A Yduqs reportou seus números do 2T22 e foram mornos, em nossa opinião. Os resultados foram ligeiramente acima de nossas projeções contudo abaixo do consenso. O destaque positivo nesse trimestre, ficou para o segmento Premium, com a Idomed avançando em base de alunos através das novas vagas aprovadas e a própria maturação dos cursos, e com destaque para a boa captação no IBMEC SP, que possui tickets maiores, fazendo o ticket médio do segmento subir. Já o Ensino Presencial, foi afetado mediante ao atraso da captação no 1T21, ocasionando em uma base comparativa mais forte.
Desempenho Financeiro: Consolidado Yduqs
Temos como mornos os resultados divulgados pela Yduqs hoje (15/08/2022). Como comentaremos no box abaixo, os destaques operacionais ficaram para o segmento premium enquanto o segmento presencial tem uma base comparativa diferenciada, impactando o desempenho do segmento.
A receita líquida da Companhia foi de R$ 1.135 milhão (-2,2% a/a e -4,9% t/t), estando +2,4% acima de nossa expectativa porém -5% abaixo do mercado. Tínhamos premissas mais conservadoras que a média, por conta da: i) baixa penetração do DIS; ii) do efeito da campanha; e iii) a própria redução de receita no segmento presencial impactando nossos números. O segmento presencial, como esperávamos, foi o principal fator de redução da receita nesse trimestre, influenciado pelos pontos acima.
A Yduqs reportou um EBITDA Ajustado de R$ 336 milhões (-5,1% a/a e -16% t/t), +3,7% acima de nossa projeção e -5% abaixo do consenso, com margem de 29,7% (+0,5 p.p. vs. Est. Genial e -1,5 p.p. vs. Consenso). Os fatores que impactaram na queda a/a e t/t, podem ser explicadas pelos três movimentos também comentados acima. Cabe a ressalva para o segmento premium que ajudou essa linha, crescendo +40,% a/a e uma margem nessa BU, de 47,3% (+5,7 p.p. a/a), incrementando R$ 36 milhões na comparação anual.
A Companhia reportou um prejuízo líquido ajustado de -R$ 15,6 milhões (vs. -12 milhões Est. Genial), sendo pressionado pelo resultado financeiro que cresceu 144,7% (-R$ 189 milhões vs -R$77,2 milhões no 2T21), derivado no aumento na taxa Selic e aumento na linha de depreciação e amortização.
Tivemos aumento do endividamento e redução no caixa reportado nesse trimestre, culminando em uma Dívida Líquida/EBITDA ajust. de 1,9x (vs. 1,3x no 2T21), porém, para nós, sendo ainda um número saudável perante as outras listadas do setor.
Desempenho Operacional: Consolidado Yduqs
A Companhia teve um desempenho positivo em seu segmento Premium – que assegurou um resultado mais resiliente – com bons níveis de captação na Idomed e no IBMEC SP, trazendo frutos positivos, além do avanço nos tickets.
A unidade Premium, viu sua base crescer 7,8% vs. 4,6% em nossas estimativas, sendo 16,3% no segmento de medicina e -0,7% no IBMEC na comparação anual. O avanço no ticket de medicina (+6% a/a), vem de novas captações e repasse para veteranos dos preços das mensalidades. Já no IBMEC, tivemos aumento de 11,5%, dada a captação da unidade de SP que apresenta um ticket superior as unidades do RJ e MG.
O Ensino EAD, viu a graduação crescer 15,3% a/a, explicada pela expansão via polos parceiros (+452 polos vs. 2T21), porém, com redução de -18,7% no ticket total (-22,9% 100% Online e -4,3% Flex), em virtude da menor captação no trimestre, como esperávamos e, derivando, uma menor receita DIS no período.
Na unidade presencial, tivemos uma pequena contração da base de graduação (-0,4% a/a), puxada pela graduação presencial (-5% a/a), enquanto a graduação semipresencial foi um dado positivo, crescendo +65,9% a/a, impulsionado pela estratégia de ampliação do portfólio de cursos. O ticket, como já comentamos em nossa prévia, foi prejudicado pelo efeito da campanha, além da menor adesão desse público ao DIS – que possui o reconhecimento de receita na cabeça -, e uma base de calouros maior na comparação anual.
Recomendação:
Tivemos um resultado morno de YDUQ3, acima de nossas expectativas porém abaixo do consenso de mercado. Temos pontos positivos, como o número de vagas de medicina para serem maturadas e a posição de endividamento ainda saudável, que nos fazem ter perspectivas de melhora para os resultados da Companhia, porém, ainda queremos observar como se dará a dinâmica de captação para o próximo semestre diante do cenário macroeconômico. Seguimos com nossa recomendação de Manter e preço alvo de R$ 22.