O Mercado Livre reportou seus resultados do primeiro trimestre de 2024 em 2 de maio de 2024, após o fechamento do mercado. A empresa apresentou um desempenho robusto, alinhado com nossas expectativas (excluindo os efeitos de reclassificação). Registrando um crescimento a/a de 30%, mesmo com um desempenho abaixo do esperado na operação da Argentina, houve um forte crescimento no Brasil e México. Além disso, os KPIs da empresa, tanto na fintech quanto no E-commerce, continuam a evoluir positivamente. Portanto, mantemos nossa recomendação de Compra, com um preço-alvo de R$87,00.
Análise do resultado
E-commerce
O México e o Brasil impulsionaram o GMV
As operações no México e Brasil foram os principais impulsionadores do crescimento do GMV, apresentando um crescimento de 30% a/a Fx-neutral. Enquanto isso, a Argentina registrou um crescimento de 214% a/a Fx-neutral, mas abaixo da inflação anual, devido a uma menor quantidade de itens vendidos. O GMV total da empresa foi de US$11,4 bilhões, ficando 2,3% abaixo de nossas estimativas, principalmente devido à operação na Argentina.
O take-rate no e-commerce foi beneficiado por uma mudança nos termos e condições do Mercado Envios
A empresa registrou um take-rate de 22,0%, um aumento de 4,2 p.p. a/a, porém a empresa foi beneficiada por uma mudança nos termos e condições do Mercado Envios, impactando o take-rate em 2,7 p.p. Excluindo esse efeito, o take-rate teria sido de 19,3%, impulsionado por um maior valor de venda e taxas fixas, Mercado Ads e vendas de primeira parte.
Fintech
NPL >90 em queda e entre 15-90 aumenta.
A empresa apresentou um aumento de 1,1 p.p. t/t e 1,5 p.p. a/a no NPL de 15 a 90 dias devido aos feriados de Páscoa, que reduziram a atividade de cobrança no final do trimestre. Uma mudança na composição dos grupos de risco nos livros de comerciantes e cartões de crédito também contribuiu. Já o NPL >90 apresentou uma queda de 0,8 p.p. t/t e 10,3 p.p. a/a.
TPV de adquirência cresce com destaque para Brasil e México.
TPV de adquirência cresce 26% a/a, atingindo US$30,6 bilhões. A Argentina apresentou queda em USD devido à desvalorização do Peso Argentino, enquanto o crescimento aumentou ligeiramente de forma sequencial no Brasil e no México, com ambos os países apresentando um crescimento mais rápido no POS do que no trimestre anterior, e um crescimento ainda forte nos pagamentos online.
A carteira de crédito acelera o crescimento
A carteira de crédito registrou uma aceleração no crescimento, com um aumento de 132% a/a, com contribuições sólidas tanto do Brasil quanto do México. A carteira de crédito na Argentina diminuiu 43% a/a devido à desvalorização do Peso Argentino, mas começou a crescer novamente em termos trimestrais.
Consolidado
Receita cresce 36% a/a.
O Mercado Livre registrou uma receita de US$4,3 bilhões, com um crescimento robusto de receita (+36% a/a). Isso se deve principalmente a um maior take-rate no comércio eletrônico e um crescimento da carteira de crédito acima das nossas expectativas. Se excluirmos as mudanças de reclassificação, a receita teria sido de US$3,9 bilhões (+2,3% vs. Genial Est.).
EBIT em linha ao excluir efeitos de reclassificação.
A empresa registrou um EBIT de US$528 milhões, ao excluir os efeitos de reclassificação o EBIT fica em US$488 milhões em linha com nossas expectativas (+0,4% vs. Genial Est.), apresentando um forte crescimento de 44% a/a. Com o Brasil e México compensando pelo fraco desempenho da Argentina devido à situação do país.
Lucro líquido cresce 71,1% a/a.
A empresa registrou um lucro líquido de US$344 milhões (US$354 milhões antes dos ajustes), apresentando um forte crescimento de 71,1% a/a. Esse crescimento é devido por um ganho de eficiência operacional e uma menor distorção do dual FX rate na Argentina. A empresa também apresentou ganhos de margem apresentando uma margem de 7,9% com um crescimento de 1,6 p.p. e se excluirmos os ajustes de reclassificação seria de 9,0% (+2,4 p.p) a/a.