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    Publicado em 11 de Novembro às 22:04:51

    Grupo Mateus (GMAT3) | Resultado 3T24: Seja bem-vindo (de volta) à 2022!

    O Grupo Mateus foi o último player do varejo alimentar a reportar o resultado do 3º trimestre de 2024, após o pregão dessa segunda-feira (11/nov). Em nossa visão, a companhia consolidou o melhor conjunto operacional do setor no período, tanto em termos de top line, apresentando um Same Store Sales de 7,7% (+150bps vs. a inflação alimentar LTM), quanto no bottom line, com um lucro líquido de R$ 379 milhões (+20,9% a/a; +7,6% vs. Est. Genial).

    Quando abrimos a performance por vertical, o Armazém Mateus (vendas B2B) foi a grande estrela do resultado. Com um crescimento de faturamento de 31,5%, o canal foi o responsável por elevar o Same Store Sales do grupo para cima da inflação alimentar no período.

    Mérito também para a boa evolução do Mix Mateus, autosserviço de atacarejo do grupo que tem como foco o público B2C. Apesar do crescimento de mesmas lojas ficar 80bps abaixo da inflação alimentar no período, vemos uma forte evolução sequencial, com o Same Store Sales mais do que dobrando na visão t/t, saindo de 2,0% a/a no 2º trimestre para 5,4% a/a nesse 3º trimestre, e também anual, com um ganho de 500bps em relação ao SSS apresentado no 3T23.

    Por outro lado, a vertical de varejo consolida os indicadores mais fracos desse resultado. Com um Same Store Sales de 2,9% a/a, o segmento apresentou uma marginal melhora em relação ao 2T24 (SSS de 2,1%), mas consolida uma brutal redução no volume de compras dessa vertical, principalmente ao compararmos com o SSS de 4,7% apresentado no mesmo período do ano passado.

    Vale lembrar que, no mesmo período de 2023, o setor passava por um cenário de deflação alimentar LTM de 0,4% a/a, e as lojas Super/Hiper emplacaram um Same Store Sales de 2,7% a/a no período. A grande estrela havia sido a bandeira de vizinhança do grupo, Camiño, que apresentou um SSS de 8,9% a/a na época. Quando comparamos com o resultado desse trimestre, vemos uma brutal redução na performance de Camiño, cujo crescimento de mesmas lojas foi de 4,1% a/a, o que acreditamos ser reflexo de um trade down de canais por parte do consumidor, migrando de volta para o atacarejo.

    A margem EBITDA foi uma agradável surpresa positiva desse trimestre. Acreditávamos que havia espaço para recomposição da margem operacional, dado a maturação de lojas da Regional Nordeste e de seus respectivos escritórios administrativos, contudo, a intensidade nos surpreendeu. A companhia apresentou uma margem EBITDA de 8,2% (+80bps a/a; +40bps vs. Est. Genial), beneficiada pela alavancagem operacional no período e, também, economias referentes à digitalização dos processos de viagens.

    Com esse resultado, o Grupo Mateus volta a ultrapassar a margem EBITDA que não era vista desde meados de 2022, tempos áureos de rentabilidade quando a companhia começava a acelerar a expansão na Regional Nordeste. Com a maturação de lojas, a margem EBITDA da Regional já começa a se aproximar da casa dos 7,0%, o que, junto com os ajustes de rentabilidade nas legados, devem sustentar a margem do grupo acima dos 8,0% ao longo dos próximos trimestres.

    Acreditamos que o preço de tela de hoje do Grupo Mateus já incorpora o desempenho acima de seus principais pares. Enquanto o setor caiu em média 1,9% no último mês e o Ibov recuou 1,6%, GMAT3 andou 2,6% no mesmo período. Amanhã, o mercado deve se concentrar em sinalizações à respeito do 4º trimestre dadas na teleconferência de resultados. Reiteramos a recomendação de COMPRA e preço-alvo 12m de R$ 9,00.

