Alterando a nossa recomendação para MANTER.
Estamos ALTERANDO a nossa recomendação para MANTER. Nossa recomendação é derivada não apenas da performance das ações, que acabaram por levar o preço das ações para abaixo do nosso preço -alvo, oferecendo assim maior upside/margem de segurança em relação ao valuation do papel. Em linhas gerais, gostamos do resultado da empresa, o que deve trazer upside em relação as nossas estimativas para 2022 se anualizarmos os resultados do 1T22 – o que poderia ser considerado uma premissa ruim, a medida que boa parte do lucro do trimestre é derivada do reconhecimento contábil da marcação a mercado das dívidas dolarizadas da empresa que no trimestre apresentaram um ganho a medida que o real se valorizou vs dólar (valorização essa que já foi devolvida pelo mercado ao longo do 2T22). Como estamos mencionando em nossos últimos relatórios relacionadas a CEMIG, acreditamos que a empresa é um case razoavelmente bem gerenciado para uma estatal. Entretanto, preferimos esperar uma janela de oportunidade mais interessante para alterar a nossa recomendação no case.
Estamos reduzindo o preço-alvo para R$12,5/ação – mas fique tranquilo que não observamos nenhuma alteração nos fundamentos. Estamos introduzindo um novo preço-alvo para Cemig baseado simplesmente na emissão de novas ações feita pela empresa para sua base de acionistas. A bonificação incrementou o nº total de ações de 1,8M para 2,2M. Sendo assim, a redução do nosso preço-alvo é reflexo apenas dessa modificação na base acionária e não nenhuma mudança de fundamento e/ou estimativas.
Detalhamento dos Resultados 1T22
EBITDA acima do estimado. O EBITDA consolidado foi de R$1,9 bilhões (vs. R$1,7 bilhões no 1T21), propelido principalmente pelos resultados do segmento GT. Neste trimestre, o resultado da geração foi positivamente impacto por maiores margens no segmento de comercialização, melhor resultado da equivalência patrimonial, que reverteu perdas na participação da empresa na Usina de Santo Antônio (+R$56 milhões vs perdas de R$3,5 milhões no 1T21) e impactos dos reajustes inflacionários das linhas de transmissão que a empresa opera, maior reconhecimento de receitas de construição e outros. No lado negativo, vemos o segmento de distribuição onde o EBITDA fechou praticamente estável a/a, ficando em R$654 milhões (-1,8% a/a) devido a queda no consumo no mercado faturado (-3,4% a/a), compensado por menor despesas com provisões no trimestre. Custos gerenciáveis evoluiram apenas 4,2% a/a. demonstrando bom controle de custos mesmo em um período marcado pela alta inflação. O resultado financeiro foi positivo devido a marcação a mercado da dívida em moeda estrangeira que a empresa tem em seu balanço (eurobond) em um trimestre marcado pela valorização do real vs EURO. Tal valorização impactou o resultado financeiro positivamente em R$386 milhões. O lucro líquido ficou em R$1,5 bilhões, demonstrando forte evolução nas comparações a/a (+244% a/a), propelido não apenas pelo resultado operacional mas como pelo resultado financeiro pelos motivos descritos acima.