A Raia Drogasil apresentou resultados com margens bem acima de nossa expectativa. Analisando sob a ótica do método de contabilização IFRS 16, a companhia entregou a maior margem EBITDA de sua história. Para RADL3, mantemos nossa recomendação COMPRAR com preço-alvo YE22 de R$ 23.
Receita bruta
A primeira linha do balanço da Raia veio exatamente conforme o esperado, na marca de R$ 7,6b (+22,4% a/a). O crescimento do top line foi impulsionado pelo repasse autorizado do CMED, pelo maior fluxo de saída de OTC em meio a picos de doenças respiratórias e, também, por uma maior alavancagem nas vendas digitais.
Com um Same Store Sales de lojas maduras em 16,1%, a RD entregou um sólido trimestre com crescimento real, ou seja, performando acima da inflação de produtos farmacêuticos, que atingiu 12,81% no acumulado de 12 meses de junho.
Não para de crescer! A RD ganhou participação de mercado em todas as regiões do Brasil, com grande destaque para o Norte, onde a farmacêutica cresceu 1,06 pp em relação ao 2T21, atingindo 6,56% do share da região. No plano nacional, a Raia atingiu 14,4% de market share nesse trimestre, um crescimento de 0,4 pp a/a.
Digital à todo vapor! Em 12 meses, a RD acumulou cerca de +9 milhões de downloads de seu aplicativo, que atualmente é o maior gerador de receitas online, com cerca de 51% da receita digital total de R$ 764m do trimestre. Se anualizarmos a receita digital, a Raia ultrapassa a marca de R$ 3b, o que sozinho já representaria um dos maiores faturamentos de varejo farmacêutico do país.
Custos e despesas
Com o repasse do reajuste de medicamentos (10,9%) e beneficiado por uma expansão de 0,3 pp do AVP (Ajuste a Valor Presente), efeito não-caixa resultante da taxa de juros mais altas em relação ao ano passado, a Raia registrou um lucro bruto de R$ 2,3b (+29% a/a; +20% t/t), recompondo 150 bps em sua margem bruta, que atingiu de 30,3% nesse trimestre.
Com a aceleração no fluxo de vendas no trimestre, a RD entregou um trimestre com diluição de 50 bps nas despesas com vendas. Por outro lado, as despesas gerais e administrativas continuaram a pesar no período, com um aumento de 50 bps a/a (3,4% da receita bruta). A pressão vem do forte investimento em estrutura para suportar a transformação digital da companhia.
O EBITDA ajustado registrado pela companhia foi de R$ 964m (+38% a/a; +56% t/t), 13% acima de nossas expectativas, entregando uma margem de 12,6% (+150 bps a/a).
Lucro líquido
Com um efeito positivo na recomposição da margem bruta e da margem EBITDA, o impacto de maiores despesas financeiras, decorrente de taxas de juros maiores, no “bottom line” acabou sendo amenizado no trimestre. A RD apresentou um lucro de R$ 334m (+53% a/a; 147% t/t), 17% acima de nossas expectativas, e uma margem de 4,4% (+110 bps a/a).