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    Publicado em 16 de Março às 07:54:02

    Iguatemi (IGTI11) | 4T21: Esquecendo a pandemia

    No resultado do 4T21, a Iguatemi apresentou bons resultados operacionais, que já foram apresentados na sua prévia em Janeiro. O resultado financeiro da companhia também foi positivo e veio em linha com a nossa expectativa, mas entendemos que não deva haver uma reação significativa pelo mercado, que já antecipou o resultado na divulgação das prévias.

    A receita líquida da Iguatemi veio mais forte do que a nossa expectativa, em R$ 315m, mas foi muito impactada pelo efeito não-caixa de linearização da receita. Este efeito passará a impactar negativamente os resultados da companhia nos próximos trimestres, conforme os descontos nos aluguéis e efeitos da pandemia desaparecem. Se desconsiderarmos a linearização, a receita líquida foi de R$ 259m, ainda um pouco acima da nossa expectativa, puxada pelo bom resultado de vendas no trimestre e repasse de grande parte do IGP-M nos aluguéis.

    A taxa de ocupação dos shoppings da Iguatemi ainda continua abaixo do que víamos antes do início da pandemia, mas tem apresentado uma melhora consistente fechando o 4T21 com uma ocupação média de 92,0% (vs. 90,7% no 3T21) e fechando fevereiro em 92,7%. Já o custo de ocupação voltou ao patamar pré-pandemia e está em um nível saudável em 11,3%, e, se compararmos à Multiplan, implica que a Iguatemi ainda tem capacidade de aumentar os aluguéis. A taxa de inadimplência dos lojistas nos shoppings da Iguatemi ficou em 1,4%, bem abaixo da média do setor, resultado de uma política de escolha dos lojistas e repasse de preços sustentável pela companhia.

    Os custos e despesas da companhia continuaram bem controlados, com uma margem EBITDA (ex-linearização) de 64,3%. Do ponto de vista da presença digital da Iguatemi, temos um crescimento grande da plataforma Iguatemi One, mais que dobrando a receita líquida das operações digitais, de R$ 15,6m no 4T20 para R$ 33,6m neste trimestre. A penetração digital da marca Iguatemi tem se mostrado um diferencial bom para a companhia, que deve continuar a expandir neste segmento com a recente aquisição da Etiqueta Única.

    O aumento da taxa Selic aliado a uma Dívida Líquida/EBITDA 2,6x, impactaram significativamente o resultado financeiro da Iguatemi, que apresentou R$ 90m de despesas financeiras. No entanto, parte deste resultado negativo foi contrabalanceada pela valorização das ações da Infracommerce (IFCM3), na qual a companhia possui uma participação significativa. Este impacto da IFCM3 é não-caixa e deve impactar negativamente o resultado do 1T22.

    Mesmo com um resultado positivo, entendemos que hoje existem opções melhores no setor de shoppings e portanto seguimos com a recomendação de Manter para o papel, que negocia hoje a um múltiplo P/FFO 2022E de 13,1x. Por ora, apesar da recente reestruturação societária, não vemos uma possibilidade de expansão inorgânica significativa para a Iguatemi, que acreditamos ser um grande driver de valor para shoppings nos próximos anos.

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