O Mercado Livre entregou mais um trimestre bom no 1T25, com receita líquida de US$ 5,94 bilhões (+37% a/a), impulsionada por forte crescimento em e-commerce e fintech. O GMV cresceu 17% a/a e o TPV 43% a/a, com destaque para a Argentina e maior penetração de fulfillment e publicidade. O EBIT foi de US$ 763 milhões (+44,5% a/a), com margem de 12,9%, e o lucro líquido somou US$ 494 milhões (+43,6% a/a). Apesar do consumo pontual de caixa, os resultados reforçam a consistência do modelo, e mantemos recomendação de Compra, e estamos elevando nosso preço-alvo para R$150.
Análise do resultado
O Mercado Livre reportou resultados sólidos no 1T25, com aceleração no crescimento anual de receitas e volumes, sustentado por execução consistente nas verticais de e-commerce e fintech. A receita líquida atingiu US$ 5,94 bilhões, alta de +37,0% a/a e 7,4% acima da nossa estimativa, refletindo expansão robusta de GMV (+17,3% a/a, para US$ 13,3 bilhões) e TPV (+43,2% a/a, para US$ 58,3 bilhões), mesmo com a queda sequencial típica do primeiro trimestre.
No e-commerce, o principal destaque foi a performance da Argentina, que cresceu 126% a/a em moeda constante, compensando o cenário mais desafiador no Brasil e México. O take-rate de commerce subiu 2,8 p.p. a/a, para 24,8%, impulsionado pela maturação do modelo de monetização e maior penetração de ads e serviços logísticos. A divisão de publicidade cresceu 50% a/a (FXN), e o Mercado Play começa a ganhar tração como extensão do ecossistema. Na logística, o fulfillment atingiu 65% de penetração no Brasil e 50% na Argentina, com queda de custo por pedido em moeda local nos principais mercados.
Em fintech, o crescimento de TPV foi puxado por pagamentos fora da plataforma e maior emissão de cartões. A carteira de crédito atingiu US$ 7,8 bilhões (+75% a/a), com destaque para crédito ao consumidor e cartão de crédito. Apesar da sazonalidade negativa do 1T, a margem NIMAL seguiu saudável em 22,7%, mesmo com aumento da inadimplência pontual, refletindo uma carteira mais equilibrada. O take-rate de fintech ficou em 4,5%, estável frente ao ano anterior.
O EBIT somou US$ 763 milhões, crescimento de +44,5% a/a e 20,7% acima da nossa estimativa, com margem de 12,9%, beneficiada por alavancagem operacional. A operação da Argentina foi novamente relevante para a expansão de rentabilidade, tanto em e-commerce quanto em fintech.
No resultado final, o lucro líquido totalizou US$ 494 milhões, com alta de +43,6% a/a, 1,0% abaixo da nossa estimativa, e queda de -39,8% t/t, reflexo de sazonalidade e maior crescimento de provisões financeiras. A margem líquida foi de 8,3%, contra 13,5% no 4T24, com contração de 5,2 p.p. Ainda assim, a geração de valor segue forte, sustentada por margens saudáveis e crescimento acelerado da base de usuários ativos.
