento de 2,3pp, destacando-se na comparação anual e trimestral.

    Novo patamar de alíquota efetiva apresentado

    O aumento na alíquota efetiva de imposto era esperado devido à nova regulamentação do Transfer Pricing, que deveria elevar a alíquota em 2 a 3pp. No entanto, a alíquota veio ainda maior, finalizando o trimestre em 22,5%, o que foi 0,7 pp acima do esperado. Este aumento se deve, em parte, à menor concentração de receitas em divisões com maiores benefícios fiscais. Lembramos que as alíquotas no exterior vêm representando cerca de 1/3 do Tax Shield total, sendo que os outros 2/3 são provenientes de JCP e incentivos fiscais. Dessa forma, o nível normalizado para 2024 em diante deve ser algo em torno de 21%.

    Mesmo com Regal, melhor do que os pares…

    Em comparação com seus pares, a WEG apresentou um desempenho superior em vários aspectos,  combinando o melhor dos resultados da ABB e da NIDEC.  A ABB apresentou um crescimento mais modesto de receita, mas com margens estáveis. No 2T24, a receita da divisão de Motion da ABB caiu 2% a/a, com margens operacionais de 19,9% (-0,5pp a/a). Por outro lado, a divisão de Process Automation registrou um crescimento de 11% a/a na receita, enquanto as margens operacionais ficaram em 15,5% (+0,1pp a/a). Já a Nidec cresceu mais, porém com margens em compressão. Sua divisão de Machinery apresentou um crescimento de 7,6% a/a na receita líquida, com margem operacional de 10,7% (-5.2pp a/a), enquanto a divisão de Appliance, Commercial and Industrial Products teve um aumento de 11,2% a/a na receita e margem operacional de 10% (-2,9pp a/a). A WEG, por sua vez, combinou crescimento orgânico (+8,5% a/a ex-Regal) e expansão de margem EBITDA (+0,5pp a/a).

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir