BRF

    Ações > Alimentos > BRF > Relatório > BRF (BRFS3) | Resultado 1T23: poucas melhoras

    Publicado em 15 de Maio às 23:54:46

    BRF (BRFS3) | Resultado 1T23: poucas melhoras

    Seguimos com a recomendação de MANTER para BRFS3. A BRFS3 entregou um trimestre fraco, porém com resultados acima dos apresentados para o mesmo período do ano passado. A receita veio pouco acima de nossas expectativas, enquanto a margem veio abaixo.

    No entanto, vale frisar que a base comparativa anual é bastante fraca, dado que a companhia entregou, no 1T22, uma das menores margens de sua história.

    Enquanto o segmento Brasil apresentou uma relativa melhora e resultados decentes, o Internacional entregou números decepcionantes, tendo sido fortemente impactado pelo cenário de sobreoferta global do frango e custos de commodities ainda elevados (embora já em tendência de queda).

    Além disso, a alavancagem segue alta (ainda que ligereiramente menor) e não vemos perspectivas de melhorias operacionais e de eficiência relevantes no médio prazo. Assim, seguimos cautelosos e reiteramos nossa recomendação de MANTER, com preço-alvo de R$ 9,00 para as ações da BRF.

    Análise dos resultados

    Como mencionado, ainda que este trimestre tenha apresentado resultados melhores na base comparativa anual, os números entregues foram fracos, em especial, em termos de margens, uma vez que a base comparativa é bastante fraca (1T22 foi um dos piores trimestres da história da companhia).

    A companhia reportou uma receita líquida de R$ 13,2b (+9,4% a/a), 3,1% acima de nossas expectativas, e um EBITDA de R$ 607m (+300,1% a/a), 20,1% abaixo de nossas projeções.

    Assim, a empresa alcançou uma margem EBITDA de 4,6%, uma expansão de 3,3 p.p. a/a e compressão de 2,7 p.p. t/t. Por fim, foi reportado um prejuízo líquido de R$ 1,0b (-33,8% a/a), acima de nossas expectativas e do consenso.

    A BRF encerrou o trimestre com um dívida líquida de R$ 15,3b (+4,8% a/a), com uma alta alavancagem de 3,35x Dívida Líquida/EBITDA UDM, consequência de dificuldades operacionais. No entanto, nota-se que houve uma pequena redução do patamar do 4T22 (3,55x Dívida Líquida/EBITDA UDM).

    Brasil

    O segmento Brasil apresentou resultados bem melhores que o segmento Internacional. Foi entregue uma receita de R$ 6,4b (+9,1% a/a e -17,3% t/t), sendo o recuo na base trimestral devido a sazonalidade do primeiro trimestre (ausência de comemorativos e concentração de despesas extraordinárias).

    Entregou-se um EBITDA de R$ 513m (-236,2% a/a e -33,0% t/t). Desta forma, a margem EBITDA alcançou 8,0%, um forte avanço de 14,4 p.p. a/a e recuo de 1,9 p.p. t/t. A expansão na base anual foi reflexo de uma melhor execução comercial e gestão mais disciplinada dos estoques.

    Este segmento representou 48,7% da receita líquida consolidada e 84,5% do EBITDA consolidado neste trimestre.

    Internacional

    Já no segmento Internacional, foram entregues resultados bem mais fracos, em especial em termos de margens, impactados por preços de exportação baixos devido cenário de sobreoferta global da proteína do frango, e commodities ainda em patamares elevados.

    A receita foi de R$ 6,1b (+11,8% a/a e -1,5% t/t), enquanto o EBITDA foi negativo em R$ 106m (-124,9% a/a e -164,6% t/t). Assim, a margem EBITDA reportada para o segmento foi de -1,7%, equivalente a uma forte compresão de 9,5 p.p. a/a e 4,4 p.p. t/t.

    A companhia não divulga mais os resultados de suas operações internacionais por região. Neste trimestre, o segmento Internacional representou 46,6% da receita líquida consolidada.

    Olhando adiante

    Projetamos uma pequena e gradual expansão de margens ao longo dos próximos trimestres, decorrentes, em especial, da tendência de baixa das curvas de preços da soja e do milho, principais commodities utilizadas pela companhia.

    Esperamos ainda uma melhora da dinâmica global de oferta e demanda da proteína do frango, que deve viabilizar uma melhor precificação. No entanto, não enxergamos grandes melhorias operacionais e de eficiência na empresa no curto e médio prazos.

    Além disso, também devemos continuar vendo uma BRF bastante alavancada. Seguiremos monitorando o plano de desalavancagem da companhia, o qual visa reduzir seu endividamento por meio da venda de seus ativos da divisão de petfood, e demais ativos non-core, por quantia total aproximada de R$ 4b.

    Seguimos cautelosos com os papéis da BRF e reiteramos nossa recomendação de MANTER.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir