SABESP (SBSP3): Bons números, mas esperamos por outra coisa.
Mantemos nossa recomendação em MANTER. No terceiro trimestre de 2022, a Sabesp apresentou bons resultados operacionais conseguindo aumentar sua receita, manter os custos e despesas sob relativo controle e com isso obter um lucro líquido expressivo de R$1,08 bilhão, contra R$468 milhões no mesmo período do ano passado (+130% a/a) e R$442 milhões no trimestre passado (+156% t/t).
Como dito em relatórios passados (clique aqui), vemos a Sabesp como um case de evento, ou seja, o destravamento de valor para a companhia está muito relacionado com a possibilidade de privatização por parte do novo governo eleito. Consideramos que uma aproximação da avaliação de uma empresa de saneamento privatizada deveria ser de pelo menos 1x EV/RAB. Dessa maneira, observando que, atualmente a companhia já negocia a 1,1x EV/RAB (o que nos daria um preço alvo de R$58/ação), enxergamos o case já precificando a privatização e com isso, a assimetria de risco/retorno em relação ao evento, não está tão razoável quando comparada à outros nomes do setor, como a Copasa (sendo essa a nossa top pick).
Caso a empresa venha, de fato, a ser privatizada e, mantenha bons resultados como vimos nesse trimestre, iremos reavaliar nossa recomendação, mas por hora mantemos nossa indicação de MANTER.
Demonstrativo do Resultado 3T22
EBITDA acima do consenso e dentro de nossas expectativas! O EBTIDA ajustado da companhia totalizou R$ 2,13 bilhões (crescimento de 19,4% a/a), graças ao crescimento da receita operacional 16,2% maior do que no mesmo período do ano passado, empurrada pelo reajuste tarifário médio de 12,8% em maio de 2022 e, o aumento de 1,6% no volume faturado total.
Uma linha que puxou o EBITDA para baixo, foi o aumento dos custos e despesas gerenciáveis, ou não, em 13,2% a/a, influenciado principalmente pelo aumento de salário de funcionários, dos preços de materiais para tratamento e de manutenção geral das redes. Destaca-se também um aumento de 14,5% a/a das perdas estimadas com créditos de liquidação duvidosa.
Por fim, o resultado financeiro, graças, principalmente, à valorização do real frente ao dólar e ao iene, passou de negativos R$520,6 milhões no 3T21 para positivos R$118,5 milhões nesse trimestre, o que certamente contribuiu para o lucro líquido obtido de R$1,08 bilhão.