A BRF (BRFS3) irá reportar o seu resultado do 1T23 no dia 15/05, e, neste relatório, vamos apresentar as nossas expectativas para os números da companhia e compará-las às expectativas de mercado.
Esperamos um trimestre fraco, em termos de receita e de margens. O cenário de sobreoferta global da proteína do frango, e custos ainda elevados das principais commodities utilizadas pela companhia (embora já em tendência de queda), devem seguir prejudicando os resultados da companhia.
Soma-se a isso uma alta alavancagem, e melhorias operacionais e de eficiência ainda pequenas, e temos fatores suficientes para nos deixar cautelosos com as ações da companhia, e reiterarmos nossa recomendação de MANTER, com preço alvo de R$ 9,00.
Prévia 1T23
No 1T23, esperamos uma receita total de R$ 12,8b, um recuo de 6,1% a/a, impactada pelo cenário de sobreoferta global da proteína do frango, que desfavorece sua precificação.
Projetamos um EBITDA de R$ 760m, consideravelmente acima do 1T22, o qual havia sido um trimestre de desempenho bastante frustrante, em que a companhia entregou um dos patamares mais baixos de margens da sua história, devido a elevados custos de grãos, transporte e logística.
Desta forma, no 1T23, esperamos uma expansão de 4,9 p.p. a/a na margem EBITDA, a qual deve alcançar, assim, 5,1%. Para o bottom-line, não esperamos grandes novidades, projetando assim que a companhia deve seguir sem gerar lucro, entregando um prejuízo de R$ 569m.
Nossas estimativas encontram-se em linha com o consenso, tanto em termos de receita quanto de margem. Desta forma, nossa receita projetada encontra-se apenas 1,5% abaixo do consenso, e nossa margem EBITDA menor em 0,2 p.p..
Nos próximos trimestres, esperamos uma gradual e sequencial melhora nas margens, dado tendência de baixa observadas nos preços da soja e do milho. Também temos perspectivas melhores para o cenário global de oferta e demanda da proteína do frango, as quais devem permitir uma melhor precificação.
Em relação a alavancagem, devemos seguir observando uma companhia alavancada ao longo do ano. No entanto, esperamos uma pequena queda na relação Dívida Líquida/EBITDA, a qual deve se manter em 3,5x nos próximos trimestres.
Seguiremos monitorando o plano de desalavancagem da companhia, o qual deve ajudar a reduzir seu alto nível de endividamento. O plano envolve a possível venda dos ativos da divisão de petfood da BRF por cerca de R$ 2b, e a venda de demais ativos non-core por aproximados R$ 2b.
Ainda que enxerguemos melhores perspectivas de custos e de precificação para os próximos trimestres, fatores como a alta alavancagem e não vermos melhoras operacionais relevantes no curto e médio prazo, nos mantém cautelosos com as ações da BRF. Assim, reiteramos a nossa recomendação de MANTER.