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    Publicado em 11 de Novembro às 04:50:06

    Oi (OIBR3) | 3T21: Apesar do aumento de eficiência, um prejuízo de R$ 4,8 b!

    Ganho de um lado, prejuízo do outro…

    Neste trimestre, a Oi apresentou resultado em linha com o esperado pela Genial em termos de receita, alcançando R$ 4,5b (-3,9% a.a e +3,0% t.t), ficando pouco abaixo do consenso (R$ 4,7 b). Em termos de EBITDA, a nossa perspectiva era de um aumento do custo frente à situação macroeconômica o que rebaixaria o seu valor final. Porém, neste quesito, a empresa conseguiu entregar bons resultados ficando próximo dos níveis do consenso, com custo total de R$ 3,06 b (-5,6% a.a e -1,4% t.t) e EBITDA de R$ 1,46 b (-0,2% a.a e +13,7% t.t). Como consequência, a margem EBITDA foi para 32% (+1,2 p.p a.a e +3,0 p.p t.t), exibindo melhora na eficiência operacional da empresa comparado ao 2T21.

    Já no que se refere ao lucro/prejuízo, observamos nitidamente uma forte discrepância com o esperado, obtendo um prejuízo de R$ -4,8 b marcado pelo impacto do resultado financeiro, com alguns fatores principais para tal valor: 1) pela variação cambial e os períodos de valorização do dólar ao longo do último trimestre tendo em vista que uma parcela da dívida total é em moeda estrangeira, 2) pelo aumento dos juros e da inflação no Brasil impactando com um aumento do CDI e, portanto, juros maiores nas dívidas atreladas ao real e 3) depreciação cambial sobre passivos onerosos (contratos de transmissão de dados por cabos submarinos e satélites) mais variação monetária sobre contingências.

    Apesar dos bons números operacionais, mais uma vez a Oi é lembrada pelos seus fortes passivos carregando uma grande dívida que pesa nos fortes valores do resultado financeiro culminando em prejuízos significativos. Por causa disso, o resultado deste trimestre pode ser interpretado como negativo para a companhia, que melhora operacionalmente mas não soluciona seu principal problema: a grande dívida. Neste contexto, no qual a empresa apresenta uma situação financeira não resolvida, aliado à questão da venda dos ativos móveis em análise pelo Cade necessários para a saída do processo de recuperação judicial, observamos um risco considerável de execução o que reitera neste momento nossa recomendação de MANTER.

    Nos indicadores financeiros, podemos observar que houve um aumento do número de adesões aos planos fibra, corroborado pelo aumento de UGR fibra residencial (+81,5% a.a e +11,2% t.t) e do UGR fibra B2B (+134,8% a.a e +20,2% t.t), tornando a representatividade do cobre cada vez menor dentro dos serviços da Oi. Acompanhando a maior adesão de clientes, o número de Casas Passadas ou HPs (onde a tecnologia fibra é viabilizada através de uma rede de infraestrutura) aumentou em 71,6% a.a ou 12,1% t.t alcançando 13,5 milhões localidades. Da mesma forma, a quantidade de Casas Conectadas ou HCs (aqueles que de fato tiveram a instalação de fibra realizada, onde houve a conexão com a rede) alcançou 3,1 milhões, representando uma expansão de +81,2% a.a e +11,5% t.t.

    Pontos Positivos

    • Aumento do número de UGRs fibra tanto residencial (+81,5% a.a e +11,2% t.t) quanto B2B (+134,8% a.a e 20,2% t.t);
    • Expansão do número de HPs (Casas Passadas) e de HCs (Casas conectadas) para 13,5 milhões e 3,16 milhões, respectivamente;
    • Aumento da receita fibra total em +100,1% a.a e +16,5% t.t alcançando R$ 805 m;
    • Crescimento do ARPU Fibra residencial para R$ 89,2 (+1,6% a.a e +3,1% t.t) explicado pela maior demanda por velocidade de dados mais altas, como a UBB (Ultra Broad-Band, ultrapassando 34 Mbps, Mega-bits por segundo);
    • Crescimento da receita total em 3,0% t.t, alcançando R$ 4,5b;
    • Redução dos custos totais mesmo em época de situação macroeconômica desfavorável com alta inflação (-5,6% a.a e -1,4% t.t obtendo R$ 3,06 b);
    • Expansão do EBITDA para R$ 1,46 b (-0,2% a.a e +13,7% t.t) com aumento de margem EBITDA em 3,0 p.p t.t alcançando os 30,9%.

    Pontos Negativos

    • Retração na receita do B2B, que alcançou os R$ 869 m, uma redução de -9,3% a.a e -1,5% t.t acompanhado da desaceleração da parte corporativa (contempla TI e dados, por exemplo) cuja queda foi de -14,5% a.a e -2,1% t.t;
    • Dívida líquida total de R$ 29,9 b, observando uma forte dependência com a venda dos ativos móveis e a resolução do processo de alienação da ex-InfraCo (atual V.Tal) para que o problema com este alto passivo seja solucionado;
    • Significativa exposição à moeda estrangeira na parte da dívida, gerando forte resultado financeiro negativo sobretudo quando o cenário macroeconômico é desfavorável, ocasionando valorização do dólar cujo efeito imediato é no lucro/prejuízo, que neste tri foi de R$ -4,8 b;
    • Cenário macroeconômico desfavorável com aumento de inflação seguido do aumento dos juros, culminando com CDI maior e, consequentemente, juros/despesas financeiras mais altas;
    • Dependência da resposta do Cade sobre os ativos móveis da Oi para poder aliviar a situação financeira, um trâmite demorado, aumentando o risco de execução.
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    Recomendações

      Vale a pena conferir