Resumo e recomendação
A Boa Safra reportou seu resultado no dia 09/11/2023, após o fechamento do mercado. A empresa apresentou um resultado sólido, ficando acima das nossas expectativas, ao demonstrar um bom crescimento e expansão de margem na comparação a/a. Além disso, a empresa atingiu um novo recorde para a carteira de pedidos de sementes dos 3T’s, indicando que a empresa deve manter uma boa performance no 4T23. Sendo assim, seguimos com nossa recomendação de COMPRA com preço-alvo de R$17,00.
Análise do resultado
Reportando uma receita líquida de R$987m, em um crescimento de 12% a/a devido a um reflexo positivo do (i) incremento na capacidade produtiva, junto a (ii) investimentos estratégicos, como a implementação do TSI, e de (iii) aquisições, tal qual a Bestway, que marcou a entrada no segmento de beneficiamento de milho. Dessa forma, tivemos uma expansão no volume de sementes e grãos vendidos, reforçado pela venda de estoque, que também se beneficiaram de um preço médio maior nas commodities.
O lucro bruto da companhia ficou registrado em R$135m, refletindo um aumento de 34% a/a, melhor que o esperado previamente. Isso se deve principalmente por conta do crescimento de top line com as vendas de sementes, bem como à antecipação da comercialização de soja em grão, motivada pelo carry negativo de carregar a soja para o 4T23. Com a evolução, a margem bruta aumentou em +2,27 pp na comparação a/a.
Somando um ganho leve com instrumentos financeiros de hedge, o EBITDA Ajustado ficou em R$139,3b, crescimento de 50,4% a/a. Na mesma toada, o lucro líquido foi reportado em R$115m (+34,6% a/a), um valor ligeiramente acima do estimado, visto uma receita mais forte.
Outros destaques
Embora a carteira de clientes tenha caído t/t como usual pela sazonalidade do 3T23 na base, vemos uma contínua evolução a/a, atingindo R$506m (vs. R$464m no 3T22). Buscando sempre uma maior produtividade atrelada a rentabilidade, a Boa Safra tem aumentado sua diversificação de regiões e culturas com a cautela dos agricultores, ampliando as operações para feijão, forrageiras, sorgo e trigo.
Ainda assim, o destaque continua sendo a operação de soja, que vem crescendo no acumulado do ano em 19% a/a, por conta de uma maior capacidade instalada. Vale ressaltar o importante investimento feito no CDs e nas máquinas de TSI (Tratamento de Semente Industrial), o que possibilitou a realização de tratamento de todas as unidades, conseguindo entregar o produto a tempo do plantio.
Do lado negativo, a escassez de chuvas em algumas regiões tem levado os agricultores a serem mais cautelosos no início do plantio, uma vez que a umidade do solo é crucial para o desenvolvimento das culturas. Portanto, vemos uma redução na velocidade da área semeada como reflexo das incertezas meteorológicas no Brasil.