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    Publicado em 06 de Setembro às 00:22:42

    BrasilAgro (AGRO3) | Resultado 2T23 (4T23 Ano Fiscal): Resultado fraco, salvo por vendas de fazendas

    Resumo

    A BrasilAgro divulgou seus resultados em 05/09/2023, após o fechamento do mercado. A empresa apresentou um desempenho operacional fraco, que foi afetado pela queda nos preços das commodities, além de enfrentar custos elevados de frete e insumos. No entanto, a empresa conseguiu realizar vendas de fazendas a preços atrativos e planeja distribuir um dividendo de R$ 320 milhões, o que representa um yield de 12,9%.

    Considerando nosso viés negativo atual em relação às commodities agrícolas e a expectativa de que a empresa reduza suas distribuições de dividendos no futuro, estamos ajustando nosso preço-alvo para R$ 28,00 e alterando nossa recomendação para MANTER.

    Análise do Resultado

    A empresa reportou uma receita líquida operacional de R$ 257,7m (-3,0% vs. Genial Est.), uma queda de 26,5% a/a. Essa queda é atribuída principalmente à queda nos preços das commodities agrícolas. No entanto, o resultado foi parcialmente compensado pelas vendas de fazendas que gerou uma receita de R$ 346,1m.

    O EBITDA operacional no trimestre atingoiu R$ 36,7m (-6,3% vs. Genial Est.), uma queda de 45,1% a/a, impactado principalmente pela queda de preços das commodities agrícolas e aumento dos custos de insumos agrícolas e fretes. Se considerarmos as vendas de fazendas a empresa reportou um EBITDA de R$ 365,3m.

    O lucro líquido operacional foi de R$ -85,9m, apresentando uma queda significativa de -376,0%, consequência de um resultado mais fraco pelos motivos listados acima. Considerando as vendas de fazendas a empresa reportou um valor de R$ 242,7m.

    Outros

    A empresa anunciou a distribuição de dividendos no valor de R$ 320 milhões (~12,9% dividend yield) a serem aprovados, acima do esperado. No entanto, há preocupações em relação a distribuição de dividendos futuros, um dos principais pontos da tese da empresa.

    Em nossa visão, a estratégia de hedge está atrasada, especialmente considerando nosso viés pessimista atual, impulsionado pela perspectiva de que os preços dos grãos continuarão sob pressão. Isso se deve à safra recorde no Brasil, à recuperação da safra na Argentina, apesar da expectativa de que a safra nos EUA seja mais fraca do que inicialmente projetado.

    Na última avaliação das propriedades da empresa, realizada em 30 de junho de 2023 pela Deloitte, o valor das terras foi estimado em R$ 3,6 bilhões, o que implica em um valor líquido dos ativos (NAV) por ação de R$ 37,24. Porém a empresa historicamente a empresa negocia com um desconto aproximadamente 20%, o que implica em um preço de aproximadamente R$ 30.

    Conclusão

    Mesmo com a avaliação de terras positiva, estamos cortando o preço-alvo para R$ 28,00 e mudando nossa recomendação para MANTER, devido, ao nosso viés baixista para commodities agrícolas, dividendos futuros incertos (parte essencial da tese da empresa) e hedges atrasados.

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