Depois de algum tempo decepcionando o mercado, os resultados deste trimestre de Yduqs foram relativamente bons. A receita de R$ 1,2b (+10% a/a) veio em linha com a nossa expectativa e com a expectativa do mercado. O EBITDA ajustado veio levemente acima, em R$ 400m (+24% a/a), com efeito de R$ 3m em despesas não-recorrentes relacionadas com M&A. O efeito de uma margem EBITDA mais alta que esperávamos se propagou até um lucro líquido de R$ 76m (+76% a/a).
A captação de alunos cresceu de forma significativa em todos os segmentos. No EAD (100% e Flex) houve uma captação de 159k (vs. 95k no 1T21), enquanto na modalidade presencial e semipresencial a captação saltou para 92k (vs. 58k no 1T21), já a modalidade premium (medicina e IBMEC) tiveram captação de 3,1k (vs. 2,4k no 1T21). Com o aumento das captações, a Yduqs teve um crescimento de 16% na base de alunos total (excluindo efeitos da Qconcursos), atingindo 833k de alunos e 438k na Qconcursos.
Se por um lado as captações são uma boa notícia para a companhia, a guerra de preços nos segmentos EAD a Presencial não-premium tem continuado a provocar queda no ticket médio. A graduação presencial não-premium teve uma queda de 7% a/a do ticket médio, enquanto o segmento EAD teve uma queda de 6% a/a. A Yduqs, no entanto, acaba por sentir menos os efeitos da pressão nos preços, uma vez que 1/3 do seu EBITDA se deriva de cursos premium, que tiveram aumento do ticket médio de 9,1% e 11,5% em medicina e no IBMEC, respectivamente. Os cursos de medicina continuam expandindo, com 228 novas vagas autorizadas em março.
Os custos tiveram um leve aumento de 1,9% a/a, bem abaixo da inflação no período e, aliada a um aumento maior da receita, permitiu que a margem bruta apresentasse um crescimento de 3,2p.p. a/a, alcançando 61%. Já as despesas ficaram em linha com a inflação no período, subindo 9% a/a. Com isso, a margem EBITDA apresentou um crescimento de 3,8p.p. para 33,6%.
A Yduqs ainda possui uma estrutura de capital que a favorece, com uma dívida líquida de 1,7x EBITDA, bem abaixo da média do setor. Além de um custo de dívida médio de CDI+2%, que implica em um resultado financeiro mais brando, com aumento de 37% a/a.
O resultado deste trimestre nos indica que o pior já passou para Yduqs e, nos próximos trimestres, devemos ver resultados menos pressionados que nos últimos anos. Ainda assim, seguimos cautelosos com o setor de educação, que segue sofrendo com queda de preços e com uma situação financeira fraca das famílias. Damos preferência para companhias com maior exposição a segmentos educacionais mais premium, mantendo nossa recomendação de Compra para Yduqs e preço alvo de R$ 22,00.