Esperamos que o Itaú se destaque novamente com o melhor desempenho entre os bancos incumbentes do setor. Estimamos um lucro líquido recorrente de R$ 10,1 bilhões para o 2T24, um aumento de 3,3% t/t e 15,4% a/a. Projetamos uma rentabilidade robusta (ROE) de 22,5%, um crescimento de 0,6 pp t/t e 1,6 pp a/a, superando significativamente outros bancos privados como Santander e Bradesco.
Para o trimestre, acreditamos que o lucro deve ser impulsionado pela evolução contínua da receita líquida de juros (NII), além de uma melhora no custo de crédito decorrente da estabilização da inadimplência e da expansão mais controlada das despesas administrativas.
Acreditamos que a manutenção do ROE em níveis elevados foi impulsionada pelas transformações implementadas pelo banco, focadas na otimização de processos e nos investimentos em tecnologia para aumentar a eficiência. Além disso, o potencial de crescimento da receita proveniente dos lançamentos do One Itaú (super app para o varejo) e do Atlas (app para pequenas empresas) – conforme detalhado no relatório – será um fator-chave para sustentar a rentabilidade do banco acima dos 20% a longo prazo.
Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR com preço-alvo de R$ 40,6, sendo nossa preferência (top pick) no setor financeiro. Vemos as ações (ITUB4) negociando a múltiplos atraentes de 8,0x P/L 24e, 7,2x P/L 25e e 1,8x P/VP 24e, em adição a um dividend yield 2024e de 7,5%. Caso a liquidez não seja um problema, sugerimos as ações ordinárias (ITUB3) mais descontadas, negociando a 6,8x P/L 24e, 6,2x P/L 25e e 1,5x P/VP 24e.
Itaú (ITUB4) | 2T24E: Lucro de R$ 10,1b e ROE de 22,5%
Carteira: Crescimento t/t e a/a, mas ainda abaixo do guidance
Para o trimestre, esperamos que a carteira total avance apenas +3,9% t/t e +4,5% a/a, chegando a R$ 937,4b. Acreditamos que o desempenho mais ameno deve ser ocasionado em parte pelo efeito de redução de risco (de-risking) do portfólio de cartão de crédito. Desconsiderando a carteira da Argentina (foi descontinuada no 3T23), projetamos a carteira de crédito crescendo 5,0% a/a, mas ainda abaixo da faixa baixa do guidance (6,5% a 9,5%).
Receita Líquida de Juros (NII): Crescimento consistente, mas em desaceleração
Estimamos que o NII no trimestre apresente uma expansão de +3,4% t/t e +6,9% a/a, chegando a R$ 27,8b. Acreditamos que a margem financeira com clientes (NII Clientes) deve ficar em R$ 26,7b (+3,3% t/t e +7,0% a/a), ficando dentro do range do guidance (+4,5% a +7,5% a/a). Já para a margem financeira com mercado (NII Mercado), acreditamos que dinâmica para o 2T24 seja parecida ao do 1T24, apresentando um leve crescimento de +3,9% t/t e + 2,8% a/a, chegando a R$ 1,1b.
Serviços e Seguros: Cenário desafiador
No trimestre, as receitas de serviços devem continuar pressionadas com o cenário mais desafiador para o mercado de capitais. Por outro lado, esperamos uma melhora t/t nos volumes de transações de cartões e de adquirência devido a sazonalidade mais favorável, além da continuidade do bom desempenho de seguros. Esperamos que a linha apresente expansão de +0,8% t/t e +5,9% a/a, chagando a R$ 13,2b.
Custo de Crédito: Redução t/t e a/a apesar do crescimento da carteira
Estimamos que a linha de custo de crédito apresente uma leve redução na comparação trimestral (-0,6% t/t), o que resultará em uma queda relevante na visão anual de -7,4% a/a, totalizando R$ 8,7b. Acreditamos que a melhora do custo de crédito deve ser reflexo da inadimplência acima de 90 dias, que deve ficar relativamente estável t/t (-0,05pp) e com queda de -0,35pp a/a, totalizando em 2,7%.
Despesas: Expansão controlada
Para o trimestre, prevemos que a linha de despesas administrativas deva crescer +3,7% t/t e +4,5% a/a, ficando em R$ 14,9b. O aumento na visão trimestral das nossas estimativas deve ser reflexo da sazonalidade que ocorre nos primeiros trimestres, períodos em que as despesas são normalmente mais baixas.
EBT: Forte expansão a/a
Entendemos que a melhora na evolução anual das linhas de receita (NII e serviços e seguros), somado a diminuição do custo de crédito e ao crescimento controlado das despesas administrativas deve levar a companhia a apresentar um forte crescimento de lucro antes de impostos na comparação anual (+20,0% a/a), ficando em R$ 14,8b.
Imposto: JCP deve continuar a ajudar no 2T24
Para o trimestre, estimamos uma alíquota de imposto similar ao 1T24, ficando em 30,5%, beneficiada pelo pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP).