Neste relatório, discutiremos os acontecimentos relevantes do primeiro dia da Exposec 2023, Feira Internacional de Segurança Eletrônica que ocorre até dia 15 de junho e conta com mais de 800 expositores. Por um lado, vimos um player já estabelecido, a Intelbras, apresentando novos produtos para o B2B e o B2C que dispõem de inteligência artificial (IA), além do plano de expandir para novos mercados. Por outro lado, vemos a Positivo entrando no mundo de segurança eletrônica com sua divisão Positivo SEG, unidade de negócios de Segurança Eletrônica e automação focada no B2B.
Intelbras (INTB3)
Atualmente, a Intelbras concentra aproximadamente metade do market share brasileiro e foi fundada há mais de 40 anos. Em uma contínua busca por inovação, a companhia anunciou um novo software de segurança para o B2B, uma plataforma integrada para o B2C e produtos para o mercado de energia solar e carregadores para veículos elétricos.
A principal notícia é o Defense IA 3.0, uma nova versão do software de segurança e controle de acesso para B2B que administra todo o ecossistema de segurança eletrônica da Intelbras de maneira unificada e compatível. Segundo o diretor-superintendente de segurança Paulo Correa, o software otimiza mais e exige menos processamento do que a concorrência, reduzindo a necessidade de servidores e custos.
Em relação aos produtos de hardware, a Intelbras anunciou duas novidades: 1) câmeras full color, que conseguem capturar imagens coloridas de objetos em movimento em ambientes sem iluminação; 2) novos controladores de acesso que dispõem biometria facial e digital focados no B2B.
No que se refere ao B2C, a companhia divulgou o lançamento do novo aplicativo da casa inteligente, o Mibo Smart. Anteriormente, as plataformas Izy Smart (central de controle da Casa Inteligente) e Mibo Cam (para câmeras de segurança) eram descentralizadas. Agora ambas são unificadas num único aplicativo que possui novas funcionalidades como detecção de pessoas, cerca geográfica e armazenamento em nuvem. Ademais, a Intelbras começou a expandir para o mercado de energia com o lançamento de uma linha de carregadores para veículos elétricos e módulos flexíveis de energia solar.
Positivo (POSI3)
A Positivo (POSI3) anunciou seu novo braço, a PositivoSEG, uma unidade de negócios de automação e segurança eletrônica para o mercado B2B. Segundo o Presidente Hélio Rotenberg, a empresa se preparou por 2 anos para este empreendimento, seguindo estratégia de diversificação adotada pela empresa a 5 anos atrás. A empresa era focada em computadores no varejo brasileiro, mas atualmente também atende ao mercado corporativo. Em 2019, por exemplo, a Positivo lançou sua linha de Casa Inteligente para o B2C num modelo de Do It Yourself — o próprio consumidor final instala o produto — com mais de 35 SKUs e 1m de usuários.
Migrando para um novo modelo de negócios, a Positivo SEG pretende levar a jornada Do It For Me para o B2B, na qual os integradores são responsáveis por instalar os produtos para os clientes. O portfólio compreende quatro grandes subcategorias: 1) rede de dispositivos de circuito fechado de televisão (CFTV) analógico e digital; 2) central de alarme e sensores para detecção de intrusão; 3) soluções de rede e conectividade; 4) acessórios para estruturação dos sistemas de segurança. A Positivo acredita que a nova unidade será relevante para a empresa por causa do reconhecimento da marca de 34 anos no mercado, da experiência em soluções baseadas em Internet of Things (IoT) e da capilaridade de amplitude nacional.
A capilaridade do negócio passa pelo programa Parceiro Positivo SEG, um canal de apoio aos integradores de ponta a ponta nas revendas e redistribuições. A Positivo continuará com a estratégia de treinamentos, certificações, proximidade do pré e pós-venda, suporte em comunicação, marketing e descontos específicos. É esperado uma sinergia entre a base instalada da Positivo no segmento de computadores e o mercado de segurança eletrônica. Conforme uma pesquisa interna da Positivo, entre 400 e 500 parceiros de um canal de 4.000 integradores de computadores também estão no segmento de segurança.
O investimento inicial na constituição do portfólio e formação dos canais é de aproximadamente R$ 40m e a maior parte será destinada para capital de giro devido ao longo ciclo de caixa. Além disso, a projeção de investimento em P&D para 2023 está entre R$ 170m e R$ 200m. Inicialmente, o software e hardware serão terceirizados, mas já com a especificação da Positivo. Em 1 ano, é esperado que 80% dos materiais serão produzidos no Brasil e que o software tenha um melhoramento próprio pela Positivo.
De acordo com os dados da Associação Brasileira das Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança (ABESE), o tamanho do mercado brasileiro em 2022 é de R$ 11b, cresce em média 15% ao ano e pode chegar em R$ 20bi em 2026. A distribuição geográfica é concentrada no Sul e Sudeste com 81,7% do market share, onde a PositivoSEG focará suas operações. Os prestadores de serviços, os integradores, compõem 80% do setor. A maioria das distribuidoras possui entre 1 e 10 marcas no portfólio, o que permite a entrada de mais uma empresa.