A Allos reportou resultados positivos no 2T25, em um trimestre sem muitas surpresas. Operacionalmente, o indicador de Same Store Sales (SSS) avançou 7,1% e o de Same Store Rent (SSR) cresceu 7,7%, ambos acima da inflação medida pelo IPCA acumulado até abril (5,53%) – considerando uma defasagem de 2 meses -, o que representa ganhos reais de aproximadamente 1,49% e 2,06%, respectivamente. Apesar de positivos, esses ganhos ficaram marginalmente abaixo dos pares listados do setor, o que pode ser explicado principalmente pela composição do portfólio, comparativamente menos “premium”. Além disso, a taxa de ocupação encerrou o trimestre em 96,4%, praticamente estável em relação aos números reportados no 2T24 e 1T25. Já o custo de ocupação recuou para 10,2% (-26 bps a/a), permanecendo abaixo da média histórica, embora em um patamar menos distante do que o observado nos principais pares listados. Essa menor diferença decorre não apenas da proximidade entre SSS e SSR, mas também do fato de, em alguns trimestres, o SSS ter ficado abaixo do SSR. Esse cenário tende a limitar o poder de barganha, ainda que a companhia mantenha algum espaço para repasses reais acima da inflação.
Em termos financeiros, a receita líquida totalizou R$ 656,4 milhões (+8,4% a/a), enquanto as despesas operacionais recuaram 8,9% no período, resultando em um NOI de R$ 579,8 milhões, equivalente a uma margem de 93,3%. O EBITDA ajustado foi de R$ 475,7 milhões, com margem de 72,5%, enquanto o lucro líquido e o FFO atingiram R$ 186,7 milhões e R$ 304,6 milhões, respectivamente, representando variações de -39,3% e +1,9% a/a. A queda de ambos os indicadores em relação ao ano anterior, é explicada principalmente pelo aumento das despesas financeiras, que cresceram 19,8% no período, reflexo do patamar mais elevado da taxa de juros. Enquanto isso, a alavancagem (dívida líquida/EBITDA) permaneceu em 1,7x, o menor múltiplo em comparação aos pares listados, enquanto o custo da sua dívida terminou o trimestre em aproximadamente CDI+0,75%, em linha com os principais concorrentes listados.
Por fim, chamamos a atenção para a Helloo, braço de mídia da Allos, que vem apresentando crescimento consistente dentro do grupo, mas segue amplamente ignorada pelo mercado. A unidade registrou receita bruta de R$ 45,2 milhões no 2T25 (+31,3% a/a) e, considerando a recente venda da Eletromídia por R$ 1,77 bilhão, equivaleria a um valor estimado de cerca de R$ 230 milhões. Embora ainda pequeno diante do tamanho da Allos, o negócio vem crescendo de forma acelerada e, caso mantenha esse ritmo, pode se tornar cada vez mais relevante dentro do grupo. Entre os destaques do trimestre, está a parceria com a NEOOH para operar a mídia indoor out of home (OOH) em 17 aeroportos do país, incluindo Congonhas (SP), com contrato de dez anos e início das operações em julho.