Avaliação de Resultados
Copasa (CSMG3): Mantemos a recomendação de MANTER para empresa. Mais um vez, a empresa reportou números fracos, abaixo das nossas estimativas e do consenso do mercado. Uma vez mais, o descompasso entre a evolução da receita e custos acima da inflação pressionaram as margens da empresa. Como se não fosse o suficiente, a empresa decidiu por não distribuir dividendos no trimestre devido aos impactos referentes ao reconhecimento de provisões relacionadas a processo trabalhista. Em nossa opinião, não achamos a CSMG um case caro. Na realidade, não conseguimos observar grandes gatilhos operacionais para a empresa no curto prazo. Como grande questão ao case, citamos a possível privatização da empresa em caso de reeleição do Governador Romeu Zema, conforme deixamos claro em nosso documento sobre os cases de evento (para maiores informações, clique aqui).
Copasa (CSMG3): Lucro muito abaixo das nossas estimativas. Dividendo, cadê você?
Copasa reportou um lucro líquido de apenas R$64,3 milhões, muito abaixo do consenso do mercado. Vemos a receita da empresa como um dos principais destaques negativos. No 4T21, alcançou R$1,3 bilhões, decréscimo de -4,1% a/a, derivado principalmente do segmento de esgoto, que neste trimestre teve uma queda na receita de 11% a/a. Os custos alcançaram R$868 milhões (9,3% a/a) A linha de custos não-gerenciáveis apresentou evolução expressiva, alcançando R$183,5 milhões (29,3% a/a), com destaques nas linhas de energia elétrica e telecomunicações – vale mencionar que tal evolução deve ser repassada para as tarifas de energia elétrica no seu próximo reajuste tarifário. A parte dos custos administráveis ficaram sobre controle, evoluindo apenas 4,7% a/a – muito modesto, se considerarmos a inflação acumulada ao longo de 2020. Tal descompasso entre a evolução da receita e linha operacional gerou um EBITDA de R$345 milhões (-36,8% a/a), com margem de 24,9% (-13,9% a/a). Resultado financeiro saltou para R$59,7 milhões, principalmente devido ao reconhecimento de processo trabalhista (também mencionado nos nossos comentários em relação ao trimestre anterior), dos quais pelo menos R$107 milhoes foram reconhecidos na linha financeira. Endividamento líquido ficou em R$2,7 bilhões, uma relação dívida líquida/EBITDA de 1,7x. Em relação aos dividendos, a empresa anunciou que não deve distribuir nenhum valor no 4T21 devido aos impactos da provisão relacionado ao processo trabalhista.
Pontos Positivos
- Endividamento segue sob controle (1,5x Dív. Líq./EBITDA 12M) – possibilidade de dividendos extraordinários não deve ser desprezada.
- Considerando o tamanho do Programa de Demissão Incentivada, os custos da empresa devem cair em termos recorrentes nos próximos trimestres.
- Reeleição do Governador Romeu Zema pode ser um gatilho interessante para privatização da empresa.
Pontos Negativos
- Investimento segue em níveis muito baixos em relação ao mínimo que julgamos necessário (deveria ficar em linha com o guidance, pouco mais de R$1 bilhão/ano).
- Números operacionais muito fracos no trimestre.