A Allos reportou um resultado monótono e praticamente alinhado com seus pares, mas com a diferença esperada vinda do seu mix de indexação de contratos, isto é, com crescimento de SSR impulsionado pela maior participação de contratos indexados ao IPCA quando comparado à Multiplan/Iguatemi. O crescimento, assim como todo o setor, foi brando, mas as margens seguiram em patamares elevados, demonstrando o excelente controle de custos mesmo em momentos de baixo crescimento. A visão do mercado quanto à companhia ainda se pauta majoritariamente na reciclagem de ativos, que está mais lenta (mas não parada!) nos últimos meses devido à menor liquidez no mercado de FIIs. Vemos Allos negociando a 9x P/FFO NTM e FFO yield de 11%, que nos parece barato, especialmente considerando este spread de 5p.p. sobre as NTN-Bs longas, justificando nossa recomendação de Compra. No entanto, dentro do setor, nossa preferência segue nas administradores de shoppings mais premium (IGTI11 e MULT3), dada uma maior expectativa de crescimento e resiliência.
Do ponto de vista operacional, a Allos reportou números satisfatórios, alinhados com a expectativa criada pelos resultados dos seus pares. O SSR veio em 2,6% (vs. 1,9% Multiplan e 2,9% Iguatemi), sendo menos impactado pelo IGP-M negativo pela maior relevância de contratos indexados ao IPCA. Já o SSS veio relativamente fraco em “apenas” 3,9%, levemente abaixo da inflação de 4,2% e abaixo dos seus pares (Iguatemi 4,0% e Multiplan 5,1%). Dado este diferencial menor entre SSR/SSS, vimos uma queda menos brusca no custo de ocupação de Allos caindo 33bps a/a para 10,5%, mas ainda assim esta queda é positiva, abrindo espaço para aumento de aluguéis nos próximos trimestres. A taxa de ocupação subiu para 96,3% (+61bps a/a), ficando flat t/t, o que é ligeiramente negativo dada a sazonalidade do trimestre que tradicionalmente vê um aumento na taxa de ocupação. A inadimplência veio baixa em 1,1%, caindo significativamente (-1,4p.p. a/a) graças ao maior poder de barganha dos shoppings contra os lojistas nos meses recentes.
Do ponto de vista financeiro, vimos receita praticamente flat e próximo das expectativas, enquanto os custos e despesas somados também se mantiveram estáveis, levando a um EBITDA ajustado de R$ 450m (vs. R$ 453m no 1T24). O reconhecimento de venda de ativos em outros trimestres também impactou positivamente o resultado em R$ 153m, levando a um salto no lucro líquido para R$ 326m (+113% a/a).