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    Publicado em 12 de Maio às 00:14:51

    Light (LIGT3) | 1T22: Devagar e Sempre – EBITDA acima do consenso!

    Operações, ok! Temos que ficar de olho no resultado financeiro!

    Seguimos com recomendação de COMPRAR para Light. Apesar do EBITDA acima do consenso, nós temos uma leitura neutra em relação a esse resultado trimestral. Do ponto de vista da operação da distribuição (o ponto central da tese de turnaround da empresa), achamos o resultado marginalmente positivo, com a empresa apresentando ligeira melhoria na arrecadação, perdas não-técnicas e bom controle de custos gerenciáveis. Entretanto, como principal pontos de atenção, levantamos a performance do consumo na área de concessão ainda decepcionante e performance fraca no segmento de geração que acabou por “errar a mão” na alocação da sua capacidade de geração para o ano, resultado em um resultado fraco nesse trimestre. Como principais pontos de atenção, citamos o endividamento da empresa em um momento que o custo da dívida não deve dar trégua e em uma fase que investimentos na operação de distribuição seguem sendo necessários e continuam sendo expressivos – que deve passar por um alívio com os impactos positivos do resultado da revisão tarifária da empresa a partir de março/22. Vamos repetir uma frase que utilizamos em nosso report anterior: o case é baseado no turnaround de uma empresa em uma situação complexa em meio a um cenário adverso. Por se tratar de um case de turnaround, vamos seguir com a recomendação de compra para empresa – mas sempre de olho nas evoluções que a mesma tem que apresentar para seguirmos com a nossa recomendação.

    Detalhamento dos Resultados 1T22

    Queda no EBITDA na comparação ano/ano, mas acima do consenso. Em linhas gerais, a empresa apresentou pontos interessantes sob a ótica da operação – mas como de costume, com alguns pontos de atenção. Vamos tentar elencar os principais pontos de atenção, tanto sob o lado negativo da nossa tese quanto do lado positivo da tese de turnaround e que podem ser pontos importantes daqui por diante.

    Pontos negativos do 1T22: Em nossa leitura, os principais pontos negativos desse resultado foram:

    1. Consumo de Energia na área de concessão da Light segue decepcionando. Volume faturado foi de 6,880 GWh no 1T22, uma queda de -2,7% em relação ao 1T22. Os segmentos residencial e industrial tiveram os resultados mais fracos, devido ao ainda fraco nível de emprego refletindo no consumo do cliente e desaceleração no consumo da indústria siderúrgica, respectivamente.
    2. Segmento de Geração. O EBITDA do segmento de geração foi de R$158,9 milhões (vs. R$189,9 milhões no 1T21). Tal performance aconteceu devido a estratégia da empresa de reduzir eventuais exposições ao mercado de curto prazo por esperar que o cenário hidrológico fosse ser tão ruim quanto foi ao longo de 2021 – entretanto, com a recente “virada de mão” do ponto de vista da hidrologia, a estratégia acabou não dando certo, fazendo com que a empresa acabasse por despachar sua energia excedente a preços menos interessantes do que aqueles previamente esperados.
    3. Endividamento. Dívida líquida da empresa alcançou R$8,1 bilhões, alcançando uma relação de 3,4x Dívida Líquida/EBITDA 12M – razoavelmente elevada. Entretanto, vale mencionar que os impactos da revisão tarifárias devem começar a ser sentidos na empresa a partir do próximo trimestre, o que deve trazer um alívio para a geração de caixa da empresa. Resultado financeiro alcançou -R$503 milhões (vs. -R$344 milhões no 1T21) devido ao maior estoque de dívida e maior CDI no 1T22.
    4. Prejuízo de R$106 milhões no 1T22. Apesar da evolução expressiva no EBITDA (+25,2% a/a), a empresa fechou o trimestre com prejuízo, principalmente devido a evolução das despesas financeiras.

    Pontos Positivos no 1T22 (e por que eles são interessantes sob o ponto de vista de um turnaround)

    1. Distribuição. O EBITDA da distribuição foi de R$332,8 milhões (vs. R$197,6 milhões em 1T21). Como destaques positivos: perdas não-técnicas de 26,59% (vs 26,63% no 3T21 e 27,18% no 1T21) – pode parecer pouco, mas só o fato de ter parado de piorar somados aos investimentos nos novos medidores, ênfase no combate a perdas, maior arrecadação e tarifa maior são ingredientes interessantes para a performance da empresa nos trimestres seguintes (maiores informações sobre isso no vídeo ao final desse texto). Custos operacionais gerenciáveis também chamam a atenção do ponto de vista positivo, alcançando R$517 milhões (redução de R$30 milhões vs 1T21).
    2. Investimentos. Os investimentos alcançaram R$330,3 milhões (vs. R$215 milhões em 1T20), sendo R$268 milhões no negócio de distribuição (vs. R$177 milhões no 1T21). A empresa segue realizando troca de medidores por outros mais modernos, onde já podemos observar os resultados nas evolução das perdas e arrecadações.
    3. Perdas Estimadas com Créditos de Liquidação Duvidosa. Alcançou 2,9% em março/22, 0,1% menor e com arrecadação de 97,5% (+1,2% vs Março/21). Reflexo das ações comerciais da empresa e melhoria nos métodos de arrecadação da empresa (maiores detalhes, no nosso documento sobre o investors day da empresa – para maiores informações, clique aqui)

    Para quem quiser conhecer com mais detalhes as operações da empresa, dê uma olhada no nosso novo episódio da

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