Finalmente nos dando um Refresco!
Seguimos com a recomendação de manter. Destoando de sua performance dos últimos trimestres, a empresa reportou números fracos no 2T22 em um trimestre marcado por uma expressiva elevação em praticamente todas as suas linhas de custos. A despeito do trimestre desafiador, a empresa segue sendo a mais rentável do setor, mas com tal benefício sendo anulado pela interpretação de maior risco regulatório (como amplamente debatido em nossos documentos sobre a empresa e nas nossas lives). A tão esperada segunda etapa da revisão tarifária (onde os investimentos feitos pela empresa entre um ciclo tarifário e outro devem ser reconhecidos em sua base e, finalmente, nas tarifas) foi postergada para o ano que vem, removendo assim um eventual gatilho de valor importante para a empresa e fazendo com que a percepção de risco regulatório permaneça sobre o case.
Análise de resultado 2T22
EBITDA reportado abaixo das nossas estimativas e do consenso. Consideramos os números reportados como negativos, com pressão de custos reduzindo margem e maior estoque/custo de dívida pressionando a lucratividade da empresa. A receita foi de R$1,4 bilhões (+10,6%) derivado do número de conexões de água e esgoto (+1,9% e +2,6%, respectivamente) como também nos volumes faturados de água e esgoto (130m³ e 100,7m³, crescimento de +0,1% e +1,9%, respectivamente). A aplicação do reajuste e da revisão tarifária nas tarifas somadas ao maiores volumes propeliu a receita líquida da empresa em 10,7% a/a. O EBITDA no 2T22 foi de R$442 milhões, abaixo do consenso do mercado e dos nossos números. Tal performance foi possível devido a explosão nos custos operacionais (+29,6% a/a) em um trimestre marcado pela profunda evolução em praticamente todas as linhas de custos, com destaque para linha de pessoal (+15,4% a/a), materiais (+37,5% a/a) e perdas na realização de créditos (+126% a/a) e provisões para contingências (+3.124% a/a). O aumento nas despesas financeiras derivadas do maior endividamento e custo da dívida foram compensados pelas receitas financeiras no trimestre, devido à maior posição de aplicações financeiras no trimestre – resultado financeiro ficou em -R$63,7 milhões (vs. -R$60 milhões no 2T21). Como resultado do front operacional, o lucro no trimestre foi de R$233 milhões, queda de quase 30% a/a.