A Marfrig (MRFG3) irá reportar o seu resultado do 1T23 no dia 15/05, e, neste relatório, vamos apresentar as nossas expectativas para os números da companhia e compará-las às expectativas de mercado.
Esperamos um trimestre fraco, tanto em termos de receita quanto em termos de margens. Em geral, esperamos resultados abaixo dos reportados no mesmo período do ano passado.
América do Sul sofreu com a suspensão de exportações para a China, que durou 27 dias, e a América do Norte, com o ciclo do gado bastante desfavorável, o qual implica em custos altos (embora a demanda tenha se mantido resiliente). Em relação a BRF, também não esperamos resultados fortes.
Estamos abaixo das expectativas do mercado, e pessimistas com a performance da Marfrig neste trimestre. Seguimos cautelosos com as ações da companhia, por não enxergamos grandes melhorias no curto ou médio prazo, além do fato de, para este ano, vemos uma Marfrig com uma alta alavancagem.
Como a América do Norte e a BRF são responsáveis pela maior parte da receita da companhia (cerca de 80%, ou, 40% cada, enquanto América do Sul representa apenas 20%), reiteramos nossa recomendação de MANTER para os papéis da companhia, com preço alvo de R$ 10,00.
Prévia 1T23
No 1T23, esperamos uma receita total de R$ 19,4b, um declínio de 1,6% a/a, impactada por preços de exportação mais fracos, em especial, considerando nas exportações para o Japão e Coréia do Sul.
Projetamos um EBITDA de R$ 998m, queda de 68,9% a/a, representando uma forte contração de 11,7 p.p. a/a na margem EBITDA, a qual deve alcançar, desta forma, 5,1%. Para o lucro líquido, estimamos R$ 238m, avanço de 118,3% a/a.
Nossas estimativas encontram-se pouco abaixo do consenso em termos de receita e de margem. Desta forma, nossa receita projetada encontra-se 5,0% abaixo do consenso, e nossa margem EBITDA menor em 0,5 p.p..
Nos próximos trimestres, devemos ver resultados melhores vindos da América do Sul, dado ciclo do gado favorável, e resultados melhores, mas ainda fracos na América do Norte, com o clima nos EUA podendo favorecer o barbecue season deste ano. Não esperamos grandes surpresas positivas com a BRF.
Em termos de alavancagem, devemos ver uma companhia alavancada ao longo do ano. Projetamos uma relação Dívida Líquida/EBITDA de 3,5x para este e os próximos trimestres. A possível venda de ativos non-core da BRF, que pode levantar R$ 4b, deve ajudar a conter o alto endividamento da companhia.
Assim, não enxergamos melhoras operacionais relevantes no curto e médio prazo, com a companhia tendo que atravessar um cenário desafiador em seus principais segmentos. Portanto, reiteramos a nossa recomendação de MANTER para os papéis da Marfrig.