A Panvel reportou seus resultados nessa quinta-feira (11/ago), após o fechamento do mercado. Sem nenhuma surpresa, os números vieram em linha com nossas estimativas para todo o P&L. Reiteramos nossa recomendação de COMPRA para PNVL3, com preço-alvo 12M de R$ 18,60.
Em mais um trimestre, a companhia apresenta uma excelente performance operacional, mesmo com o desafio de um menor reajuste de medicamentos.
Separamos abaixo os cinco principais tópicos do 2 º trimestre :
(I) Receita líquida cresce 10,4% a/a
A Panvel reportou uma receita líquida consolidada em R$ 1,2b (Varejo: R$1,0b; Atacado: R$107m; Indústria: R$3m), crescendo 10,4% a/a (+0,3% vs. Est. Genial) e um Same Store Sales de 5,9% em linha com o repasse da CMED 2023.
A dinâmica mais interessante que podemos observar no trimestre é a manutenção da venda média por loja em R$614 mil/loja, mesmo tendo 30% do seu atual parque de lojas ainda no seu processo de maturação, o maior nível já registrado. Como comparação, no 2T20, a companhia possuía 18% das lojas em processo de maturação e uma venda média/loja de R$441 mil. Esse fato é curioso pois mostra o aumento de eficiência e ganho de produtividade das novas aberturas.
No trimestre, a Panvel realizou 11 inaugurações e 2 fechamentos, encerrando o período com 574 lojas (+6,9% a/a em m²).
(II) Higiene & Beleza e Marcas Próprias atenuam impacto na margem bruta
Como comentado em nossa prévia de resultados (aqui), tínhamos como expectativa que a boa performance da categoria de Higiene & Beleza junto do aumento da penetração de Produtos Panvel atenuassem o impacto causado pelo novo reajuste CMED (5,6% em 2023 vs. 10,9% em 2022).
A categoria de Higiene & Beleza cresceu +22,8% a/a, enquanto a participação de Produtos Panvel aumentou +0,5 p.p. na visão anual. Fora isso, vimos a categoria de Genéricos expandir +9,3% a/a, também contribuindo positivamente para a margem bruta, dado que a rentabilidade da classe é a maior dentro do mix (~45-50%).
O efeito disso? Uma pressão na margem bruta de -37 bps a/a, enquanto RD mostrou queda de -142 bps (considerando aumento de participação da 4Bio) e Pague Menos uma retração de -52 bps.
A soma desses fatores fizeram a Panvel reportar um lucro bruto de R$344m, expandindo +9,6% a/a e em linha com nossas projeções (+0,3% vs. Est. Genial) e uma margem de 29,46% (+1bp vs. Est. Genial).
(III) Carrego negativo para rentabilidade operacional
Conforme nossas expectativas, com a desaceleração do crescimento de topline, a representatividade das despesas operacionais em relação a receita se manteve flat a/a, correspondendo por 24,5% do faturamento bruto.
Logo, o impacto de -35bps a/a na margem EBITDA vem do efeito de carrego negativo da pressão na margem bruta consolidada. A margem operacional foi de 4,95%, em linha com as nossas estimativas (vs. 4,90% Est. Genial).
(IV) Lucro beneficiado por alíquota reduzida
Considerando um maior pagamento de Juros Sob o Capital Próprio (JCP), a última linha do resultado foi beneficiada por uma alíquota efetiva reduzida. A Panvel reportou um lucro de R$25m – uma retração de 6,2% a/a frente a maiores custos e despesas financeiras, somados a uma forte base comparativa.
(V) Destaque para o ciclo de caixa
A companhia vem empregando esforços em busca de otimizar a eficiência do seu capital de giro. Tendo sucesso na estratégia de alongamento dos prazos com fornecedores, a Panvel consolidou uma redução a/a de 11 dias no seu ciclo de caixa.
Como consequência da melhor gestão do capital de giro, a companhia reportou uma geração de caixa positiva em R$ 12,3m no 2T, um período que sazonalmente tende a ser de consumo de caixa.