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    Publicado em 04 de Abril às 14:53:28

    Prio (PRIO3) | Nova Certificação de Reservas!

    Conclusão. O certificado de reservas feito pela DeGolyer & MacNaughton (Janeiro/2023) referente aos campos da Prio trouxe uma série de notícias positivas sob praticamente qualquer aspecto possível. O documento trouxe um incremento no volume de barris equivalentes recuperáveis, uma expressiva melhora no perfil de risco do seu portólio devido a melhora da relação das reservas provadas (1P) em relação as reservas possíveis (2P) e prováveis (3P). Ou seja, comparando a certificação atual em relação aquela publicada com data-base de janeiro 22, a curva de produção esperada para os próximos anos deverá ser superior as estimativas anteriormente apresentadas. Vale lembrar um detalhe em relação a certificação dos campos da Prio: as premissas de preço de petróleo ao longo de todo período produtivo dos campos é de apenas US$60/barril vs outros players que utilizam a curva de mercado. Ou seja, a Prio utiliza uma premissas muito conservadora para reavaliar seus campos. Dito isso, à medida que o preço do petróleo permanecer acima desses patamares, faz muito sentido a empresa apresentar resultados para sua produção acima daquilo que está certificado em seus relatórios. Aos atuais níveis de preço das ações e considerando as reservas anunciadas no dia de hoje, PRIO3 negocia EV/2P de apenas US$9,3 vs US$10-12 EV/2P no último ano (já considerando o desembolso pelo pagamento de Albacora Leste em janeiro/23), mostrando um potencial de valorização muito interessante se considerarmos uma possivel reprecificação nos seus múltiplos. É importante mencionar que nossas atuais estimativas não consideram a certificação publicada e estamos trabalhando para republicar as nossas estimativas o quanto antes, apropriando as informações mais otimistas divulgadas.

    O Fato. A empresa divulgou o relatório de reservas dos seus ativos operacionais (Albacora Leste, Frade + Wahoo e Polvo + TBMT) certificados pela consultoria Degolyer & Macnoughton com data-base para Janeiro/23. O certificado deve ser analisado sob os pontos tradicionais: I) volumes esperados, II) perfil das reservas (qual percentual das reservas são provadas e possuem pelo menos 90% de chance de serem recuperáveis), III) premissas de preços utilizadas para avaliação das reservas e IV) investimentos esperados.

    I) Volume de Reservas: Ainda mais Petróleo!

    De acordo com os números divulgados, as reservas totais provadas (1P) e provadas e prováveis (2P) empresa alcançaram 547,3 e 747,4 milhões de barris recuperáveis, respectivamente (considerando apenas as reservas de petróleo). Tais números representam um incremento de +26,1% e +16,3% em relação as reservas provadas (1P) e prováveis (2P) anteriormente apresentadas. Isso quer dizer que a produção esperada pelos próximos anos deverá ser maiores do que aqueles esperados anteriormente. Tal informação é importante por que, como todos nós sabemos, o petróleo é um fonte não-renovável e a tendência natural seria o volume recuperável cair ano após ano. Observando a curva esperada da atual certificação versus a do ano passado para os próximos cinco anos, existe o aumento médio de curva de produção de c. 12% a/a (136,7k bpde vs 121,3k bpde 23-27E em média).

    O principal propulsor para tal resultado veio do Campo de Frade + Wahoo, que os volumes prováveis foram incrementados em 31,5%, alcançando 275,3 milhões de barris (vs 209,3 milhões em Jan/22) devido a atual campanha de redesenvolvimento da empresa. Em nossa leitura, o campo de Albacora Leste deve apresentar dados interessantes ao longo dos próximos anos tendo em vista o baixo fator de recuperação do campo (para maiores detalhes, leia o nossa início de cobertura sobre os fatores de recuperação do Campo de Albacora Leste). Essencialmente, o fator de recuperação histórica do campo foi de apenas 11,4% até 2020 (vs 22% na média da bacia de campos). Ou seja, vemos muito espaço para incremento de reservas recuperáveis ao longo dos próximos anos.

    II) Perfil: Provadas (1P)/Prováveis (2P): Ainda + Seguro!

    Além disso, citamos uma expressiva melhora no perfil de risco do portfólio da empresa na relação 1P/2P e 1P/3P, que saiu de 73,2% e 56,3% ( vs 67,1% e 48,8% na certificação passada). Tal dado é importante por representar a segurança do perfil das reservas no que diz respeito a sua produção esperada. Vale lembrar que as reservas provadas (1P) são aquelas que devem ser recuperadas com até 90% de certeza e quanto maior a sua participação em suas reservas recuperáveis, maior a qualidade e segurança das reservas recuperáveis.

    III) Premissas de Preços de Petróleo: Super Conservador!

    Como podemos perceber nas curvas de preço abaixo, as reservas da empresa foram certificadas usando como premissa uma curva de preços de US$60 entre 2023 até o final do seu período produtivo. Tal postura é muito interessante por que demonstra o grande conservadorismo da empresa ao recertificar a suas reservas. Ou seja, caso fosse utilizado a atual curva de preços de mercado (US$73-US$64 entre 2023-30E), os volumes esperados seriam maiores do que aquilo que foi reportado. Tal efeito é o contrário daquele que levantou questionamentos na certificação da Petrorecôncavo (Petrorecôncavo (RECV3) | Certificação de Reservas Dez/2022 – De olho nos detalhes!).

    V) Investimentos Esperados: MAIS com muito MENOS!

    Outro ponto positivo da certificação foi a quantidade de investimentos esperados para o novo nível de produção. O total de investimentos atualizado é de US$2,7 bilhões vs US$3,4 bilhões na certificação passada. Ou seja, os campos não apenas devem ser mais produtivos como o fluxo de investimentos para assegurar esses volumes deve ser menor que o esperado – o que naturalmente ajuda na geração de valor da empresa.

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