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    Publicado em 04 de Maio às 14:14:22

    Ambev (ABEV3) | Resultado 1T23: melhor que o esperado!

    Seguimos com a recomendação de MANTER para ABEV3. A Ambev entregou um bom trimestre, com resultados acima de nossas expectativas e do consenso do mercado, tanto em termos de receita quanto de margem, sendo a segunda motivada, em especial, pelos segmentos Cerveja Brasil e NAB.

    O segmento LAS apresentou fortes melhoras operacionais, que possibilitaram uma boa expansão de margens, enquanto nos segmentos CAC e Canadá, observamos uma contração.

    A tendência de queda nas principais commodities utilizadas pela companhia (trigo, milho e alumínio) deve possibilitar, no médio prazo, uma expansão ainda maior de margens, do que a observada nesse trimestre.

    No entanto, vemos um potencial de crescimento limitado para a companhia, e, no preço atual, enxergamos pouco upside. Assim, reiteramos nossa recomendação de MANTER para as ações da Ambev, com preço-alvo de R$ 15,00.

    Análise dos resultados

    Como mencionado, este foi um trimestre bastante sólido para a Ambev. A companhia reportou uma receita líquida de R$ 20,5b (+11,3% a/a), 3,6% acima de nossas expectativas, e um EBITDA de R$ 6,4b (+16,7% a/a), 12,9% acima de nossas projeções.

    Assim, a empresa alcançou uma margem EBITDA de 31,4%, avanço de 1,4 p.p. a/a, e 2,6 p.p. acima do que esperávamos. Por fim, foi reportado um lucro líquido de R$ 3,8b (+8,1% a/a), bastante acima de nossas expectativas e do consenso, devido a uma baixa alíquota efetiva de imposto.

    Cerveja Brasil

    O segmento Cerveja Brasil apresentou um pequeno crescimento no volume de vendas, de 0,8% a/a, mas vale notar a base de comparação desafiadora do 1T22, trimestre que apresentou bons volumes dado a recuperação, na época, do consumo fora de casa, pós queda do uso obrigatório de máscaras.

    A receita atingiu R$ 9,3b (+14,4% a/a), impulsionada pela resiliência das marcas core e pelo avanço das marcas premium e super premium, que cresceram 35% a/a (com market share estável). Já o EBITDA foi de R$ 2,8b (+20,3% a/a), com uma expansão de margem de 1,5 p.p., a qual atingiu 30,7%.

    O segmento Cerveja Brasil representou 45,1% da receita líquida consolidada neste trimestre.

    NAB Brasil (non-alcoholic beverages Brasil)

    O segmento de não alcoólico no Brasil apresentou um bom crescimento de volume, de 7,3% a/a, e também forte crescimento de receita, a qual atingiu R$ 1,8b (+18,6% a/a), impulsionado pela Pepsi Black, que mais do que triplicou o seu volume em relação ao 1T22, e pelas marcas H2OH! e Gatorade.

    O EBITDA reportado foi bom, de R$ 487m (+41,3% a/a), com uma forte expansão de margem de 4,4 p.p., a qual atingiu 27,4%. Esta expansão se deve, parcialmente, por um mix positivo de marcas premium, o qual compensou as maiores despesas com SG&A.

    O segmento NAB Brasil representou 8,6% da receita líquida consolidada no 1T23.

    CAC (América Central e Caribe)

    O segmento CAC novamente apresentou resultados fracos, em especial em relação aos demais segmentos da companhia. Mesmo com a demanda na República Dominicana melhorando, houve uma queda no volume de 5,0% a/a, decorrente, principalmente, pelo fraco desempenho no Panamá.

    A receita foi de R$ 2.3b (+1,0% a/a), e o EBITDA de R$ 850m (-4,7% a/a). Assim, houve uma contração de margem de 2,2 p.p., a qual atingiu 36,9%, decorrente de uma forte pressão inflacionária, em especial, em relação a combustível e frete marítimos (CAC depende de um maior mix de produtos importados).

    O segmento CAC foi responsável por 11,2% da receita líquida consolidada no trimestre.

    LAS (América Latina do Sul)

    O segmento LAS trouxe destaques bastante positivos. Por um lado, houve uma queda de 7,8% a/a no volume, dado o cenário macroeconômico difícil na Argentina e no Chile, o qual impacta o poder de compra da população desses países. Por outro, houve crescimento de 11,5% a/a na receita.

    A receita atingiu R$ 5,1b, impulsionada por um bom volume na Bolívia, ganho de market share no Paraguai, e boas iniciativas de gestão de mix do portfólio em ambientes altamente inflacionários. O EBITDA foi de R$ 1,9b (+24,4% a/a), com uma expansão de margem de 3,7 p.p., a qual atingiu 36,4%.

    O segmento LAS representou 25,0% da receita líquida consolidada neste trimestre.

    Canadá

    No segmento Canadá, houve um crescimento de volume de 5,0% a/a, mas vale notar que a base comparativa do 1T22 era bastante fraca, dado desaceleração da indústria da cerveja no país observada nesse mesmo período do ano passado.

    A receita atingiu R$ 2,0b (+4,7% a/a), e o EBITDA foi de R$ 393m (-5,8% a/a), com uma contração de margem de 2,1 p.p., a qual atingiu 19,2% no trimestre. Esta contração foi impulsionada, principalmente, por pressões inflacionárias nos preços de fretes e no SG&A.

    Neste trimestre, o segmento Canadá representou 10,0% da receita líquida consolidada.

    Olhando adiante

    Esperamos uma redução dos custos da companhia no médio prazo, com suas principais commodities em tendência de queda. Entretanto por identificarmos pouco potencial de crescimento na empresa, seguimos cautelosos com os papéis de Ambev, reiterando nossa recomendação de MANTER.

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