Copasa (CSMG3): Seguimos com a recomendação para MANTER. De modo geral, consideramos o resultado neutro para a tese da empresa. A companhia apresentou números ligeiramente acima às nossas estimativas, devido a um aumento no volume de água faturado e controle dos custos operacionais após consecutivos trimestres de expressiva evolução nesta linha específica. Entretanto, acreditamos que o resultado pouco contribui para a tese da empresa, visto que a atenção dos investidores deve estar voltada para a possibilidade, ainda que remota, de federalização da empresa — uma grande decepção, uma vez que o que se discutia a pouco tempo atrás era sua privatização.
Junto ao resultado, a companhia anunciou também o pagamento de R$145 milhões em dividendos regulares referentes ao 2T24, correspondente à R$0,38 por ação, implicando em um rendimento em dividendos de 1,7%.
Para além dos resultados operacionais, como mencionamos em nossos relatórios anteriores, acreditamos que a cotação das ações deve seguir o fluxo de notícias referente ao seu processo de privatização ou federalização. Fizemos um relatório recente com atualizações sobre as teses das companhia de saneamento, onde comentamos sobre as possibilidades desses processos ocorrem, para acessá-lo clique aqui. Como não sabemos para qual lado a empresa de fato irá seguir e, olhando para a Sabesp que acabou de ser privatizada, sendo muito mais atrativa em nossa visão, apesar dos bons resultados da Copsa, preferimos manter uma posição neutra no papel.
Detalhamento do Resultado
A Copasa reportou um incremento de receita líquida de 10,7% em relação ao 2T23, totalizando R$1,7 bilhão, impulsionado pelo reajuste tarifário do início do ano e por um aumento no consumo no 2T24 (+2,2% em água e +7,3% em esgoto).
Na parte de custos e despesas, o total somou R$1,17 bilhão, uma redução de 3,6% a/a. O principal responsável pela redução está nos custos relacionados ao PDV ocorrido no ano passado, no total de R$115 milhões. Excluindo esse efeito, teriamos um aumento de 6,6% a/a.
O endividamento líquido alcançou R$4,5 bilhões, com uma relação dívida líquida/EBITDA de 1,6x. No resultado financeiro, houve um resultado negativo de R$118 milhões (vs. -R$21 milhões no 2T23), aumento causado pela forte variação cambial que observamos nesse trismente.
O EBITDA ajustado totalizou R$726 milhões, um aumento de 12,1% em relação ao 2T23, refletindo os maiores volumes e o reajuste tarifário. O lucro líquido foi de R$325 milhões, aumento de 30% com relação ao mesmo período do ano passado.