Cadê a PEC!
Copasa (CSMG3): Seguimos com a recomendação para MANTER. Em linhas gerais, achamos o resultado neutro para tese da empresa. Apesar dos números acima das nossas estimativas, o EBITDA ajustado (aquele que não consideram os impactos não-recorrentes do trimestre) veio abaixo do consenso. Apesar da evolução expressiva na linha de receita (boa evolução de volume e impacto do reajuste tarifário), a linha de custos gerenciáveis apresentou expressiva evolução. Entretanto, como mencionamos em nossos relatórios pregressos, achamos que as cotações das ações deve seguir o fluxo de notícias referente ao seu processo de privatização. Como amplamente divulgado na mídia, o governo do estado de Minas Gerais ainda precisa aprovar uma proposta de emenda constitucional com o objetivo de remover a obrigatoriedade de plebiscito popular para que o projeto de privatização avance na assembléia (para maiores informações, clique aqui e leia nosso relatório sobre o tema – Copasa (CSMG3) | Um Passo essencial para para privatização!). Tendo em vista a proximidade do fim do ano e poucas evoluções nesse sentido, permanecemos céticos quanto a possibilidade de privatização da empresa – e vale lembrar que em 2024 teremos eleições municipais, que deve atrasar o processo como um todo.
Detalhamento do resultado
A Copasa reportou um incremento de receita líquida de 17,7% com relação ao 3T22, totalizando R$1,6 bilhão, impulsionado pelo reajuste tarifário do início do ano (+15,6% a/a) e pelo aumento de 3,4% a/a do volume de água e 3,9% a/a esgoto medido no 3T23.
Na parte de custos e despesas, o total somou R$1,1 bilhão, aumento de 12,6% a/a. Apesar dos recentes Programas de Demissão Voluntárias incentivadas, os custos gerenciáveis evoluiram em 10,3% a/a%, acima da inflação acumulada no período. Os custos não-gerenciáveis aumentaram 21,7% a/a, principalmente devido a linha de energia elétrica. Como outros destaques positivos, citamos a queda nas provisões (3,07% no 3T23 para 3,46% no 3T22 na relação contas a receber entre 90-359 dias vs valor faturado) e queda nas perdas da distribuição (38,9% vs 39,8% no 3T22).
O endividamento alcançou R$3,4 bilhões, uma relação dívida líquida EBITDA de 1.4x vs (1.7x no 3T22). Na linha de resultado financeiro, o resultado financeiro foi positivo de R$90,7 milhões (vs -R$31,8 milhões no 3T22). O resultado positivo foi derivado da reversão da atualização financeira de demanda trabalhista com impacto de R$105 milhões.
O EBITDA ajustado totalizou R$638,8 milhões, aumento de 24,1% com relação ao 3T22, reflexo dos maiores volumes e reajuste tarifário. O EBITDA reportado foi de R$688 milhões. Como mencionado anteriormente, nesse trimestre a reversão referente a demanda trabalhista impactou a linha de despesa financeira (em R$105 milhões) e também na linha de “outras despesas operacionais” na ordem de R$49,9 milhões positivos. O lucro líquido foi de R$437 milhões, impactados não apenas pela performance operacional mas também por esses dois eventos extraordinários.