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    Publicado em 12 de Maio às 08:49:27

    Sanepar (SAPR11) | Resultado 1T23: Aguardando boas notícias.

    Aguardando boas notícias.

    Seguimos com a recomendação de MANTER. No primeiro trimestre de 2023, a Sanepar reportou um resultado operacional acima de nossas expectativas e do consenso. Como em trimestres passados, a empresa apresentou outro resultado sólido, sem efeitos não recorrentes, com crescimento de EBITDA e receita operacional líquida e redução na linha de custos no comparativo anual, com uma rentabilidade de 13,2% (ROE) – ainda o melhor do setor, mas inferior ao 1T22 com 15,3%.

    Apesar dos bons resultados que a empresa vem apresentando, ter a maior rentabilidade do setor e boas margens operacionais, ela segue sendo a mais descontada devido ao risco regulatório do órgão regulador estadual, reforçado pela prévia dos números da 2° Revisão Tarifária periódica, que não reconheceu integralmente os investimentos e a inflação acumulada ao longo do período, resultando em uma base de remuneração regulatória abaixo do que o esperado. Com isso, a tarifa da empresa será menor do que em teoria a sua base real garantiria, o que acaba por destruir valor da companhia, diminuir sua capacidade de investimento e aumentar o risco sobre o case da companhia.

    Mesmo com a notícia decepcionante, é válido lembrar que o governo do estado do Paraná já sinalizou que está aberto a possibilidade de privatização, ao concretizar a operação com a Copel, logo após as eleições. Como já dizemos, acreditamos que a privatização seria muito positiva para a Sanepar, com a empresa buscando por ganhos de eficiência e melhor governança, o que deveria fazer com que a empresa passasse a valer, no mínimo, o valor de sua Base de Ativos Regulatórios, uma valorização que passaria de 100%. Enquanto sinais mais claros desse evento não aparecem e, considerando os riscos com relação ao marco do saneamento, preferimos seguir de fora do case, com recomendação de MANTER.

    Análise do Resultado 1T23

    Resultado reportado acima das nossas estimativas e do consenso. A Sanepar obteve uma receita operacional líquida de R$1.454 milhões, um aumento de 3,4% a/a, impulsionado por um aumento no volume faturado de água e esgoto (0,3% a/a e 2,9% a/a, respectivamente) e do reajuste tarifário de 4,96% a partir de maio de 2022. O EBITDA da companhia teve um aumento de 11,2% a/a, totalizando R$664 milhões, margem de 45,7%. Além disso, a companhia também registrou aumento no número de economias atendidas, 1,6% para ligações de água e 2,8% para esgoto.

    Custos e despesas operacionais registraram redução de 1,1% com relação ao 1T22, totalizando R$906 milhões, devido a um efeito positivo de R$45 milhões em Perdas na realização de crédito, através do Programa de Recuperação de Crédito Cliente Particular (RECLIP) que visa o parcelamento das dívidas dos clientes privados e, redução do gasto com energia elétrica, devido a redução da alíquota de ICMS. Balanceando esses aspectos positivos, houve aumento de 12% nos custos de Pessoal, 25% de Material e 46% em Provisões relacionadas a multas ambientais. Apesar da redução nesse trimestre, com o fim da redução do ICMS, os custos devem voltar a subir nos próximos resultados. O resultado financeiro totalizou R$70 milhões negativos, aumento de de 27% a/a, devido ao aumento da dívida da companhia e aumento do CDI no período.

    Os investimentos do trimestre totalizaram R$402 milhões, aumento de 14% com relação ao 1T22. É válido ressaltar que a Sanepar tem dificuldade em ter seus investimentos reconhecidos pelo órgão regulador, como visto pelos números da 2° Revisão Tarifária.

    O endividamento da companhia fechou o trimestre em 1,7x Dívida líquida/EBITDA e redução do grau de endividamento da companhia para 47%. Por fim, a companhia obteve um lucro líquido de R$320 milhões, aumento de 9,5% a/a.

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