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    Publicado em 04 de Agosto às 00:15:01

    Petrobras (PETR4) | Resultado 2T23: Atenção aos detalhes!

    Por enquanto, mantemos a nossa recomendação de VENDER. Avaliamos os resultados da Petrobras como neutros – apesar de um resultado operacional ainda razoável, acreditamos que os números desse trimestre devem ser observados com maior detalhamento tendo em vista a nova orientação comercial da empresa.

    Para além dos “grandes números” (receita, EBITDA, dividendos etc.) – que vieram em condições ainda razoáveis, chama a nossa atenção alguns pontos que deverão ser levados em consideração e observados com maiores detalhes daqui por diante por parte dos investidores. Citamos a evolução da dívida bruta, que saltou de US$53 bilhões no 1T23 para US$57,9 bilhões 2T23 – vale lembrar que a política de dividendos (45% fluxo de caixa operacional – Investimentos) só é válida desde que a dívida bruta não ultrapasse US$65 bilhões, fazendo com que a empresa perdesse um dos seus principais atrativos. Afirmar categoricamente que a dívida vai alcançar o limite é extremamente precoce, tendo em vista a discricionariedade da aplicação dos reajustes no preço dos combustíveis (que estão defasados em 23,4% e 20,8% na gasolina no diesel até o último dia 31/07 e, respectivamente, de acordo com o nosso último relatório de acompanhamento semanal – para maiores informações, clique aqui) e a própria evolução dos preços do petróleo.

    Sob esse tema, achamos importante acompanhar a evolução dos deságios em relação a paridade ao longo do 3T23 (maiores detalhes no detalhamento do 2T23).

    Apesar dos pesares, a empresa anunciou o pagamento de dividendos de R$1,14/ação (~R$14,9 bilhões, aproximadamente). O dividendo será pago em duas parcelas: 1º parcela no dia 21/novembro e 2º parcela 15/dezembro nos valores de R$0,5746/ação ordinária ou preferencial. A data de corte será até dia 21 de agosto. Tal dividendo implica em um rendimento de 3,6% em relação ao seu último preço de fechamento.

    Como grande incertezas a tese, citamos: I) deságio em relação aos preços de paridade internacional, II) Investimentos em novas refinarias (a despeito do passado controverso no desenvolvimento de suas últimas refinarias), III) aumento do uso da empresa como apoio para políticas de conteúdo nacional, o que deve pressionar a linha de investimentos da empresa, IV) rumores/possibilidade de uso da empresa para recompra de ativos previamente vendidos (refinarias, BR Distribuidora/Vibra, Eletrobrás etc.) e outras. Seguimos com a nossa recomendação de VENDER, até por enxergarmos outros cases privados que negociam a múltiplos em linha a PETR4, mas com teses muito menos expostas

    Detalhamento do Resultado

    EBITDA ajustado ficou em linha com as nossas estimativas e abaixo do consenso. A receita totalizou R$113 bilhões no 2T23, -18% se comparado 2T22. Os principais motivos para tal resultado foi a queda no preço do brent (US$78,4 vs US$113,8/barril no 2T22), menores receitas com exportação e redução nas margens do refino.

    As receita no segmento de Exploração & Produção alcançaram R$72,9 bilhões (-32,5% vs 2T22). A produção do trimestre foi de 2,6 Mboed, em linha com o trimestre passado (-1,6% vs 1T23). O campo do Pré-Sal que foi ficou em linha com 1T23, produzindo 1,7Mboed. Produção referente ao pré-sal alcançou 81% da produção total. Conforme mencionado acima, a queda no preço do petróleo foi o principal motivo para tal queda no a/a. O EBITDA no 2T23 foi de R$49,9 bilhões (vs R$78,5 bilhões no 2T22).

    No segmento de Refino, Transporte e Comercialização (“RTC”), a receita alcançou R$104 bilhões (-33,7% vs 2T22). Apesar do maior volume processado, o preço dos derivados básicos para o mercado interno foi de R$475,3 barril (-16,5% vs 1T23 e -28,6% no 2T22) – aqui onde reside o problema da defasagem, em nossa opinião. O volume total foi de 1,8 Mbpd (vs 1,6 Mbpd no 1T23) e uma taxa de utilização do parque de refino de 93% (vs 85% no 1T23). Como mencionado anteriormente, a empresa está destinando maior percentual da produção para atender o mercado interno e aumentando os fatores de utilização do segmento.

    EBITDA consolidado recorrente ficou em R$56,7 bilhões e com uma geração de caixa livre recorrente (fluxo de caixa operacional – Investimentos) de R$33 bilhões, sendo R$7,8 bilhões relacionados a desinvestimentos – ou seja, não-recorrente. Observando o valor recorrente, o rendimento seria de 5,8% em relação ao atual valor de mercado da empresa e 23% anualizado. As despesas operacionais totalizaram R$15,6 bilhões (vs R$13,3 bilhões no 1T23) devido a maiores despesas com impairments,

    Os investimentos foram de US$3,2 bilhões (vs US$2,1 bilhões no 2T22), sendo 80,2% desse valor focado no segmento de Exploração & Produção – em linha com o atual plano de negócios da empresa. Vale mencionar que muito possivelmente esse valor deve ser incrementado daqui por diante com maiores valores em termos absolutos e em termos relativos em relação a outros segmentos (refino, principalmente).

    Por fim, a dívida Líquida alcançou R$203 bilhões (US$41,2 bilhões) no 2T23, fechando o trimestre com uma Dívida Líquida/EBITDA de 0,74x – como mencionamos, imaginamos que essa linha vá ser acompanhada de perto nos próximos trimestres.

    Assim, a empresa apresenta no 2T23, com um lucro líquido de R$28,7 bilhões (vs R$54 bilhões no 2T22).

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