A Allos reportou resultados mornos no 1T25. Em comparação com seus pares listados, a companhia apresentou números relativamente mais tímidos, com menor ganho real sobre os reajustes de aluguel — o indicador de aluguel nas mesmas lojas (SSR) foi de 4,9%, frente a um IPCA de 4,4%, implicando um ganho real de aproximadamente 0,5 p.p., enquanto Iguatemi e Multiplan reportaram ganhos reais de 2,9 p.p. e 3,4 p.p., respectivamente. Além disso, as vendas totais cresceram 5,0% a/a, levemente abaixo do IPCA do período, efeito parcialmente atribuído ao descasamento do mês da Páscoa entre 2024 e 2025.
A receita líquida no trimestre foi de R$ 618,4 milhões, crescimento de 5,3% em relação ao 1T24. O EBITDA ajustado avançou 5,0% a/a, totalizando R$ 443,3 milhões, enquanto o FFO somou R$ 274,7 milhões (+3,8% a/a), com destaque para o aumento de 13,2% no FFO por ação, impulsionado pelas recompras de ações realizadas nos últimos trimestres. As vendas por metro quadrado aumentaram 4,1% a/a, e a taxa de ocupação se manteve elevada, em 96,8% — estável em relação ao 4T24 e 50 bps acima do nível registrado no 1T24. Do lado das despesas, os gastos com vendas, gerais e administrativos (SG&A) totalizaram R$ 114,8 milhões, alta de 4,7% a/a, ficando abaixo da inflação do período e refletindo o ganho de eficiência operacional, mesmo com a entrada de novos colaboradores no programa de incentivo de longo prazo da companhia.
Acreditamos que a Allos está se aproximando de um ponto de inflexão em sua performance, à medida que as condições macroeconômicas se ajustam a uma Selic elevada. Esse cenário, que tende a gerar uma desaceleração econômica, deverá impactar de forma mais acentuada a companhia, que possui menor exposição a shoppings de altíssima renda, segmento geralmente mais resiliente em tempos de estresse. Ademais, o aumento modesto do crescimento real das vendas, aliado à elevação dos custos de ocupação dos lojistas, limita a capacidade da Allos de adotar reajustes de aluguel mais agressivos.