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    Publicado em 10 de Novembro às 03:21:29

    B3 (B3SA3) | Resultado 3T23: Resultado resiliente apesar da queda de volumetria

    A B3 reportou R$ 1,07b de lucro líquido, em linha com o consenso e nossas expectativas (R$ 1,06b). Com um leve aumento de +2,0% t/t e +4,4% a/a, o lucro foi beneficiado na comparação trimestral por uma alíquota de imposto de 22,5%, 6,2 pp menor. A B3 concluiu a aquisição da Neurotech em 12/maio, assim, o 3T23 foi o primeiro trimestre com impacto completo nos números (com impacto de + R$ 23,6m na receita, + R$ 23m nas despesas e impacto nulo para o lucro). 

    No 3T23, o mercado mostrou retração no ADTV (volume médio de negociações diárias), para R$ 24,5b, queda brusca de -11,6% t/t e -9,7% a/a. Apesar da queda no ADTV, a receita se manteve estável t/t reflexo de margens mais elevadas nos produtos (tabela progressiva de desconto vs volume).

    Para 2024, projetamos um lucro contábil estimado de R$ 5,1 bilhões, o que representa um aumento de 19% em relação a 2023. Esse crescimento é impulsionado por uma expectativa de maior interesse no mercado de ações com queda da taxa de juros, resultando em um aumento de volume (ADTV), que deve impulsionar a receita líquida. Além disso, prevemos despesas mais controladas, decorrentes do término da amortização de ativos intangíveis e melhorias na eficiência operacional. Por outro lado, esperamos uma queda no resultado financeiro devido à expectativa de redução nas taxas de juros.

    Com expectativas de um ciclo de queda de juros e de uma melhora operacional da B3 para 2024, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR com preço alvo em R$ 16,00, implicando um upside de 29%. Além disso, acreditamos que a B3 negocia a um valuation atrativo a 14,8x P/L 24E (com benefício fiscal) e 14,2x P/L 24E (sem benefício fiscal), abaixo de pares internacionais, que negociam em média a 20,6x P/L 24E.

    B3 (B3SA3) | 3T23: Receitas estáveis

    Novas Iniciativas

    A B3 anunciou, em outubro, um acordo com a MBOCHIP (MBO), empresa de tecnologia especializada em telas de negociação eletrônica e algoritmos para clientes institucionais no Brasil. Essa transação visa diversificar e expandir negócios em áreas adjacentes ao principal, fortalecendo a presença da B3 em serviços de tecnologia para o mercado de capitais. A transação envolve a aquisição de uma participação minoritária na MBO e a celebração de um acordo comercial para disponibilizar a tecnologia e produtos da MBO aos clientes da BLK, enquanto a MBO amplia seu alcance e base de clientes.

    Além disso, em questões regulatórias, a CVM aprovou, em outubro, as soluções de negociação de grandes lotes de ações e ativos representativos de ações propostas pela B3. Essas plataformas, desenvolvidas com base na Resolução CVM 135/22, que permite a realização de negociações de grandes lotes fora do ambiente de bolsa, têm seu lançamento anunciado para novembro.

    Ademais, foram realizados investimentos totalizando R$46,9 milhões, sendo R$29,1 milhões destinados ao core business e R$17,8 milhões direcionados para novas iniciativas. Os investimentos abrangeram principalmente atualizações tecnológicas em todos os segmentos da B3, incluindo capacidade, segurança, e desenvolvimento de novos produtos e funcionalidades.

    Receita

    A receita líquida de R$ 2,25b no tri teve pouca evolução (+0,8% t/t e -0,4% a/a), mas em linha com o que esperávamos dada a baixa volumetria da bolsa. O destaque negativo do trimestre ficou com o segmento de listados que contraiu 2,3% t/t e 8,1% a/a, mas que foi compensado pelo bom desempenho dos outros segmentos.

    Listado. A receita ficou em R$ 1,5b (-2,3% e -8,1%), impactada negativamente pela linha de negociação e pós-negociação (-2,6% t/t e -10,5% a/a), refletindo margem e volume menores no período, além da linha de empréstimos de ações (-23,6% t/t e -34,4% a/a). Ademais, a linha de juros, moedas e mercadorias também pesou para a receita no trimestre, apresentando uma queda de 1,6% t/t e 5,2% a/a.

    Balcão. O resultado melhorou em 3,0% t/t e 14,4% a/a, para R$ 376m. O segmento balcão segue melhorando, em função de um cenário ainda positivo para instrumentos de renda fixa (+2,6% t/t e +13,3% a/a). As outras linhas que compõe a receita de balcão também contam com um bom desempenho, com “outros” crescendo +7,4% t/t e +17,7% a/a e derivativos (+0,8% t/t e +15,7% a/a).

    Infraestrutura para financiamento. A receita ficou em R$ 118m (+4,9% t/t e +7,3% a/a), resultado do aumento nos financiamentos de veículos no período.

    Tecnologia, dados e serviços. A receita de R$ 506m cresceu +6,5% t/t e +13,2% a/a, marcado pelo aumento de clientes do segmento de balcão e correções anual de preços pela inflação. Além disso, a consolidação da Neurotech compensou a menor receita de market data.

    Despesas

    As despesas somaram R$ 902m (+5,0% t/t e +6,9% a/a), em linha com o que esperávamos. Desconsiderando os efeitos da consolidação da Neurotech, as despesas totalizariam R$879m, um aumento de 4,2% em relação ao 3T22, ficando abaixo do IPCA do período.

    Resultado Financeiro

    No 3T23, o resultado financeiro foi positivo em R$39m (-61,9% t/t e reversão do valor negativo de R$50m no 3T22). A queda trimestral foi impactada por uma redução de 4,2% t/t nas receitas financeiras e um aumento de 2,2% t/t nas despesas financeiras. Além disso, as variações cambiais também contribuíram para a redução do resultado no trimestre.

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