    Aceleração do crescimento em Mesmas Lojas

    O Grupo Mateus reportou uma boa performance de vendas, com um faturamento bruto consolidado de R$ 9,4b (+20,2% a/a) e um Same Store Sales de +7,7% – apresentando aceleração sequencial do ritmo de crescimento.

    Entendemos que esse desempenho foi impulsionado por eventos promocionais relacionados a campanha de aniversário, que ocorre tradicionalmente em agosto, mas que neste ano foram estendidos também ao longo do mês de setembro.

    Com ganhos principalmente de volume (maior fluxo às lojas), mas aliados também a uma dinâmica positiva de preços (repasse de preços iniciado no final do 2T24), a companhia reportou uma aceleração sequencial de SSS em todas as verticais alimentares.

    No Varejo (Super/Hiper e Camiño), o SSS foi de 2,9% a/a (vs. 2,1% a/a no 2T24). Já no Atacarejo (Mix Mateus) o crescimento na visão ‘Mesmas Lojas’ foi de 5,4% a/a (vs. 2,0% a/a no 2T24).

    Tabela 1: Números consolidados pelo Grupo Mateus vs. Expectativa Genial (IFRS 16; R$ milhões).

    Rentabilidade surpreende!

    Em relação à rentabilidade, a pressão vinda de um mês a mais de campanha promocional foi equilibrada por outras iniciativas que vem sendo implementadas. O lucro bruto totalizou R$ 1,9b (+21,3% a/a), com uma margem de 22,7% (+21bps a/a).

    Entendemos que a combinação entre (i) melhores negociações com fornecedores, (ii) catch-up de preço das lojas da nova regional (que começam com preço mais baixo para ganhar novos mercados) e (iii) melhoras na estratégia de precificação das lojas legado, mais do que compensou o impacto de um período promocional maior a/a, permitindo uma leve expansão da margem bruta.

    Observamos uma dinâmica mais positiva em despesas, com um maior controle sobre as despesas G&A (-4,2% a/a), emenos aberturas em comparação com o ano passado (4 novas lojas vs. 7 aberturas no 3T23). Esse cenário, aliado a um sólido crescimento do top line, permitiu uma sólida diluição das despesas operacionais neste trimestre (-500bps a/a).

    Com o carrego positivo da margem bruta e uma maior alavancagem operacional, a margem EBITDA avançou +82bps a/a. O EBITDA totalizou R$ 684m (+33,4% a/a), vindo +6% acima de nossas projeções e superando o consenso em +11%.

    Lucro avança 21% a/a

    O resultado financeiro foi de -R$ 150m (vs. -R$ 133m Est. Genial), frente a maiores despesas financeiras relacionadas à recebíveis do cartão de crédito e juros de arrendamento.

    Assim como nos últimos trimestres, a companhia tem trabalhado algumas alavancas para mitigar o impacto das mudanças regulatórias referentes ao reconhecimento do benefício de subvenção para investimento – que antes ‘zeravam’ a linha de IRPJ/CSLL.

    Com (i) distribuição de JCP (impacto positivo de R$ 34m) e (ii) compensação de prejuízo fiscal acumulado em períodos anteriores (impacto positivo de R$ 61m), a companhia arcou com uma alíquota efetiva de 13,7% – levando ao pagamento de impostos de -R$ 60m (vs. R$ 0m no 3T23).

    Apesar deste impacto, a sólida performance operacional ainda permitiu uma expansão de +21% da última linha do resultado. O Grupo Mateus reportou um lucro líquido de R$ 379m, superando o consenso em +12,5%.

    O resultado veio acima de nossas projeções em +7,6%, principalmente em função de um menor pagamento de IR/CSLL do que o estimado, parcialmente compensado por despesas financeiras líquidas maiores que nossas projeções (+12,6% vs. Est. Genial).

    Tabela 2: Números consolidados pelo Grupo Mateus vs. Expectativa Genial (IFRS 16; R$ milhões).

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