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    Publicado em 11 de Novembro às 05:40:52

    JBS (JBSS3) | 3T21: Rumo aos R$ 100 bi

    Mais uma vez, a maior empresa de proteínas do mundo surpreendeu positivamente na divulgação de seus resultados. A receita líquida consolidada alcançou R$ 92,6 bilhões, equivalente a um crescimento de 32,2% a/a e 5,4% acima da nossa expectativa, que já era otimista em relação ao consenso de mercado. A JBS anunciou dividendos, recompra de ações e reconhecimento global como uma empresa Full Investment Grade. Os fundamentos da companhia seguem muito fortes, e ela segue com iniciativas para continuar gerando caixa, expandir e criar cada vez mais valor aos seus acionistas. Seguimos com a nossa recomendação de COMPRAR, e depois de revisar os fundamentos, aumentamos o nosso preço-alvo para R$ 50,00.

    (Quando iniciamos a cobertura da empresa, demos um preço-alvo de R$ 42 quando a ação estava a R$ 28. Desde então, a ação valorizou mais de 35% e chegou nos R$ 37,86 de hoje).

    Análise do resultado

    Todas as unidades de negócios da JBS viram um aumento robusto de receita. Quanto ao lucro, a empresa avançou 142,1% em relação ao 3T20, crescimento muito forte e 25,3% acima do que esperávamos, chegando a um total de R$ 7,6 bilhões, o que se deve principalmente às suas operações nos EUA, que se aproveitam de um momento favorável no país. O EBITDA também bateu recorde trimestral, chegando a R$ 13,9 bilhões, avanço de 74,2% a/a.

    Seara

    Seguindo o foco em inovação, a Seara fez lançamentos importantes no trimestre que agregaram ao seu portfólio e ajudaram no aumento do volume de vendas, que foi de 20,4% a/a, agregando também para um aumento de receita de 38,2% a/a, chegando a um total de R$ 9,6 bilhões. Vimos uma leve melhora sequencial no EBITDA, porém na comparação com o 3T20 tivemos uma redução de -10,2%, chegando a R$ 948 milhões. Isso se deve à um cenário de inflação e preços de commodities em alta, fazendo com que os custos da matéria-prima (principalmente milho e soja) continuem sendo um desafio.

    JBS Brasil

    A unidade passa por um cenário desafiador, com escassez de matéria-prima e suspensão temporária das exportações brasileiras para a China, o que gerou uma redução de -11% de volume de vendas. Contudo, ainda vimos um avanço de receita de 35,3% a/a, chegando a R$ 15,5 bilhões e 17,4% acima da nossa expectativa. Isso se deve principalmente ao preço médio de venda da carne bovina, que viu um aumento de 40,4% no trimestre, justamente por conta da escassez de gado no país. Quanto a Margem EBITDA, apesar da leve melhor t/t, ainda está em nível fraco: 6,1% e uma redução de -1,4 p.p. a/a.

    JBS USA Beef

    A principal unidade de negócio da JBS (corresponde a cerca de 43% da receita total) segue impressionando. O cenário nos EUA é extremamente favorável, com a demanda por carne bovina crescendo e a disponibilidade de gado permanecendo estável. Além disso, o desempenho na Austrália continua melhorando, com uma demanda doméstica crescendo sequencialmente. O EBITDA da USA Beef foi de R$ 8,427 bilhões, um aumento estratosférico de 203,9% em relação ao 3T20 e em linha com o que estimamos (7,7% maior), além de uma Margem EBITDA avassaladora de 21,8%, 0,9 p.p. a mais da nossa estimativa e crescimento anual de 12,2 p.p.

    JBS USA Pork

    Parecido com o cenário apresentado acima para a JBS USA Beef, a USA Pork também teve a alta demanda por proteína nos EUA trabalhando à seu favor, e com isso, sua receita avançou 42,2% a/a, chegando a R$ 10,9 bilhões (e 11,0% acima da nossa estimativa). Algo que afetou negativamente a unidade foi a retomada da produção doméstica de carne suína da China (pós-ASF), o que diminuiu significativamente o volume importado do produto pelos chineses (-37,1% desde o início de 2021). O EBITDA da USA Pork ficou estável, em R$ 1,2 bilhões (+2,2% a/a).

    Pilgrim´s Pride Corporation

    A PPC reportou crescimento robusto de receita de 21,0% a/a, atingindo R$ 20,0 bilhões, com as vendas da empresa já superando os níveis pré-pandemia. A reabertura do foodservice e forte demanda nos EUA impulsionou avanço no EBITDA de 12,7% em relação ao 3T20 (8,6% acima da nossa estimativa), chegando a R$ 2,4 bilhões. Observamos uma compressão de margem EBITDA de -0,9 p.p. para 11,8% por conta de um cenário mais desafiador na Europa, normalização de oferta no México e pressão nos custos, vindo da alta das commodities agrícolas (milho e soja principalmente).

    Para ficar de olho:

    Aquisições: Só nesse trimestre, compraram os negócios de carne da Kerry Consumer Foods (Reino Unido), Huon (aquicultura de salmão da Austrália) e SunnyValley (produtora de bacon, presunto e frios nos EUA). Desde 2020, são US$ 3,7 bilhões (cerca de R$ 20 bi) investidos somente em aquisições. Mesmo assim, a empresa mantém alavancagem baixa em 1,49x dívida líquida/EBITDA, o que dá espaço para ainda mais investimentos, tanto orgânicos quanto inorgânicos (aquisições).

    Investment Grade (“Grau de Investimento”): A agência de rating Moody´s elevou a classificação de risco de crédito da empresa para Baa3, assim como a Fitch Ratings em junho deste ano. Com a classificação das duas agências, a JBS passa a ser classificada como Full Investment Grade, o que a coloca no mesmo patamar das companhias mais respeitadas e sólidas do mundo e consequentemente é muito bem visto por investidores.

    Dividendos e Recompra de ações: Anunciados dividendos intercalares no valor de R$ 2,4 bilhões, equivalente a R$ 1,00 por ação. No ano, a JBS já acumula um retorno ao acionista de 15%, quando somados os Buybacks e o Dividend Yield de 8%.

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