A Intelbras reportará seus resultados no dia 30/10/2023, após o fechamento do mercado. Temos a expectativa de um trimestre fraco, com queda na receita no t/t e no a/a. Os destaques negativos estão nas unidades de segurança e comunicação, que apresentaram um crescimento mais fraco do que o histórico. No entanto, no segmento solar, acreditamos que continuará com um desempenho fraco, mas prevemos um aumento sequencial, o que pode indicar que o pior já passou.
Um ponto positivo a ser destacado é a melhora na margem anual em relação ao ano anterior e a redução das despesas trimestre a trimestre (t/t). Além disso, estamos atualizando nosso custo de capital próprio (Ke) de 14,4% para 14,9%, devido a uma mudança na taxa livre de risco.
Portanto, mantemos nossa recomendação de Compra, embora estejamos reduzindo nosso preço-alvo para R$ 25,30 para 2024.
Análise das Nossa Estimativas
DRE 3T23 Prévia
Receita: impactada por menor nível de estoque de distribuidores e má performance de solar
Para o terceiro trimestre, estamos esperando um desempenho fraco, com o segmento de energia solar continuando a apresentar resultados fraco. No entanto, isso já era esperado, e estamos antecipando um aumento sequencial de 5,0% (t/t), o que pode sugerir que o pior já passou.
Os destaques negativos estão nas linhas de segurança, que devem registrar uma queda sequencial de 2,0% e crescimento abaixo do histórico na comparação anual (+9,3% a/a), e na comunicação, onde esperamos uma redução de -1,2% t/t e -7,0% a/a. Essa diminuição nos segmentos de segurança e comunicação se deve ao fato de os distribuidores estarem adiando suas compras e começando a trabalhar com níveis de estoque mais baixos.
No segmento de comunicação é importante ressaltar que no 3T22 teve R$ 30 mi de receita da banda KU, uma receita one-off.
Dessa forma, nossa projeção é uma receita consolidada de R$ 965,6 milhões (-0,5% t/t; 14,8% a/a).
EBITDA: esperamos queda t/t e a/a, porém queda em OPEX sequencial é positiva
Esperamos um EBITDA de R$ 315,7 mi (-5,5% t/t; -2,1% a/a), sendo impactado pelo menor nível de receita e com custos mais altos. Nos segmentos de segurança e comunicação esperamos margens similares com o 2T23, já no segmento de energia esperamos uma queda de margem por a empresa ter realizado promoções para se livrar do estoque caro.
Já olhando para as despesas operacionais estamos esperando uma queda sequencial de -5,5%, devido a eficiências operacionais e reajustando a estrutura de despesas da operação de solar para readequar a nova realidade da operação.
Lucro líquido: queda sequencial t/t e a/a com queda de margem sequencial
Para o lucro estamos esperando um resultado de R$ 110,9 mi (-6,0% t/t; -9,6% a/a), com uma queda de margem sequencial de 0,67 p.p. e um aumento na comparação anual de 0,66 p.p.. Essa expectativa é baseada nas dinâmicas explicadas ao longo do texto.
Aumento da taxa de desconto
Com o aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, revisamos nossa premissa para o risk-free (taxa livre de risco), o que resultou em um acréscimo de 0,5% em nosso custo de capital próprio (Ke). Isso tem um impacto significativo no valuation da empresa, uma vez que a maior parte de sua geração de caixa ocorre no longo prazo, dado o seu alto potencial de crescimento.