Resumo
A Intelbras (INTB3) divulgou seu resultado após o fechamento do mercado. A dinâmica do trimestre foi em linha com as nossas expectativas: solar performando mal e segurança e comunicação crescendo consideravelmente na base anual. Porém, a intensidade do mau desempenho do subsegmento de energia solar foi maior do que esperávamos, acarretando um resultado abaixo das nossas expectativas.
Conforme mencionado na nossa Iniciação de Cobertura, acreditamos que o subsegmento de energia solar se recuperará no médio prazo e os demais segmentos continuarão com boa performance. Sendo assim, seguimos nossa recomendação de COMPRA com o preço-alvo de R$31,20.
Análise do Resultado
No trimestre, a receita líquida atingiu o valor de R$970,8 mi (-6,4% t/t; -4,4% a/a), ficando -9,9% abaixo das nossas estimativas. Essa queda em relação ao 2T22 foi principalmente causada pela diminuição na demanda por painéis solares, devido aos efeitos da nova regulação implementada em 2023, conforme mencionado em nossa Iniciação de Cobertura. No entanto, o impacto foi mais significativo do que o previsto, ficando 36,5% abaixo das nossas estimativas. Porém, a performance dos demais segmentos foram positivas, apesar do segmento de comunicação ter ficado abaixo das nossas estimativas (-5,0% vs. Genial Est.), com um crescimento de 18,4% a/a.
Apesar da queda na receita líquida, o lucro bruto apresentou crescimento de 2,0% t/t e 19,1% a/a, atingindo um valor de R$ 334,1 mi, ficando em linha com nossas expectativas. A margem bruta também apresenta crescimento sequencial, atingindo o valor de 34,4%. Isso ocorreu devido a uma queda do COGS, explicada por dois fatores: (i) ganhos de eficiência e (ii) menor participação do solar na receita (segmento com menor margem).
A melhora na margem bruta resultou em um aumento de 0,3 p.p. t/t e 2,5 p.p. na margem EBITDA. Apesar da melhora de margem, a Intelbras apresentou uma queda de sequencial no EBITDA, atingindo R$ 137,8 mi (-4,3% t/t; +15,8% a/a). O EBITDA foi impactado por um aumento das suas despesas operacionais, com destaque para as despesas de vendas (6,7% t/t; 20,8% a/a) e a queda na receita líquida.
A empresa apresentou um resultado financeiro sólido de R$ 0,6 mi, porém -96,0% abaixo das nossas expectativas, porque subestimamos as despesas financeiras do trimestre. O lucro líquido alcançado de 118,0 mi (-10,6% t/t; +22,0% a/a) corresponde a uma margem líquida de 12,2%, (+2,6 p.p. a/a).