A CSN apresentou resultado abaixo do esperado pela Genial: seus números no 4T21 vieram abaixo das estimativas em quase todos os indicadores de maiores relevâncias: receita, EBITDA e lucro. A menor receita reflete justamente a menor participação da mineração como discutimos no Relatório 4T21 CMIN3. Já na parte dos custos, de modo geral todos os segmentos foram fortemente afetados, por exemplo pelos preços das commodities, com carvão em níveis altíssimos, a crise energética do ano passado, aumento dos preços do petróleo aumentando custo de transporte, dentre outros. Ou seja, fatores inflacionários pesaram bastante nos números da companhia.
Em termos de receita, a empresa atingiu R$ 10,4b (+1,1% t.t e +5,8% a.a) refletindo em parte os números abaixo dos estimados para mineração, porém com boas notícias para cimentos, cuja contribuição passa a se tornar cada vez mais relevante.
Já em termos de custos, alcançou R$ 5,98b (+10,6 t.t e +33,6% a.a), refletindo os impactos inflacionários e os gastos com insumos em níveis recordes (alta de preços de carvão e coque, além da menor diluição de custos fixos na mineração com queda de produção). Vale mencionar que este número só não foi maior devido a menor compra de minério de terceiros.
Como consequência do baixo crescimento de receita com forte expansão dos custos, atingiu-se um EBITDA de R$ 3,73b (-13,2% t.t e -21,3% a.a) com uma margem EBITDA indo para 36,0% (-6,0 p.p t.t e -12,4 p.p a.a), podendo ser resumida nos efeitos de 1) sazonalidade do período (mais chuvas impactando mineração e cimento), 2) custo do frete em patamares ainda elevados, 3) custos altos de matérias-primas como carvão e coque.
Seguindo a mesma linha, o lucro foi de R$ 1,06b no 4T21 (-19,9% t.t e -72,8% a.a) bastante inferior às nossas estimativas (-55,6%).
Pontos positivos
- Vendas maiores na siderurgia, atingindo 1024k ton vendidas no 4T21 (+4% t.t) resultado de um aumento das vendas nos mercados de distribuição e de aços para construção, também auxiliado pelo mercado externo;
- Receita maior na siderurgia, atingindo R$ 7,65b no 4T21 (+0,3% t.t), com maior participação do mercado externo cujos preços aumentaram enquanto os internos caíram;
- Boa performance da logística portuária, que crescendo seu EBITDA e melhorando a margem;
- Vendas da CSN Cimentos no 4T21 atigindo 1336 Kt (+8,8% t.t), já incorporando os resultados da Elizabeth Cimentos que respoderam por 20% das vendas no período;
- Baixo nível de endividamento, com Dívida Líquida/EBITDA = -0,59x;
- Aumento com gastos de investimentos alcançando R$ 965m no 4T21 (+21,0% t.t), em linha com o planejamento de aprimoramento de produtividade e modernização da planta UPV.
Pontos negativos
- Apesar de ter Dívida Líquida/EBITDA = 0,76x (< 1,0x meta da empresa), a companhia ainda fica exposta a variações cambiais, tendo seu endividamento líquido acrescentado em R$ 2,1b no 4T21, ficando com dívida líquida total de R$ 16,77b, acima do guidance esperado em 2021;
- Menor volume de vendas na mineração, em virtude da parada programada no porto Tecar e o alto nível de umidade no período, alcançando 7,7 Mt no 4T21 (-5,7% t.t e -10,6% a.a);
- Maiores gastos provenientes dos insumos comprimindo as margens;
- Resultados piores na logística devido às chuvas registradas que impactaram o volume de mercadorias transportadas;
- Paralisação programada fez com que a parte de energia tivesse desempenho inferior;