Seguimos com nossa recomendação de MANTER para as ações da Sanepar. A companhia reportou resultados ligeiramente abaixo das nossas expectativas e das do mercado. Beneficiada pelo clima mais quente durante o outono e pelo reajuste tarifário no meio do ano passado e de maio de 2024, a Sanepar conseguiu entregar um resultado dentro do histórico da companhia, com uma evolução razoável de receita e certo controle de aumento de custos, alcançando um ROE de 15,2%.
Como sempre dizemos, apesar de gostarmos da Sanepar e de seus resultados, entendemos que o elemento catalisador que poderia elevar a empresa a um novo nível de negociação seria sua privatização. A privatização poderia trazer grandes benefícios para a Sanepar, incluindo ganhos de eficiência e aprimoramento da governança, o que potencialmente elevaria o valor da empresa para, no mínimo, o equivalente ao valor de sua Base de Ativos Regulatórios (atualmente cotada a 0,7x da base de ativos regulatória), representando uma valorização de mais de 50% em relação às cotações atuais, dependendo do interesse dos investidores. Enquanto aguardamos mais progressos do governo estadual nesse sentido, reiteramos nossa recomendação de MANTER para as ações da empresa.
Detalhamento dos Resultados
Resultado reportado abaixo das nossas estimativas e do consenso. A Sanepar obteve uma receita operacional líquida de R$1.66 bilhão, um aumento de 8,4% a/a, impulsionado pelo reajuste tarifário de 2,95% em maio de 2024 e pela manutenção de temperaturas mais altas ao longo desse outuno. O EBITDA da companhia teve uma redução de 2,3% a/a, totalizando R$644 milhões, margem de 38,7%. Na parte operacional, a companhia registrou aumento no número de economias atendidas, 0,8% para ligações de água e 2,8% para esgoto e aumento no volume faturado de água de 3,4% a/a e, 5,3% a/a para o esgoto.
Custos e despesas operacionais registraram aumento de 16,9% com relação ao 2T23, totalizando R$1.157 milhões, em função principalmente do reajuste salarial de 3,8%, pelo aumento do gasto com energia elétrica derivado do reajuste tarifário e por aumento com gastos em serviços de terceiros. O resultado financeiro totalizou R$53 milhões negativos, aumento de 15,9% a/a, devido ao aumento do volume da dívida.
Os investimentos do trimestre totalizaram R$446 milhões, redução de 6,5% a/a. O endividamento da companhia fechou o trimestre em 1,7x Dívida líquida/EBITDA e grau de endividamento da companhia em 48,4%. Por fim, a companhia obteve um lucro líquido de R$375 milhões, redução de 11% a/a.