Avaliação de Resultados
Copasa (CSMG3): Mantemos a recomendação de MANTER para empresa. Mais um vez, a empresa reportou números fracos, abaixo das nossas estimativas e do consenso do mercado. Nesse trimestre, chama a nossa atenção uma vez mais o descompasso entre a fraca evolução das receitas da empresa e custos operacionais evoluindo de maneira expressiva – linha de custos gerenciáveis (que não passam por repasse automático de preços, ao contrário dos custos não-gerenciáveis) subiu 10,3% a/a mesmo com uma estrutura de custos com pessoal mais enxuta devido a ao recente programa de desligamento voluntário incentivado (10,095 empregados vs 11,320 em 1T21). Entendemos que esse documento em si, mais uma vez, parece uma reedição das nossas análises de resultados trimestrais pregressos… mas é dificil vir falar algo de diferente quando a empresa segue em uma mesma toada a muitos trimestres consecutivos. Dito isso, pedimos desculpas por usar uma vez mais uma expressão que tem sido comum em nossos relatórios anteriores: não achamos a CSMG um case caro. Na realidade, não conseguimos observar grandes gatilhos operacionais para a empresa no curto prazo. Como grande questão ao case, citamos a possível privatização da empresa em caso de reeleição do Governador Romeu Zema, conforme deixamos claro em nosso documento sobre os cases de evento (para maiores informações, clique aqui).
Copasa (CSMG3): Resultado fraco, mais uma vez.
Copasa reportou um lucro líquido de R$167,5 milhões. Como mencionamos no parágrafo anterior, o 1T22 veio em uma toada muito similar aos resultados pregressos da empresa. Uma vez mais, receita apresentou uma performance fraca (R$1,3 bilhões – queda 1% vs 1T21) em um trimestre marcado pela queda nos volumes de água (-4,2% a/a) e esgoto (-4,5% a/a) e aplicação do índice refererente a revisão tarifária, que ocasionou uma queda de 1,52% na tarifas – em partes devido aos baixos níveis de investimento, que tende a ocasionar resultados decepcionantes na revisão tarifária. Os custos ex-depreciação alcançaram R$828 milhões (+12,3% a/a). A linha de custos não-gerenciáveis apresentou evolução em duplo dígito, alcançando R$174,4 milhões (+23,7% a/a), com destaques nas linhas de energia elétrica e telecomunicações – vale mencionar que tal evolução deve ser repassada para as tarifas de energia elétrica no seu próximo reajuste tarifário. A parte dos custos administráveis subiram em duplo dígito (+10,3% a/a), alcançando R$654 milhões – uma vez mais, depois de todo esforço da empresa com redução da linha de pessoal. Provisões ficou em R$48,9 milhões (+62,5% a/a), outra linha em patamares preocupantes. Resultado financeiro ficou negativo em R$22,2 milhões, devido principalmente a variações cambiais no período. Endividamento líquido ficou em R$2,9 bilhões, uma relação dívida líquida/EBITDA de 2,0x.
Pontos Positivos
- Cadê os dividendos? Possibilidade de dividendos extraordinárias ainda não deve ser descartada.
- Considerando o tamanho do Programa de Demissão Incentivada, os custos da empresa devem cair em termos recorrentes nos próximos trimestres.
- Reeleição do Governador Romeu Zema pode ser um gatilho interessante para privatização da empresa.
Pontos Negativos
- Investimento segue em níveis muito baixos em relação ao mínimo que julgamos necessário (deveria ficar em linha com o guidance, pouco mais de R$1 bilhão/ano).
- Números operacionais muito fracos no trimestre.
- Aumento do endividamento segue sob controle (2,0x Dív. Líq./EBITDA 12M) – ainda assim, possibilidade de dividendos extraordinários não deve ser desprezada.